sábado, fevereiro 17, 2007

adeus nunca

Hoje mesmo entendi
que é melhor não dizer adeus
do que dizê-lo

nunca mais a tinha visto
telefonara-me depois de tanto tempo
e fizera renascer uma quimera
um estonteante apetecer
mas o rumo da vida estava outro
a encruzilhada de ambos não era encruzilhada
apenas dois nomes e dois olhos que se quiseram muito

e o tempo passava sem sequência
nem partilha
apenas no ar a expectativa gerada
o acontecimento por acontecer

e foi por isso
porque pensava muito nela
o que não acontecia quando não sabia dela
que resolvi dizer-lhe adeus

e disse-o como se houvesse entre ambos
algum grande compromisso
tão zangado
que barafustei aos gritos
e desliguei determinado
pensando assim reencontrar a paz

fiz mal porque fechei uma porta aberta
daquelas que o são para a eternidade
e que vinha já dos tempos de criança

pensando serenamente no que fiz
acho que nem mesmo perante a morte
voltarei a dizer adeus

não me despeço
porque assim
deixarei a porta sempre aberta

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