domingo, fevereiro 04, 2007

vais casar

Ainda ontem trocava contigo sonhos e apertava a vida
qual louco que sentia
que cada momento feliz contigo era tempo que fugia
e eu sabia

mas naquela felicidade
de quem sente um suave amanhecer
quando o sol já vai alto no horizonte
fazia que não sabia

como o tempo passava meu deus
junto de ti mal chegava já estava de partida
eram poucos os abraços eram poucos os olhares
tão pouco de ti num tempo muito
tempo sem tempo
espaço numa clareira apertada
onde a luz mal se mostrava logo se ia

era sempre maior o desgosto que sentia
era mais a mágua que colhia
no evoluir singelo do teu corpo
no apertar inseguro dos teus braços
nas meias verdades que dizias
para me poupares talvez

sim porque foste sempre um anjo
no lugar reservado que me deste
e que eu não merecia

talvez por isso eu corria sempre
na ânsia de uma dimensão qualquer onde coubesses
na ânsia de me envolver num apertado abraço e eterno
que me desses

queimava o sol do sul
ardia meu coração em festa
andavam gaivotas alvoroçadas com o passar com tanta pressa

e de repente
como todas as histórias afinal reais
soube por ti que vais casar
(nada que eu não adivinhasse)

e embora sinta que o fazes com a mesma ingenuidade com que contaste
histórias de pasmar
naquele tempo pouco que me deste
naqueles momentos que inscreveste
na minha história

e que para ti casar
é tão simplesmente ires ao altar
mostrar ao mundo o teu coração grande

mesmo assim eu fiquei triste

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