sexta-feira, fevereiro 16, 2007

cacho de mãos

Meio levantadas meio dadas
são mãos de um corpo que caminha
em compasso lento pela sala
como quem ensaia os primeiros passos

tímidos desequilibrados
mundo circundante tanta gente
encontramos animamos
tropeçamos desanimamos
corrigimos
sempre muito lentamente
em cidadania civilizada correspondente

e se no cacho de mãos que encontramos
umas fogem

outras não

ficam nas nossas
entendem-se saúdam-se
bebem-se agradecem-se
depois despedem-se suavemente
e segue-se em frente

às vezes quando a balbúrdia aperta
apetece sair do burburinho
ir fora dele respirar um pouco a sítio calmo
ao rio ao deserto à serra

mas logo fica frio e quando o ânimo volta
o coração aquece
e volta a precisar de gente

regressar ao desafio
tropeçar em gente
à presença conforto e desconforto
burburinho

ora apressando o passo sonho abraço
ora temperando o movimento

parando sentindo
quase agarrando o macio dos sentidos
o toque
o singelo bom roçar da vida perto
o momento único que passa
porque é bom mesmo a passar

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