Acertadinho com os outros
em roda rosadinha
eu diria entalado entre os demais
um chuveirinho caía
devagar e a compasso
por detrás de mim
A minha atenção ainda desconexa
a compor o espaço
endireitando um pé desalinhado
uma mão mal apoiada
de repente desligou bloqueou
só sentia o chuveirinho
Um chuveiro de mãos e não de água
de pedir meças a qualquer duche
cascata catarata cachoeira
uns dedos mágicos que teciam
de cima a baixo de mim
uma malha de rios de mimo
Sim que eram rios que corriam
desde a ponta dos cabelos
cima a baixo
nuca pescoço
ombros braços costas
fluxo babilónia mel desejo
que de tanto correrem eu ficava arrepiado
e era bom ir atrás do arrepio
Podia morrer afogado naquele chuveiro doce
pois já não tinha posição
o meu corpo perdia ganhava altura
descia subia
entortava
desfalecia
depois voltava a crescer
a cabeça perdia o pescoço
ficava zonza
para encontrar mais e mais o rio que corria
Porque era muita a chuva de mimo que sentia
e o mimo sabia bem
talvez se entretanto o chuveiro não parasse
eu ficasse tonto
sem noção exacta do lado de fora da vida
mas sabe tão bem perder o pé em águas fundas
desafiar a corrente quando ela corre de feição
Que apetecia ficar ali eternamente
tonto ou são que importaria
se se estava bem
sexta-feira, novembro 24, 2006
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