sexta-feira, novembro 24, 2006

aldeia perdida

A vida breve se encaminha
no sentido do sol quando se põe
por sobre crutas de pinheiros
e sons irritantes de pardais

No caminho estreito e sujo
passa um burro igual ao lusco-fusco
única presença de vida ali naquele local
as cores do dia ficam cores da noite
e nem um xaile negro
um rosto triste
um cão chorando

Ali onde já passaram senhores
cavalos de bom porte
trabalhadores
donzelas
cavaleiros também sedentos delas

Agora nada
apenas cabanais abandonados
pedras caídas fora do lugar
palha por comer vida por achar

A aldeia morreu
(ou quase)
à sombra da igrejinha
(sino por tocar)
silêncio que anuncia morte
um vento frio que não muda a sorte

Talvez um dia em vez de fartos batatais
de férteis olgas de quintais
já sem velhos
a aldeia feita história
tenha enfim a "sorte" de virar um parque natural

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