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A Máquina do Tempo
H. G. WELLS
(ROMANCE)
tradução Tânia Ganho prefácio Manuel Portela Setembro
O clássico de H. G. Wells, numa nova tradução, e prefaciado por Manuel Portela, entra este ano no catálogo da Antígona. A editora dará continuidade em 2017 à publicação de textos de H. G. Wells, com a obra-prima do autor, Tono-Bungay (1908), fabulosa sátira ao mundo da publicidade e à construção de impérios comerciais, em torno da invenção de um elixir pseudomilagroso. |
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Tomás da Fonseca Missionário do Povo Uma Biografia
LUÍS FILIPE TORGAL
prefácio Vítor Neto Setembro
Primeira biografia de fôlego sobre José Tomás da Fonseca (1877-1968) e o seu tempo, a presente obra analisa a vida polémica desta personalidade de impressionante produção literária e actividade intelectual. Cruzando dois séculos e vários regimes políticos, nela se traça o percurso de Tomás da Fonseca, desde as origens humildes deste ex-seminarista e pedagogo até à sua afirmação como uma referência incontornável do anticlericalismo português, que nos legou Na Cova dos Leões, um dos mais emblemáticos textos subversivos impressos em Portugal durante o salazarismo e que desconstrói as visões e o culto de Fátima. |
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O Palácio do Riso
GERMÁN MARÍN
(ROMANCE)
tradução Helena Pitta prefácio Roberto Merino posfácio Júlio Henriques Outubro
O Palácio do Riso (1995) recria, entre passado e presente, a história da Villa Grimaldi, um dos maiores centros de tortura na Argentina, durante a ditadura de Pinochet, também apodado jocosamente de Palácio do Riso pelos agentes da polícia política. Quando um narrador, nunca nomeado, revisita o edifício, o passado feliz da casa funde-se com um legado de barbárie e com as vivências de quem enfrenta o horror de olhos bem abertos. História de decadência de um país, é uma viagem ao coração de um trauma pela mão experiente de um autor que sempre condenou abertamente a ocultação colectiva de infâmias. Germán Marín (n. 1935, Santiago do Chile) é autor de um conjunto de obras de grande força e com carácter reconhecidamente polémico. Figura maior das letras chilenas, move-se pela literatura como pela vida: de forma franca e frontal. Passou a adolescência em Buenos Aires e, nos anos 60, regressou ao Chile, onde colaborou activamente com a Quimantú, a editora impulsionada por Allende. O golpe militar de Pinochet obrigou-o a exilar-se no México. Vive no Chile desde 1992 e publicou Fuegos artificiales e Círculo Vicioso, entre outras obras. |
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Kitsch Um Estudo sobre a Degenerescência da Arte
FRITZ KARPFEN
(ENSAIO)
tradução João Tiago Proença
Outubro
Ensaio escrito em 1925, este texto é uma das primeiras referências significativas sobre o kitsch, fenómeno que acompanha historicamente, como uma sombra, as vanguardas artísticas. Nesta reflexão inaugural, polémica e com humor, Fritz Karpfen escalpeliza a função dormitiva pequeno-burguesa do kitsch nas suas múltiplas encarnações, que vão do exótico-colonial à arte religiosa, do interior consolador à compensação social generalizada. |
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Pastoralia
GEORGE SAUNDERS
(CONTOS)
tradução e prefácio Rogério Casanova
Novembro
Frequentemente comparado a David Foster Wallace, e discípulo de Donald Barthelme, George Saunders (n. 1958) teve um trilho sui generis e neo-kerouaciano, que, segundo o prefaciador, «costuma resultar em boas notas biográficas e péssimos saldos bancários», antes de se ter formado em escrita criativa e leccionado na Universidade de Syracuse. Ler George Saunders é mergulhar num mundo de humor idiossincrático, em que as distopias já se concretizaram, e cujas principais vítimas, no entanto, declaram obedientemente a sua vontade em cumprir as regras abstrusas do sistema. Conjunto de contos premiados e publicados na New Yorker, Pastoralia (2000) é puro George Saunders, encerrando o seu registo mais singular e caracterísico, e inclui «Sea Oak», um dos textos mais memoráveis do autor. |
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O Tempo dos Assassinos Um Estudo sobre Rimbaud
HENRY MILLER
(ENSAIO)
tradução José Miranda Justo
Setembro
Depois da publicação d’Os Livros da Minha Vida, a Antígona recupera O Tempo dos Assassinos (1946), de Henry Miller, livro esgotado há vários anos em Portugal. Mais do que uma biografia ou estudo literário sobre um dos maiores poetas franceses, este ensaio é um capítulo fascinante da própria autobiografia espiritual de Henry Miller. Elegendo Rimbaud como o profeta do colapso, o sábio de Big Sur disserta magistralmente sobre o papel do poeta e do artista numa civilização doente e sobre as suas contrariedades e provações, num exercício de condenação de todos os sistemas que sufocam os instintos vitais do homem. |
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O Direito à Preguiça
PAUL LAFARGUE
(ENSAIO)
tradução José Alfaro Outubro
Crítica à «estranha» loucura que se apoderou do homem e da sociedade moderna, e que dá pelo nome de «amor ao trabalho», O Direito à Preguiça (1880) é um panfleto clássico, escrito por Paul Lafargue, genro de Karl Marx. Combinando argúcia e humor, este ensaio conserva toda a sua actualidade e relembra-nos de que, numa era em que tempo é dinheiro e em que o trabalho «mata as faculdades mais belas do homem», o direito à preguiça e ao uso do tempo a nosso bel-prazer são liberdades fundamentais do ser humano. |
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Conta-me Uma Adivinha
TILLIE OLSEN
(CONTOS)
tradução Manuela Gomes posfácio Diana V. Almeida
Outubro
Conta-me Uma Adivinha (1961) reúne quatro dos melhores contos de Tillie Olsen, revelando a voz de uma América que tivera pouca expressão até então: «Estou aqui a engomar» dá voz a uma mãe preocupada, que realiza tarefas domésticas; «Eh, marujo, que navio?» relata o progressivo isolamento de um homem embarcado, cada vez mais perdido no álcool; «Oh, sim» debruça-se sobre o racismo na sociedade negra; e o conto que dá nome à colectânea, «Conta-me Uma Adivinha», acompanha o declínio físico de uma matriarca. Tillie Olsen (1912-2007), activista e prestigiada escritora norte-americana, ganhou notoriedade na década de 1930, tendo publicado textos na New Republic e na Partisan Review. Espírito rebelde, denunciou na sua obra a dureza das condições de vida das classes obreiras, celebrando, em simultâneo, a esperança na mudança. Sempre cultivou a escrita literária num quotidiano exigente e atribulado, e o activismo político dos primeiros anos nunca esmoreceu. |
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Contos Escolhidos
ZAMIATINE
tradução Nina Guerra e Filipe Guerra
Novembro
Contos Escolhidos é precedido de «Carta a Estaline», texto breve mas elucidativo da vida de um escritor durante a ditadura opressiva de Estaline, no qual Zamiatine pede autorização para se ausentar do país e regressar apenas «quando for possível servir, na literatura, as grandes ideias sem se ter de obsequiar pessoas insignificantes». Contos Escolhidos inclui um punhado dos melhores contos do autor da pioneira distopia Nós, ordenados cronologicamente, entre os quais «O Dragão», O Norte, «O Xis», «A Caverna» e «Inundação», textos que nos permitem apreciar a magnífica prosa de Zamiatine, em toda a sua profundidade e riqueza. |
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Políticas da Inimizade
ACHILLE MBEMBE
(ENSAIO)
tradução Marta Lança
Novembro
Depois de Crítica da Razão Negra, Achille Mbembe, filósofo e historiador camaronês, professor em universidades dos EUA e na África do Sul, debruça-se neste ensaio sobre a inimizade – que se amplia sem cessar e que se reconfigura à escala global – como sacramento da nossa época. Reflexão pertinente e actual no contexto de novos movimentos migratórios, do estreitamento do mundo e da brutalidade das fronteiras, Políticas da Inimizade disseca a patologia do racismo, criticando nacionalismos atávicos e propondo os fundamentos de uma nova política da humanidade. |
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