Nosso comentário:
Pelas notícias que lemos e que vão saindo amiúde sobre a tentativa de formação de um novo governo, não parece nada fácil nesta democracia portuguesa respeitar-se o próprio significado da palavra "Democracia".
As pressões para que tal não aconteça são mais que muitas, ele são os media, ele são os comentadores ao serviço do poder, ele são os "cavalos de Tróia" infiltrados nos partidos a desferirem jogada sobre jogada, enfim...
é nestas alturas que se toma consciência que parecemos condenados ao "caminho único" chame-se o que se chamar a estes regimes políticos em que vivemos.
Está cada vez mais provado que de "democráticos" quase só já têm o nome.
Agora mesmo assistimos em Portugal a uma tentativa de intoxicação da opinião pública para que esta se convença de que tudo o que for diferente desse tal "caminho único", imposto ou a impor, será perigoso e impossível de intentar.
O medo está outra vez aí.
Digo outra vez porque ainda me foi dado viver alguma juventude em plenos regimes de Salazar e Marcelo e sei o quanto custava usar publicamente uma simples palavra reprovada pelo regime ditatorial.
O medo está de volta.
Medo de perder o salário, medo de não arranjar emprego, medo que falte o dinheiro nos bancos, medo de Bruxelas, medo de não ter futuro, medo de não ter presente, medo, medo, medo...
Até quando? será que este medo veio para ficar, ou restará ainda aos homens eleitos para serem líderes uma ponta de coragem, de independência, de brio, para contrariar a tendência tenebrosa de um sórdido, insípido, desconhecido "caminho único"?
Certo que restam ainda umas pontas de liberdade, mesmo considerando que vivemos em uma sociedade cada vez mais controlada e policiada.
Porém, ante o que vejo, receio bem que mesmo estas preciosas pontas de liberdade se vão secando, uma após outra, já que nem uns meros resultados eleitorais de eleições livres podem ser aplicados na formação de um governo legítimo delas resultante.
Outra vez os "perigosos esquerdistas", expressões a fazer lembrar o mórbido tempo de Salazar e Marcelo. Outra vez o perigo dos comunistas. Outra vez a falta de democracia. Outra vez a manipulação da informação. Outra vez o desrespeito pela vontade popular.
Será possível meus senhores, contrariar ainda um tal retrocesso?
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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