Eu próprio estou espantado com a evolução dos acontecimentos na política portuguesa. Não tenho nada de extremista, sempre me bati na vida pessoal, como na vida em sociedade por uma postura equilibrada.
Eis senão quando, me deparo na presente conjuntura nacional pós-eleitoral com gente considerada "equilibradíssima", a perder a compostura e a soltar fortes atoardas e insultos, não próprios de gente supostamente educada e composta.
A intolerância de quem realmente não aceita os outros. Gente que se agarrou ao poder de uma maneira feroz mesmo quando posta lá com ajudas e colinhos vindos de todas as bandas.
Estou deveras espantado sobretudo com a hipocrisia do discurso arquitetado por muita gente. Gente que queria fazer parecer que não concordava com as políticas atrozes da governação e, quando a vêem em perigo, em queda, bloqueada, saem dos esconderijos dessa bonomia de pensamento "porreiro" com que queriam iludir-nos e zás.
Toca de perderem a disfarçada sensatez e desatam a disparar em todas as direções, sobretudo numa realidade que parece fazer-lhes mossa.
A esquerda política portuguesa ganhou as eleições legislativas e está apta a assumir uma governação credível com políticas diferentes e bem mais amigas do cidadão.
O culpado é o Costa, dizem. O PS é de direita, querem eles agora. Dava-lhes jeito que fosse. Uma muleta macia e dócil que serviria na perfeição para os perpetuar no poder.
Mas o PS não só não é um partido de direita nem parece querer ser a muleta macia e dócil tão necessária ao dueto em queda: Coelho e Portas.
Costa parece determinado em incluir todos os portugueses e não apenas alguns nas responsabilidades governativas da nação lusa.
Costa tem essa capacidade de reunir consensos, é um homem de diálogo. Tem disso fama e provas no terreno mais que dadas.
Estas capacidades que Costa tem assustam a direita. Uma direita que impõe o que quer, que não olha a meios nem a fins para fazer o que faz e o que lhe mandam fazer.
Uma direita que quer tomar conta de Portugal e da Europa.
Finalmente, uma direita que está assustada porque descambou para uma zona, essa sim, perigosíssima, de extrema direita, da política do medo, que há que contrariar.
Os portugueses não podem pois deixar de estar atentos a tais perigos, esses sim bem reais, os perigos da extrema direita.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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