Nosso comentário:
O casamento político do CDS com o PSD parece sofrer de uma grave crise de sobrevivência.
Desta feita a coisa parece grave, tendo em conta que outras ocasiões houve de certa gravidade. Todavia, como em outras uniões, lá foram resolvendo birras e quezílias, só que agora a situação é tensa, densa, um beco sem saída, uma relação tornada impossível.
Culpam o PS partido que, apesar de mal tratado e ofendido por eles de todas as formas e feitios, deveria ter por "missão histórica e patriótica" o dever de os manter unidos a apoiar todas as marmeladas e porcarias constantes da sua agenda matrimonial.
Os portugueses conhecem bem, infelizmente na pele, essa agenda.
O PS fez-lhes um manguito, levou a sério os insultos mais que muitos e não lhes quer dar de mão beijada o aval a atos pouco dignos de caminho seguido e a seguir e com os quais está em total discordância.
E aqui é que está o cerne da questão.
O PS não só não aceita "casar-se com os partidos de direita" como prefere os partidos à sua esquerda, PCP e o BE, para uma relação séria e de compromisso mais a gosto.
O padrinho do casamento da direita sobressaltada, Cavaco Silva, terá que gerir a situação de que ele próprio é o principal responsável.
Deu-lhes a mão, protegeu-os, amparou-os, também se esteve nas tintas para o PS, ignorou a real importância de PCP e BE...
agora, resta-lhe fazer como o rei D. José fez em pleno terramoto de Lisboa.
Ante a adversidade, no caso vertente não é um terramoto, mas um matrimónio em queda livre, resta ao PR perguntar ao Marquês de Pombal:
-Que fazer Marquês?
Pois é, só que agora já não há marquês e o dr. Cavaco Silva terá que fazer pela vida e terminar o seu 2.º mandato presidencial a esticar a corda que ele tem tentado segurar com unhas e dentes, e vai segurá-la até ela rebentar.
Parece o desfecho mais provável deste 2.º mandato do sr Presidente da República, numa altura em que indigitou Passos Coelho para formar um governo para 4 anos.
Dada a conjuntura e prometido que está o total chumbo do governo no Parlamento, tratar-se-à não de um governo com ministros para 4 anos, mas de um governo com "ministros a dias".
Pelo menos é o que parece provável.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
Sem comentários:
Enviar um comentário