sexta-feira, outubro 30, 2015

Nova posse do velho governo


Nosso comentário:

Por acaso hoje, ao contrário dos últimos dias, a chuva aqui em Lisboa passou ao lado. 
O mesmo não aconteceu com o governo de Passos Coelho que, ao invés de passar ao lado, não. 
Caiu-nos mesmo em cima.
O sr. Presidente da República empossou o novo 1.º ministro, que por acaso é o mesmo, após um desfile de carrões despejando os notáveis a empossar (ministros e secretários de Estado) 
Como vem sendo alvitrado por toda a comunicação social, parece tratar-se de uma posse efémera para aquela gente toda, já que se prevê que o programa a apresentar por eles na Assembleia da República será chumbado pela maioria dos deputados.
Mesmo assim houve a cerimónia, cumpriu-se a tradição, os empossados tiveram a amabilidade de depositar a sua assinatura num livro constituído para tal, e aconteceram ainda dois discursos a preencher o solene momento.
Falou primeiro o sr. Presidente da República, depois o sr. Primeiro Ministro.
Disseram pouco, quase nada, os semblantes eram murchos, fico com a ideia nestes últimos tempos de que à ex-maioria que governou o país estes 4 anos, agora minoria, lhes está a custar muito deixar o poleiro.
Enfim, pode ser só impressão minha.
Outra impressão que me fica, esta mais grave sobretudo para o conceito de democracia, é a de que pode haver muitos partidos e partidecos, montes deles, confira-se o boletim de voto das eleições, mas só se não crescerem muito e não forem perigosos é que serão aceites (tolerados) pelos que se têm proclamado até aqui como sendo os donos do arco da governação.
Grave mesmo.
Ora ao que parece a direita tem encostado demasiado à direita e o partido que normalmente ocupava parte do centro e centro esquerda desta feita não aguentou.
O Partido Socialista incompatibilizou-se frontalmente com políticas seguidas pelo executivo de Passos Coelho e Portas. Por eles enxovalhado e desprezado, o PS não conseguiu servir de moleque ou muleta a uma direita tão extremada, a políticas tão anti-pessoas, a um regime de "quanto mais pobres melhor", a um governo que cortou nos salários, pensões e prestações sociais para financiar a banca, a um governo que colocou os portugueses outra vez na crista da onda da emigração.
O caldo ficou entornado. 
Com toda a esquerda a querer viabilizar uma alternativa de governo liderado pelo PS, com políticas diferentes e com múltiplos pontos em comum, se dúvidas houvesse, logo se esfumaram.
Passos Coelho e a sua política de direita apadrinhada pelo sr. Presidente da República desde o 1.º momento, parecem encontrar-se num beco sem saída.
Ante a arrogância com que, PR e governo presentearam a esquerda, menorizando-a e maltratando-a, arriscam-se agora a engolir alguns sapos, pois a alternância democrática tem que se aceitar doa a quem doer. 
E nota-se que está a doer mesmo muito a quem se convenceu, talvez por imaturidade, talvez por má fé, não sei bem, que o "caminho único" eram favas contadas.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


terça-feira, outubro 27, 2015

Governo com "ministros a dias"?


Nosso comentário:

O casamento político do CDS com o PSD parece sofrer de uma grave crise de sobrevivência.
Desta feita a coisa parece grave, tendo em conta que outras ocasiões houve de certa gravidade. Todavia, como em outras uniões, lá foram resolvendo birras e quezílias, só que agora a situação é tensa, densa, um beco sem saída, uma relação tornada impossível.
Culpam o PS partido que, apesar de mal tratado e ofendido por eles de todas as formas e feitios, deveria ter por "missão histórica e patriótica" o dever de os manter unidos a apoiar todas as marmeladas e porcarias constantes da sua agenda matrimonial.
Os portugueses conhecem bem, infelizmente na pele, essa agenda.
O PS fez-lhes um manguito, levou a sério os insultos mais que muitos e não lhes quer dar de mão beijada o aval a atos pouco dignos de caminho seguido e a seguir e com os quais está em total discordância.
E aqui é que está o cerne da questão. 
O PS não só não aceita "casar-se com os partidos de direita" como prefere os partidos à sua esquerda, PCP e o BE, para uma relação séria e de compromisso mais a gosto.
O padrinho do casamento da direita sobressaltada, Cavaco Silva, terá que gerir a situação de que ele próprio é o principal responsável. 
Deu-lhes a mão, protegeu-os, amparou-os, também se esteve nas tintas para o PS, ignorou a real importância de PCP e BE...
agora, resta-lhe fazer como o rei D. José fez em pleno terramoto de Lisboa.
Ante a adversidade, no caso vertente não é um terramoto, mas um matrimónio em queda livre, resta ao PR perguntar ao Marquês de Pombal: 
-Que fazer Marquês?
Pois é, só que agora já não há marquês e o dr. Cavaco Silva terá que fazer pela vida e terminar o seu 2.º mandato presidencial a esticar a corda que ele tem tentado segurar com unhas e dentes, e vai segurá-la até ela rebentar.
Parece o desfecho mais provável deste 2.º mandato do sr Presidente da República, numa altura em que indigitou Passos Coelho para formar um governo para 4 anos. 
Dada a conjuntura e prometido que está o total chumbo do governo no Parlamento, tratar-se-à não de um governo com ministros para 4 anos, mas de um governo com "ministros a dias".
Pelo menos é o que parece provável.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira



segunda-feira, outubro 26, 2015

Futebol, a Sogra e Jesus Cristo


Nosso comentário:

Para descontrair de tanto acontecimento para digerir, político, desportivo, e não só, limito-me hoje a partilhar uma anedota que recebi via e-mail e cuja temática tem sempre a sua piada.
O dia que passou foi um domingo, um domingo de futebol aqui em Portugal, diga-se. 
Defrontaram-se entre si nem mais nem menos do que os atuais quatro melhores clubes portugueses.
O Benfica recebia o Sporting, com quem perdeu por 0-3 e o Porto recebia o Braga com quem empatou 0-0.
Talvez, assim à primeira vista, um tanto inesperados estes resultados...
Ou talvez não!
O futuro o confirmará.
Por isso mesmo, ante tais resultados, e porque há muito português menos contente com as proezas do "seu" clube, aqui fica uma anedotazinha para aliviar as agruras da bola.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


A SOGRA
 
Um marido ganhou num sorteio, 3 passagens para Jerusalém.

Chegou em casa, contou para a esposa, mandou ela arrumar as malas e foi ligando para chamar também a mãe dele, quando começou uma grande discussão, um grande debate, com a esposa que queria levar a mãe dela.
Para dar final na briga ele concordou em levar a mãe dela (a sogra).
 
Chegando lá, estavam visitando os locais onde Cristo passou quando de repente a sogra, emocionada, passa mal.
 
Levam a velha para o hospital e ela acaba morrendo.
 
O marido conversando com o pessoal do hospital, para ver o que ia fazer, perguntou quanto custava o enterro em Jerusalém.

Disseram que na moeda Portuguesa, seriam uns  1.000,00 .
Perguntou também quanto ficaria para mandar o corpo para o Portugal. Responderam que com o transporte e tudo ficaria uns  10.000,00 €.

O marido então escolheu mandar para  Portugal.
O pessoal do hospital e a esposa olharam espantados para ele sem entender, e perguntaram por que mandar o corpo para  Portugal se é muito mais caro?

O marido respondeu: -
- Vocês já tiveram um caso de ressurreição aqui... Prefiro não arriscar...

sexta-feira, outubro 23, 2015

Cavaco falou ameaçador e deprimido


Nosso comentário

Após a comunicação ao país do Sr. Presidente da República na noite de ontem (20 horas do dia 22/10 em Portugal Continental, não consigo ficar sem dizer meia dúzia de palavras aqui no blog, a respeito do evento.
Ora bem, no dia 4 de Outubro passado, como largamente se noticiou houve em Portugal eleições para a Assembleia Legislativa (Parlamento) a fim de serem eleitos 230 deputados.
Eu, como bom cidadão que sou, ciente do meu papel na vida política, social e económica do meu país, lá fui à mesa de voto que correspondia à minha morada, colocar a cruzinha no boletim de voto aí disponível.
Há que dizer que o Boletim de Voto impressionava. Estava bem recheado, com cerca de de 20 partidos e coligações prontas a receber a cruzinha do eleitor.
Disse de mim para mim, ante tal fartura, que a democracia em Portugal estava viva com uma pujança fantástica, já que as opções eram mais que muitas.
Apesar de continuarem a abster-se muitas pessoas, quase metade dos possíveis eleitores, não via razão para tal pois encontrariam decerto um partido ou coligação mais a contento da sua ideia ou até para expressarem a falta dela.
Bom, eram tantas as opções traduzidas em símbolos, que tive de confirmar bem o lugar onde se encontrava aquele em que me dispusera votar.
Concentrado, lá o descobri no meio de tantos outros. Lá depositei a minha cruz com cuidado no sítio que pareceu mais correto à convicção que me assiste como mais adequada à atualidade lusa.
Até aqui tudo normal.
Eis senão quando, ouvindo ontem o Senhor Presidente da República, num discurso de poucos minutos, fiquei como quase sempre fico quando o ouço, baralhado.
Pelos vistos, os símbolos colocados nos boletins de voto são para enfeitar mesmo. A democracia que eu dizia de mim para mim que estava pujante não passava de uma farsa.
Só podem governar os partidos X e Y. Os outros, mesmo os maiores, já nem falando nos pequeninos , são mesmo para enfeitar o "pluripartidarismo da treta". Esses não podem governar.
Fiquei mais uma vez estupefacto. 
O Sr Presidente da República ignorando o 5 de Outubro, ignorando o 25 de Abril, ignorando a nova constituição do Parlamento, ignorando ser ele o fiel representante de todos os portugueses...
nomeou o líder do seu partido (PSD) minoritário e que os portugueses rejeitaram nas urnas, como 1.º ministro do novo governo.
Uma pura perda de tempo, um custo escusado para o país, em tempo e em dinheiro.
O governo do Sr. PR tem os dias contados, é minoritário, não tem apoios, não passa no Parlamento.
Para quê então insistir? porquê tamanha obstinação e resistência à nova realidade nacional? 

Cavaco falou ameaçador e deprimido.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira

quarta-feira, outubro 21, 2015

Retorno ao tempo de Salazar e Marcelo?


Nosso comentário:

Pelas notícias que lemos e que vão saindo amiúde sobre a tentativa de formação de um novo governo, não parece nada fácil nesta democracia portuguesa respeitar-se o próprio significado da palavra "Democracia".
As pressões para que tal não aconteça são mais que muitas, ele são os media, ele são os comentadores ao serviço do poder, ele são os "cavalos de Tróia" infiltrados nos partidos a desferirem jogada sobre jogada, enfim...
é nestas alturas que se toma consciência que parecemos condenados ao "caminho único" chame-se o que se chamar a estes regimes políticos em que vivemos.
Está cada vez mais provado que de "democráticos" quase só já têm o nome.
Agora mesmo assistimos em Portugal a uma tentativa de intoxicação da opinião pública para que esta se convença de que tudo o que for diferente desse tal "caminho único", imposto ou a impor, será perigoso e impossível de intentar.
O medo está outra vez aí. 
Digo outra vez porque ainda me foi dado viver alguma juventude em plenos regimes de Salazar e Marcelo e sei o quanto custava usar publicamente uma simples palavra reprovada pelo regime ditatorial.
O medo está de volta. 
Medo de perder o salário, medo de não arranjar emprego, medo que falte o dinheiro nos bancos, medo de Bruxelas, medo de não ter futuro, medo de não ter presente, medo, medo, medo... 
Até quando? será que este medo veio para ficar, ou restará ainda aos homens eleitos para serem líderes uma ponta de coragem, de independência, de brio, para contrariar a tendência tenebrosa de um sórdido, insípido, desconhecido "caminho único"?
Certo que restam ainda umas pontas de liberdade, mesmo considerando que vivemos em uma sociedade cada vez mais controlada e policiada.
Porém, ante o que vejo, receio bem que mesmo estas preciosas pontas de liberdade se vão secando, uma após outra, já que nem uns meros resultados eleitorais de eleições livres podem ser aplicados na formação de um governo legítimo delas resultante.
Outra vez os "perigosos esquerdistas", expressões a fazer lembrar o mórbido tempo de Salazar e Marcelo. Outra vez o perigo dos comunistas. Outra vez a falta de democracia. Outra vez a manipulação da informação. Outra vez o desrespeito pela vontade popular.
Será possível meus senhores, contrariar ainda um tal retrocesso?

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira



segunda-feira, outubro 19, 2015

Caldo entornado... Nova sopa!


Nosso comentário:

Cavaco Silva, presidente da República Portuguesa, vai fazendo o que todos já adivinhamos de antemão que fará. Lá anda a cumprir a praxe, tem que ser, nesta fase a reunir com "todos" para nomear um de entre os convocados, que em seu entender lhe pareça mais aconselhado a tomar as rédeas da governação.
Só que os comentadores de serviço nas televisões já nos têm dito tudo, a imprensa escrita idem aspas, pelo que nos próximos tempos nada de novo se passará que não se saiba.
Só tempo perdido e a tentativa de que tudo possa voltar para trás, que o passar do tempo jogue a favor dos escorraçados pelas recentes eleições legislativas.
Para quem não sabe, cidadãos de outros países e outros, os escorraçados das eleições são os da linha direitista de Cavaco Silva. 
Têm pois que trabalhar arduamente em conjunto o caldo que se entornou e ao que parece lhes custa a engolir depois de entornado.
Apesar de a coisa estar feia para eles, a sopa difícil de voltar à tigela sem um qualquer golpe de magia, parecem mais agarrados ao poder que nunca.
Não estão a aceitar a derrota de ânimo leve, incrédulos que estão com a nova composição parlamentar saída das eleições.
Tudo farão para arrebanhar a sopa entornada e evitar que surja uma nova sopa com sabores e paternidades novas.
Como farão isso, não sei. Só sei que tudo farão para isso.


Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


PS. Já que falei em sopa, deixo-lhes um texto, para desanuviar, que também tem a ver com sopa, mais propriamente com"culinária". Os meus sinceros agradecimentos a quem mo enviou.


Origem dos livros de receitas

O mais antigo livro de cozinha de que há conhecimento é atribuído ao Grego Arquéstrato (séc. IV A.C.) 
Contudo, não chegou aos nossos dias. 
Um pouco mais tarde Ateneu e depois Apício deixaram textos que constituiram durante um longo período da História importante matéria em termos culinários.
O primeiro livro de Cozinha da Idade Média é um tratado em Francês Antigo, do inicio do séc. XIV. Tinha uma forte componente à base de especiarias e pratos de peixe e caça.
Viandier de Taillevent (1380) e Menagier de Paris (1392) foram os primeiros "cozinheiros"difundindo métodos de preparação, técnicas de cozinha e receitas. 
Até ao séc. XVII continuaram a ser obras de referência.
A primeira grande revolução dá-se com os cozinheiros italianos que acompanhavam Catarina de Médicis. Introduziram pratos com açúcar, doces, compotas.
"Le Bastiment de Recettes"publicado em Veneza e traduzido em Lião, ao mesmo tempo (1541) é um manual de confeitaria.
Durante o Renascimento, os médicos reais fixam as melhores horas para as refeições.
O séc. XVIII viu florescer mais livros de culinária. A Revolução Francesa traz novas formas de encarar a "A arte culinária".

No séc. XX os livros de Culinária aumentaram  e espalharam-se por todo o Mundo.

sábado, outubro 17, 2015

Direita enervada perde compostura


Eu próprio estou espantado com a evolução dos acontecimentos na política portuguesa. Não tenho nada de extremista, sempre me bati na vida pessoal, como na vida em sociedade por uma postura equilibrada.
Eis senão quando, me deparo na presente conjuntura nacional pós-eleitoral com gente considerada "equilibradíssima",  a perder a compostura e a soltar fortes atoardas e insultos, não próprios de gente supostamente educada e composta.
A intolerância de quem realmente não aceita os outros. Gente que se agarrou ao poder de uma maneira feroz mesmo quando posta lá com ajudas e colinhos vindos de todas as bandas.
Estou deveras espantado sobretudo com a hipocrisia do discurso arquitetado por muita gente. Gente que queria fazer parecer que não concordava com as políticas atrozes da governação e, quando a vêem em perigo, em queda, bloqueada, saem dos esconderijos dessa bonomia de pensamento "porreiro" com que queriam iludir-nos e zás. 
Toca de perderem a disfarçada sensatez e desatam a disparar em todas as direções, sobretudo numa realidade que parece fazer-lhes mossa. 
A esquerda política portuguesa ganhou as eleições legislativas e está apta a assumir uma governação credível com políticas diferentes e bem mais amigas do cidadão.
O culpado é o Costa, dizem. O PS é de direita, querem eles agora. Dava-lhes jeito que fosse. Uma muleta macia e dócil que serviria na perfeição para os perpetuar no poder.
Mas o PS não só não é um partido de direita nem parece querer ser a muleta macia e dócil tão necessária ao dueto em queda: Coelho e Portas.
Costa parece determinado em incluir todos os portugueses e não apenas alguns nas responsabilidades governativas da nação lusa.
Costa tem essa capacidade de reunir consensos, é um homem de diálogo. Tem disso fama e provas no terreno mais que dadas.
Estas capacidades que Costa tem assustam a direita. Uma direita que impõe o que quer, que não olha a meios nem a fins para fazer o que faz e o que lhe mandam fazer.
Uma direita que quer tomar conta de Portugal e da Europa.
Finalmente, uma direita que está assustada porque descambou para uma zona, essa sim, perigosíssima, de extrema direita, da política do medo, que há que contrariar.
Os portugueses não podem pois deixar de estar atentos a tais perigos, esses sim bem reais, os perigos da extrema direita.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira

quinta-feira, outubro 15, 2015

Shulz com Costa e opção de esquerda


Nosso comentário:

Talvez surpreenda alguns auto-denominados "esquerdistas" do Partido Socialista de Portugal esta declaração do presidente do Parlamento Europeu.
Por isso mesmo lhe dou o destaque merecido no blog.
É que nos últimos dias, envoltas em nevoeiro, têm surgido declarações extemporâneas, estranhas até, de alguns supostos "esquerdistas" do PS que de esquerdistas só terão a verborreia.
Escuso-me mencionar nomes, mas muita gente atenta a estas coisas já identificou um ou outro a quem assenta como luva o que acabo de afirmar.
Ora, por estas e por outras, ainda bem que os resultados das eleições foram os que foram. Ainda bem que o PS teve a votação que teve que não lhe dá margem para continuar a fazer de conta. 
Estas eleições colocaram uma pergunta muito concreta a esse importante partido da política portuguesa. Pergunta essa que lhe foi claramente colocada nas urnas pelo voto do povo português:
Partido Socialista és de esquerda ou de direita?
Tal e qual isto.
É uma pergunta difícil de responder, eu sei, a política tem as suas próprias manhas, curvas e contracurvas, mas chega-se a um tempo em que não dá mais para disfarçar. 
Coube a António Costa a ocasião de lhe responder. 
Coube a António Costa esta ocasião única para o PS, única para a esquerda em geral. 
Ora, pertencerá o PS à maioria do arco da governação que dá jeito agora ser enfatizada por Passos Coelho em jeito de bengala, ou pertencerá o PS a uma maioria de esquerda que ora tem condições para formar governo e tirar do poleiro os que para lá foram levados às costas e nas circunstâncias conhecidas?
É o Partido Socialista um partido de gente de bem, fixe, capaz, unida, ou não será mais que um partido ao sabor da corrente, balançando para um lado e para o outro?
Bengala de uma governação que Portugal não quer, ou um partido chave, a espinha dorsal de um Portugal democrático?

PS. Deixo as afirmações do presidente do Parlamento Europeu Martin Shulz

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira



Schulz considera "absolutamente normal" PS buscar aliados à esquerda

O presidente do Parlamento Europeu, Martin Shulz, considerou hoje "absolutamente normal" que o secretário-geral do PS "tente encontrar aliados à esquerda" para formar governo e admitiu que gostaria de ver o seu "amigo António Costa" tornar-se primeiro-ministro. Questionado sobre a situação política em Portugal, à entrada para uma reunião do Partido Socialista Europeu, família à qual pertence, Schulz considerou "absolutamente normal que o presidente de um partido da esquerda tente encontrar aliados à esquerda", mas admitiu que neste momento é muito difícil em Portugal a formação de um governo, "tanto para o governo cessante como para o PS".

"Não cabe ao presidente do Parlamento Europeu intervir, mas julgo que é compreensível que eu deseje que o meu amigo António Costa se torne primeiro-ministro", concluiu o político alemão.
António Costa participa na reunião dos Socialistas Europeus que antecede a cimeira de chefes de Estado e de Governo, enquanto o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, participa na reunião do Partido Popular Europeu (PPE), antes de participar, como primeiro-ministro em exercício, no Conselho Europeu.
Também a porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, se encontra em Bruxelas, para vários encontros, entre os quais com a presidente do Grupo da Esquerda Unitária, Gabriele Zimmer, e com o líder do Syriza e primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.


terça-feira, outubro 13, 2015

António Costa fará história?


Nosso comentário:


Mais uma reunião importante havida hoje para encontrar entendimentos entre as forças políticas com assento parlamentar.
Uma reunião que juntou nem mais nem menos as duas forças políticas mais votadas nas últimas eleições: A coligação de direita, que tem governado o país nos últimos anos e o partido socialista. 
Parece que tal encontro terminou sem que as duas forças em diálogo se entendessem em pontos fundamentais para cada uma delas.
Numa imagem muito minha e em modo de flash diria que sobressai no partido socialista um discurso virado para as pessoas, pleno de sensibilidade social, já a coligação prefere a frieza da austeridade sobre austeridade passando para o comum dos cidadãos a imagem de uma insensibilidade social, uma incapacidade de olhar e sentir a vida das pessoas.
Talvez aqui a maior razão pela qual o líder socialista, António Costa, se incline cada vez mais para um diálogo construtivo e decisivo com os partidos à sua esquerda, parecendo afastar de vez a hipótese de um qualquer acordo de governação com a austeritária coligação de direita .
Dito isto e, seja qual for o desfecho das negociações desenvolvidas pelo líder socialista, uma coisa se pode desde já afirmar: 
António Costa ficará na história da política portuguesa caso venha a formar uma coligação com o partido comunista português e com o bloco de esquerda.
Se tal acontecer, António Costa provará a Portugal, à Europa e ao mundo que afinal neste país a democracia está viva e funciona.
Que a nova maioria de deputados representada no Parlamento e saída após as eleições é respeitada, logo o voto maioritário dos portugueses não foi em vão.
Provará ainda que "democracia" não significa caminho único e que os partidos que se apresentam legitimamente a eleições não servem apenas para decoro dos boletins de voto.
Finalmente, Costa fará história por dar enfim ao partido socialista a iniciativa de unir "esquerdas responsáveis" para assumirem responsabilidades governativas.
Se o conseguir ganhará a democracia, ganharão os partidos a quem se abrem novas responsabilidades, ganhará o prestígio democrático de Portugal.
Se tal não acontecer, será apenas mais do mesmo, uma sensaboria de "caminho único" sem chama, sem cidadania, sem respeito pela vontade popular expressa nas urnas.
Perder-se-há uma oportunidade de ouro.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira



domingo, outubro 11, 2015

Costa, o epicentro da política nacional


Costa é o epicentro da política nacional.
De repente, após as eleições legislativas, o ex-Presidente da Câmara de Lisboa tem muita coisa nas suas mãos. 
Isto apesar de a votação por ele conseguida nas eleições legislativas do passado dia 4 de Outubro ter ficado longe do desejado.
Mesmo assim, Costa pode fazer história. 
Pode, em teoria pelo menos, levar por diante algo que nunca foi intentado desde que há liberdade e democracia em Portugal.
Ou seja, fugir ao politicamente correto, "governo eu ou governas tu?". 
Costa pode fugir à chamada alternância democrática dos partidos vulgarmente designados como sendo os do arco da governação.
Pode provar que afinal a democracia existe, que o voto dos cidadãos é respeitado. 
Por vocação própria, pela imagem que transmite, o líder socialista sabe e gosta de dialogar. Parece ser uma homem com coragem suficiente para dar a si próprio e aos partidos escolhidos maioritariamente pelo povo português de uma forma inequívoca (PS, PCP e BE) uma oportunidade de serem uma alternativa válida de governação.
Costa pode assim quebrar o enguiço de existirem partidos que "podem ser governo" e "partidos que não podem ser governo". 
Costa está como peixe na água, pode quebrar o ciclo mais que gasto da governação cinzenta e previsível do arco da governação.
Se o fizer, se tiver essa coragem, ficará desde já na história da política portuguesa por trazer sem medo correntes de pensamento até agora consideradas "excluídas" das decisões a nível da governação de Portugal. 
Correntes de pensamento essas, que não deixarão de enriquecer com pinceladas inovadoras e próprias, este presente paralisante e cinzento que delas tanto carece.
Via há momentos na televisão os senhores governantes da Alemanha e da França, Sr.ª Merkel e sr. Hollande, muito preocupados com a Europa. Não aos nacionalismos diziam, sim a um caminho comum. Um caminho europeu, digamos.
Ainda bem que estão preocupados em prosseguir com a União Europeia. Em renová-la. Em torná-la mais eficiente, unida  e atuante. Só que ao apontarem um caminho, se for o seu próprio caminho, sem terem em conta os outros, podem suscitar dúvidas fundadas nesses países, que não se contentarão de forma pacífica e cordata com as sobras e os ditames de um qualquer Diretório.
Por isso, Portugal tem que estar atento. Atento e presente no momento que vive. Tem que pensar na Europa claro, mas não pode de forma alguma descurar as suas especificidades de País soberano.
Defender os pilares fundamentais da sua vida como nação de séculos, não deixar de forma alguma que ponham em risco setores estratégicos da sua sobrevivência, sem precisar para isso de recorrer à tentação de um qualquer isolamento suicida.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira



quarta-feira, outubro 07, 2015

Eleições para um só caminho?



Dá para perceber que os sistemas democráticos estão inquinados. Sim inquinados como os pântanos, charcos, que se formam nos campos quando chove.
A água fica lodo, imprópria para consumo do mais rude camponês ou pastor que por ali vegete.
Assim está a democracia. 
Um lamaçal.
Em vez de cair chuva como no caso dos charcos do campo, fazem-se eleições. Finge-se que há múltiplas escolhas.
Pingam cidadãos de todos os lados cuidando que se fará alguma luz nas suas vidas com o ato de votar.
As mesas de voto desempenham na perfeição essa ilusão de que se trata de algo muito especial. As eleições. 
Liberdade, democracia, participação.
É hoje!
Lá estão as escolhas, o boletim de voto. Hoje sim é dia de mudar o presente, de contribuir com algo para a mudança, para um futuro melhor.
Tudo vai mudar, pensa-se, a esperança renasce, trocam-se olhares.
Anseia-se pela decisão. 
Fecham as urnas pela tardinha. As televisões enchem as casas com o ato eleitoral. 
É desta. Oxalá que sim. Deus o ouça. Vamos ganhar. Há que correr com eles. Com esta vergonha.
Os resultados aparecem. É já noite.
Ganhámos. Corremos com eles. Ficaram em minoria. Que bom. É agora.
Entretanto, aparecem os mandantes, os comentadores de serviço, as mesas redondas. Tudo desmontam. O que parecia, não é.
Ganhámos, perdemos?
Tudo na mesma? outra vez? 
Tem que ser. Dizem os alemães. Diz o Presidente. Diz o vizinho eloquente. 
Mas... 
Achei melhor calar-me e fui para a cama cabisbaixo. 
Para que seria que fomos votar se só pode haver um caminho? 
Era apenas isto que me atormentava o sono.

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


segunda-feira, outubro 05, 2015

Esquerda ganha, direita governa?


É certo e sabido que em todas as eleições, ouvindo os respetivos lideres no avaliar de resultados, ninguém perde. Todos ganham, só que em boa verdade se diga, que uns ganham mais que outros.
Aliás, repare-se que os únicos que perderam terreno em relação a eleições homólogas anteriores, foram mesmo os que "ganharam", ou seja, os dois partidos de direita coligados (PSD e CDS)
Todos os outros, refiro-me aos mais importantes, PCP (Partido Comunista Português)  e BE (Bloco de Esquerda) para além do PS (Partido Socialista) cresceram em relação às últimas legislativas.
Como analogia, ocorre-me uma imagem clássica do espetador de futebol que vê a sua equipa com imensa posse de bola, dominando, mas não marca golos e por isso não ganha apesar da superioridade demonstrada ao longo de toda a partida.
Ora bem, nestas eleições legislativas de 4 de Outubro de 2015, em Portugal, país do ocidente europeu, a esquerda ganhou, a direita perdeu.
Mais "posse de bola" na esquerda, dominou por mais de 60% dos votos expressos nas urnas, mas a hipótese provável em cima da mesa, na atual conjuntura, parece ser a de governar a tal minoria de direita que os portugueses derrotaram.
Porquê? coisas da política.
Sem querer meter a foice em seara alheia, devo dizer que em minha opinião até a justeza de uma coligação de dois partidos se achar vencedora ante um só partido, o PS, peca por defeito. Quantos votos teria tido o PSD isolado? quantos teria tido o CDS isolado? 
Vale a pena meditar sobre isso antes de se atirarem pedras a quem tanto se esforçou por correr com quem tamanho mal fez ao país e aos portugueses.
Oxalá "as esquerdas" saibam jogar em equipa e mudem algo de estafado na governação portuguesa. Não têm todos de ser avançados ou defesas. Todos são necessários em áreas diversas. Organizem-se, façam finalmente a diferença ante a patética inoperância da alternância moribunda instituída.
Para o próprio bem da esquerda em geral e do PS em particular.
Quem beneficiaria com esse entendimento sólido das "esquerdas" seria Portugal e mormente os portugueses que estão cansados, deprimidos, fustigados, pelas políticas austeritárias, violentas, insensíveis, desumanas, dos que se aprontam para voltar a pegar nas rédeas da governação.
Pensemos, recuperemos, defendamos Portugal. 
Mais do mesmo não!!!


PS. Uma palavra para a Catarina Martins do Bloco de Esquerda, a quem por mais de uma vez tenho elogiado. Teve um excelente resultado eleitoral. Oxalá Portugal a aproveite e ao seu talento.


Fiquem bem, 

António Esperança Pereira

quinta-feira, outubro 01, 2015

Dia 4 de Outubro, Domingo, vote!


Nosso comentário:

Portugal tem eleições para a Assembleia Legislativa (Parlamento) no dia 4 de Outubro próximo. 
São eleições importantíssimas pois com o número de deputados que cada formação política eleger se formará o próximo governo.
A par das eleições, também o futebol constitui notícia de monta neste país, com triunfos a nível europeu das melhores equipas portuguesas.
Todavia, os assuntos mencionados, futebol e política, são já largamente contemplados pelos média, designadamente jornais e televisões. 
Diria que são até contemplados demais pelo que hoje aqui no blog apenas acrescento a esse respeito, que é tempo de votar. 
E, porque o seu voto conta e ele é a arma principal que a democracia confere aos cidadãos, há que aproveitar.
Dia 4 de Outubro, vote! não se esqueça de o fazer. Não deixe que os outros decidam por si.
Vote!

PS. Como sou fã da marca de carros italiana Alfa Romeo, alguém teve a amabilidade de me enviar uma "gracinha de texto" sobre a dita marca. Afinal com ele aprendi coisas que não sabia...

Fiquem bem, 

António Esperança Pereira


ALFA  ROMEO

símbolo é composto pela bandeira com a cruz vermelha ( brasão da cidade de Milão) e pela serpente devorando um homem (símbolo da família real  milanesa) O nome do fabricante italiano fundado em  1910, é  a combinação da sigla
A.L.F.A. (Anonima Lombarda Fabbrica Automobil) com o sobrenome do engenheiro Nicola Romeo, fundador da marca.
A marca tem um século de História e o seu logotipo acompanha as alterações dessa trajetória.
Um logotipo cheio de significados que segue uma tradição surgida na Idade Média, a dos brasões nobiliárquicos.

(símbolos que representavam famílias nobres, instituições civis, militares e religiosas).

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...