Não é por acaso que a língua portuguesa é das mais faladas no mundo. Há quem diga que é a 4.ª mais falada, mas que seja a 5.ª ou a 6.ª, não nos zangamos por isso.
Serve o parágrafo anterior exactamente para introduzir meia dúzia de linhas para dar relevo a algumas expressões da língua de Camões que vêm sendo ouvidas na actualidade.
Uma delas inclui-se na intervenção da deputada Catarina Martins do Bloco de Esquerda, proferida ontem na Assembleia da República durante o debate da Nação.
Cito um pequeno extracto da intervenção onde podem ler "venda de garagem". Uma expressão que me enriqueceu já que conhecia outras de igual valia e igualmente depreciativas naquele contexto, mas esta realmente não conhecia.
Obrigado Catarina Martins!
Passo a citar:
Catarina Martins, porta-voz do Bloco, dirigiu-se a Passos Coelho no parlamento criticando os "negócios milionários para a finança internacional" que não mais representam, advoga, que uma "gigantesca venda de garagem em que este Governo transformou o país".
Adriano Moreira, ao seu estilo de grande académico e estudioso dos fenómenos geopolíticos e não só, referiu igualmente uma expressão curiosa na entrevista que ontem concedeu à televisão, a qual fixei por também a desconhecer.
Passo a citar apenas uma passagem já que a entrevista foi longa e pormenorizada. Abordava então Adriano Moreira os problemas actuais da Europa e contextualizava o problema estratégico da Grécia. Foi aí que utilizou a expressão Europa arco-íris.
Passo a citar:
....Por isso, a atenção dos EUA já foi manifestada, e parecem urgentes duas coisas: a revisão dos Tratados, e o fim da Europa-Arco--Íris, com a diversidade jurídica e de facto dos estatutos estaduais.
Outras expressões, entre muitas outras que vêm ganhando foros de popularidade:
Faltar à verdade para significar mentira
Escola amiga, orçamento amigo, etc...
Incumpridores, para significar caloteiros
O novo português não precisa de se concentrar — precisa de se “focalizar".
Não tem de ser resistente — tem de ser “resiliente”.
Não imprime um texto — “printa”.
E não tem esperança — tem “ilusão”.»
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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