sábado, janeiro 07, 2012

Troika, Camões, Hoje

Os Lusíadas - excerto de versão actualizada (não deixem de ler!)
Ainda há quem saiba escrever em Português.....aquilo que o povo sente...
Leiam e admirem o engenho de quem usa a Língua de Camões!!! divulgo tal como recebi de um amigo via email.
Alguém que se banha nas águas do rio Coura, leva-nos até esse enorme Português que dá pelo nome de Luís Vaz de Camões, adaptou a sua ímpar arte poética aos tempos estranhos que vivemos, escrevendo umas estrofes.
Cuidei que valeria a pena divulgar.


Porque lembrar Camões é também uma forma de aumentar nossa auto-estima em uma altura adversa, confusa, de intensa roubalheira do "Nobre Povo Português", de uma ocupação estrangeira seráfica, "aceite sem mas nem meio mas" por todos os que nos dizem não haver outro caminho.
Pela minha banda, também não sei se há esse outro caminho se não há.
Mas em boa verdade se diga que a "inteligentia portuguesa", os ditos inteligentes, pouco ou nada fazem ou querem fazer para que haja.

Aguardem-se nesta novela troikiana as cenas dos próximos capítulos. Tal qual como quem vê uma telenovela, ou espreita as diabruras da Casa dos Segredos ou similares.
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Aí fica a composição poética de "alguém que se banha nas águas do rio Coura", que assina, Luís Camões, Zé Sem Tostões

I

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

 
II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!


Luiz Camões Zé Sem Tostões
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2 comentários:

  1. Poema interessante!
    Humor sério mas real.Gostei da composição poética:-)
    Ai Luis de Camões... deves estar com vontade de vir cá abaixo
    pôr uns senhores na ordem....:-((((
    É que a nossa Lusa terra anda muito á deriva...
    Haja fé.
    Abraço
    Leta

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  2. Leta obrigado por comentar.
    Andamos todos um tanto à nora, esta composição poética tem a sua piada, bem adaptada aos tempos atuais.
    Um abraço

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