Um texto interessante, que aconselhamos vivamente quer aos mais crentes quer aos menos crentes.
Quem o escreve é uma das pessoas que mais prezamos e apreciamos neste mundo:
Leopoldo Pereira
A simplicidade, o trato singelo, quase familiar dado aos personagens bíblicos torna este documento um mimo mesmo.
Ajuda também a desmontar certos mitos que se criam, que vão de uma simples entidade parda (um Diretor, um Presidente, um Ministro, a figuras altamente marcantes da história, autênticos mitos, que é o caso dos que aqui dão vida a este texto.
Mitos esses, muitas das vezes chegados até ao nosso conhecimento bem ampliados e não poucas vezes distorcidos.
Caros leitores, leiam, cultivem-se, surpreendam-se e...
sorriam como eu o fiz quando recebi a narrativa. Aqui fica:
Jacob e as filhas de Labão
Sou fã das histórias bíblicas,
que interpreto de acordo com o que vem expresso no famoso Livro Sagrado. Embora
indesmentíveis, dado o respeito e veneração que os textos merecem, aí eu peco
um bocado…
Óbvio que não estudei afincadamente
a matéria, pelo que se cometer alguma gafe no decurso da narrativa, acreditem,
faço-o sem intenção.
Jacob, filho de Isaac e Rebeca,
neto de Abraão, viveu 147 anos, 17 dos quais no Egipto. Teve 12 filhos, de
várias mulheres, tornando-se um deles (José) muito famoso, protagonista de uma
das histórias que mais me encantaram; mas essa fica para depois.
Convém desde já salientar que as
personagens citadas interagiam com Deus amiúde, mantendo por vezes conversas em
directo, quer em sonhos quer ao vivo.
Desde os meus tempos de Liceu que
nutria singular apreço por Jacob, devido a Camões. Lembro o célebre soneto em
que o vate escreve: “ Sete anos Jacob servia……
Começa de servir outros sete anos”, terminando: “Mais servira, se não
fora pêra tão longo amor tão curta a vida”. A simpatia e até pena que Jacob me
inspirava… varreram-se; Camões subestimou muita coisa acerca do traste que
ajudou a imortalizar!
Esaú era irmão de Jacob e como
primogénito herdava todos os bens e autoridade do pai. Ora esta situação desfavorecia
Jacob, embora correcta, de acordo com a lei local. Isaac, já muito velho,
chamou Esaú para lhe dar a bênção, o que significava passar a pasta ao filho.
As coisas não se processaram em segredo e Jacob, ajudado pela mãe, disfarçou-se
de Esaú e o safado foi abençoado no lugar do irmão. Isaac (meio desconfiado)
ainda perguntou duas vezes se estava falando com Esaú, mas o seu estado de
saúde não lhe permitiu desmascarar o tratante. Quando Esaú regressou a casa e
soube da trapaça, foi junto do pai para que o abençoasse também. Pelos vistos
isso já não era possível e assim ficou na mó de baixo, deveras irritado com
Jacob, a quem votou ódio de morte. Rebeca, temendo o pior, aconselhou Jacob a
imigrar para Harã, onde residia o seu irmão Labão, dono de vários rebanhos.
O Chico-esperto rumou à terra do
tio, tendo parado quilómetros antes junto a um poço, onde iam beber pessoas e
animais. Poucos minutos volvidos surgiu um rebanho conduzido por uma bela
pastora, a quem Jacob logo deu um beijo! A seguir apresentou-se e disse ser seu
primo. Lá seguiram para casa de Labão, que deu mais beijos no Jacob e decidiu
empregá-lo, como pastor, desafiando-o a estabelecer um salário. Então ele
sugeriu trabalhar sete anos à borla, com a condição de no fim daquele prazo
casar com a prima Raquel, por quem já estava apaixonado. Labão, judeu até à
medula, achou o negócio interessante e nem pestanejou. Nestes sete anos não se
sabe qual terá sido o comportamento dos priminhos, pastores apaixonados e a
morarem na mesma casa, pois nada consta, mas sabemos que, findo o prazo
estabelecido, Jacob reclamou o prémio. O tio, homem de palavra, organizou
grande festa, fazendo crer a todo mundo que Jacob casava com Raquel. Só que ao
chegar a noite e o momento da deita, Labão enviou para a cama do sobrinho Lia e
não Raquel. Como era noite e “de noite todos os gatos são pardos”, Jacob “comeu
gato por lebre”. Ao alvorecer viu melhor a companheira e… ninguém gosta de ser
enganado! Levantou-se pesaroso, maldizendo a sua vida e reclamou junto do sogro;
mas este, num à vontade do caraças, disse-lhe que a tradição era casar primeiro
a filha mais velha. Percebendo que não valia a pena exercer o direito do
contraditório, resolveu propor ao sogro novo acordo: Trabalhar mais sete anos
de graça, a troco de Raquel. O tio-sogro logo aceitou e desta feita pagou
adiantado; finda a semana de núpcias com Lia, entregou-lhe Raquel.
Pensam que o desventurado pastor
se quedou pela Raquel? Pois sim, não largou a Lia, nem as empregadas desta e as
da Raquel, com a desculpa de Raquel ser estéril. Foi tendo vários filhos e quem
mais tirou partido da situação foi Lia, que estava lá para as curvas. A certa
altura Deus teve compaixão de Raquel e permitiu que tivesse um filho, a quem
puseram o nome José. Tudo seguiu numa boa, com várias peripécias estranhas pelo
meio, até que Jacob decide voltar à terra natal, alegando desejar viver com
suas mulheres e filharada de forma independente. O sogro, que vira os negócios
prosperarem com a prestimosa ajuda do genro e do Deus dele, não acolheu a ideia
de ânimo leve, mas lá acabou por dar o braço a torcer. Porém Jacob, cuja
moralidade está mais que definida, não se foi sem levar consigo muitas ovelhas
e cabras, tudo resultado do seu trabalho e de uma habilidade tão engenhosa que
me ultrapassa. Acertou com o sogro o seguinte: Ficar só com os cordeiros negros
e as cabras malhadas, que deviam ser em reduzido número, como se depreende.
Depois multiplicou de forma astuciosa e para mim inexplicável, o rebanho negro
e malhado, recorrendo a varas que colocava em paralelo quando os animais
copulavam. Na cópula… os animais assimilavam as riscas (varas). Perceberam? Eu
também não. A verdade é que Jacob enriqueceu muitíssimo e quando saiu de Harã
já era um homem abastado, com ovelhas, cabras, camelos, jumentos, servos e
servas. Não fui só eu a duvidar do truque mágico das varas, pois consta que os
outros filhos de Labão diziam à boca cheia que o cunhado enriquecera à custa
dos bens do sogro!
Homem rico e devoto, também
manifestava certa inclinação pela edificação de altares, mas nada comparado com
a tara do vovô.
Deus abençoou Jacob.
Face à bênção divina, escusado
será dizer que as ameaças de Esaú caíam por terra, mas nunca fiando e Jacob
tinha medo de enfrentar o mano velho! Como estratégia separou grande quantidade
de gado para lhe ofertar e assim o amolecer, o que conseguiu.
Entretanto, talvez como treino
para o que desse e viesse, lutou quase toda a noite com um homem. Tentou saber
quem era esse homem, mas só lhe foi dito que lutou bem, que era um vencedor
nato e que a partir daquele momento passaria a chamar-se Israel, pois também
tinha lutado com Deus. Perceberam quem era o Adversário na luta???
Possivelmente o “Povo Eleito”
escolheu o nome Israel para designar a sua pátria, distinguindo o parcialmente
aqui descrito Jacob, que não tem muito de que se gabar.
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Fiquem bem,
António Esperança Pereira
http://nucleo.netlucro.com/clique/13276/561/
http://www.cursos24horas.com.br/parceiro.asp?cod=promocao53361&url=afiliados
Bem mas k história....:_)))))
ResponderEliminarJá tinha em tempos ouvido uma alusão a ela.Até pork gosto do nome LIA.
Agora com tanto humor...claro só com a graça do meu cunhado....
BJJJJJJJJJJS
Maria Amélia
Maria Amélia quando cuidamos que sabemos tudo, aí está, mais uma lição dada por quem sabe.
ResponderEliminarBjs grato pelo comentário;)