quinta-feira, março 31, 2011

Presidente da República marca eleições legislativas


O Sr. Presidente da República marca hoje, dia 31/03/2011, eleições legislativas antecipadas para 5 de junho.
Fê-lo com discurso que ouvi na televisão, às 20,30 TMG.
Felizmente jantei pouco, de outra maneira teria ficado com uma indigestão.
Tristeza triste ouvi-lo Senhor Presidente!

Discurso com tudo no sítio, até mesmo uma aceitação impávida e serena de uma crise sem solução à vista que não seja o famigerado FMI.
Para quem anda nos mais altos cargos da Nação há mais de duas dezenas de anos, para quem se diz conhecedor da "coisa"...
aqui a "coisa" é coisíssima nenhuma, pedia-se um pouco mais para tanta fama no mundo dos números.
Porque não me venham com tretas: quando o FMI entrar em Portugal, o mínimo que todos podemos fazer é voltar ao antigo slogan:
OS RICOS QUE PAGUEM A CRISE. Um manguito bem grande do Zé povinho à classe dirigente.
Porque as medidas que aqueles senhores implementarem, acolitados com os capangas de cá, não serão para brincadeiras...ponhamo-nos a pau.

Tenho pena pessoalmente de ficar sem saber se as medidas do Engenheiro Sócrates eram credíveis, aquelas que trouxe de Bruxelas.
Sou um leigo na matéria, os senhores dos órgãos de soberania é que são os inteligentes, se as chumbaram unanimemente lá teriam as suas razões.
A mim pareciam-me credíveis, dentro de um mal menor. Com a aprovação do Banco Central Europeu e os parceiros mais influentes da ZONA EURO, até que parecia ter-se achado uma saída airosa para Portugal.

Daí a minha profunda estranheza e de não perceber nada de nada.
Se fossem credíveis, como pareciam ser as tais medidas, o Senhor PR não poderia, com o sentido de Estado que diz ter, ter feito algo por que tal solução alternativa ao FMI não fugisse?

Fica por saber para já, se o alvo foi como nas sangrentas touradas: O TOURO (Engenheiro José Sócrates) a quem foi dada uma estocada de mestre,
se foi o TOURO (Engenheiro Sócrates) que saltou a vedação da arena e marrou demais, a pontos de ninguém querer mais tourada com um touro tão bravo.

Virão tempos de chocas e touros mansos? FMI FMI FMI mais uns andeiros?
uma revolução?
mais do mesmo para pior com um nome diferente?

Vou esperar para ver.

Vou esperar mas mais deprimido que antes,

António Esperança Pereira

quarta-feira, março 30, 2011

Dilma Rousseff: o Brasil pode ajudar economicamente Portugal


A notícia que destaco

Coimbra, 29 mar (Lusa) - A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse hoje à chegada ao hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, que o Brasil poderá ajudar a economia portuguesa.

Questionada pelos jornalistas sobre se o Brasil poderá ajudar Portugal a ultrapassar a atual crise económica, Dilma Rousseff, que chegou ao hotel às 12:32, respondeu: "Poderá. O Brasil poderá ajudar Portugal como Portugal ajudou o Brasil economicamente".

Dilma Rousseff está em Portugal para participar no doutoramento 'honoris causa' pela Universidade de Coimbra ao antigo Presidente brasileiro Lula da Silva e para contactos políticos.

JLS (CFF).

Lusa/Fim
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Meu comentário

Que bom sentir que não foi em vão que Portugal se cumpriu!
Esse enorme Brasil, todos os países que integram a CPLP, têm laços que estão, estarão para lá de todas as politiquices.
São afectos, é partilha de uma língua que nos irmana a todos.
Seja muito bem vinda Dilma Rousseff a essa cidade encantada de Coimbra, que já conheceu também meus passos.
Que, quer a Dilma quer o Lulla da Silva se sintam em sua própria casa.
Quanto à disponibilidade de ajudar Portugal: acho um gesto nobre
Obrigado!
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Um poema

LÍNGUA PÁTRIA

Liga-nos a língua ao mundo
América África Atlântico Índico
Pacífico
afectos espalhados
por caminhos tantas vezes
inventados

andámos caminhámos
amores e desamores de braço dado
espinhos silvas raiva alguma guerra
mas tantas flores!

misturam-se lágrimas e risos
nas andanças
nos adeus longínquos
nas mornas e nos fados
sambas coladeras
lânguidas quentes
derretidas de peito
como nós

alegres ninfas tropicais
deusas por achar
trôpegos lusos marinheiros
de andados esforçados
tão famintos

tudo se foi entrelaçando
as cores os usos
a soma de valores
e de tanto semear
de tanto dar e receber
de tanto se amar e se sofrer…

há hoje povos grandes
lições de paz e humanidade!

em mim português europeu
por pragmatismo
racionalidade realismo
há um coração grato amigo
amante

África minha Brasil tão grande
Timor Macau Índias longínquas
haja o que houver

somos enorme global comunidade
que mistura a saudade
de um tempo ido de crescer
a um presente actual
moderno fraterno
eterno!

António Esperança Pereira

sábado, março 26, 2011

Príncipe Carlos visita Portugal


A notícia (Jornal de Notícias de 26.03.2011)

O príncipe Carlos de Inglaterra e a mulher, Camilla, duquesa da Cornualha, visitam Portugal entre segunda e quarta-feira, na primeira etapa de uma deslocação que os levará ainda a Espanha e Marrocos.
As relações comerciais, as energias renováveis e o mar são temas em destaque nesta visita, segundo a embaixada britânica em Lisboa.

No primeiro dia, o príncipe de Gales será recebido no Palácio de Belém pelo presidente português, Aníbal Cavaco Silva, depois de uma visita ao Mosteiro dos Jerónimos e da tradicional deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís de Camões.

O programa do primeiro dia da visita prevê também uma deslocação à base naval do Alfeite, onde o príncipe Carlos deverá entregar um prémio ao melhor estudante de um programa de ensino da Língua inglesa a cadetes da marinha portuguesa e visitar o navio-escola Sagres.

À noite, Carlos e Camilla são homenageados num banquete oferecido por Cavaco Silva no Palácio de Queluz.

Carlos tem também previsto um encontro com o primeiro-ministro, José Sócrates, em dia e hora a confirmar.
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O meu desabafo

Apetece-me evocar o popular escritor brasileiro Paulo Coelho que, pela leitura da sua obra, se percebe a grande relevância que ele dá aos SINAIS do dia a dia na vida de todos nós.

Pois esta notícia de uma visita que bem podia considerar-se normalíssima, a do Prícipe Carlos, nesta altura do campeonato político português, bem pode considerar-se um enorme sinal.

Numa fase menos conseguida da prestação dos deputados, o país político volta-se para o mais alto magistrado da Nação: Cavaco Silva.
Olha-se olha-se mas vê-se muito pouco ou quase nada.
Bom é aqui que eu queria chegar.

A Família Real Inglesa além de mostrada, ao contrário de Cavaco, até me parece competente no que faz.
"Vende" bem a imagem do país, é o símbolo de união e concórdia do Reino Unido, é a grande impulsionadora da influente Comunidade Britânica.

Num tempo em que neste país parece já valer tudo, extrema direita e extrema esquerda votam as mesmas coisas, por exemplo...
pois já agora por que não eu ver nesta visita dos Príncipes um SINAL para Portugal para, em vez de ter um Presidente da República, não ter um em seu lugar um Rei?...

Quem sabe Portugal não tivesse também dessa maneira a sua Comunidade Portuguesa/Lusófona e uma família real elegantemente mostrada, quiçá a vender produtos do nosso querido PORTUGAL?

Quando os outros parecem ser tão papistas quanto o Papa, eu assumo-me, aqui e agora, mais papista que o Papa!
fica a sugestão,

Um bom fim de semana,

António Esperança Pereira

quinta-feira, março 24, 2011

ANGELA MERKEL, SÓCRATES E EU


Angela Merkel diz que está "grata a Sócrates"

A NOTÍCIA

“Estou grata a Sócrates” por tomar a responsabilidade das contas públicas do seu país, disse Angela Merkel, citada pela agência de informação financeira Bloomberg.

A líder alemã lembrou que as novas medidas tomadas pelo Governo português para reduzir o défice orçamental foram de “longo alcance” e apoiadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e pela União Europeia.

Para Angela Merkel, Sócrates esteve “correcto” e foi “corajoso” em levar as novas medidas de austeridade ao Parlamento português para votação.

José Sócrates apresentou ontem à noite a demissão ao Presidente da República por considerar que ficou sem condições para governar, depois de o Parlamento ter aprovado resoluções de rejeição de toda a oposição ao chamado PEC IV, proposto pelo Governo.

O pedido de demissão foi anunciado pela Presidência da República que, contudo, salienta que o Governo se mantém “na plenitude de funções até à aceitação daquele pedido”. Cavaco Silva irá promover na sexta-feira audiências com os partidos com assento parlamentar.

Entretanto, os analistas do Royal Bank of Scotland (RBS) temem que um eventual vazio de governo possa atrasar a negociação de um pacote de ajudas para Portugal, que estimam num montante de cerca de 80 mil milhões de euros.

“É praticamente inevitável” que Portugal irá precisar de ajuda externa, afirmou um economista do RBS, Jacques Cailloux. “O mercado irá deteriorar-se na ausência da aplicação de outras medidas. Existe obviamente o risco de downgrades, que serão antecipados pelo mercado tornando-se numa profecia que se cumpre a si própria”, acrescentou o mesmo responsável.
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MEU DESABAFO

Caia Sócrates e do caos alguém há-de virar um salvador da Pátria deitada nos escombros.
Uma depressão é o que nos resta.

Um longo inverno de reduções mais que muitas, salariais, de emprego, de 13.º mês, de benefícios sociais, de escolas públicas, assistência médica e medicamentosa, etc etc. desta vez com doses cavalares.

Uma machadada na imagem do país moderno.
FMI SEGURAMENTE, com a tragédia que isso encerra.

Estávamos quase a ser valentes, com a conjuntura desfavorável. Sócrates é um português valente, decidido, determinado, trabalhador.
Segue-se o quê?
Os herdeiros de outro tempo, viciados na governação de um país tosco e maltrapilha: uns sem sonhos, outros sem projecto credível para Portugal, abutres do "quanto pior melhor".

Há quem acredite ainda na EUROPA, a minha mensagem pessoal vai nesse sentido, apesar de eu perceber que muitos dos líderes deste país nasceram apenas para ser galos de capoeira, não participantes maiores de uma história NOVA e GRANDE.

Ontem pude constatar no Parlamento Português que, EUROPA EUROPA a bem dizer... poucos estão interessados em verdadeiramente defendê-la.
Eles não sabem o que fazem, eu fiquei finalmente mais esclarecido.
Tanto deputado sem nada para dar assim que se veja, que saia das palavras de retórica, da cassete ensaiada que garanta o tacho.

Que constrangimento de assembleia da República...
Que falta de coragem senhores, derrubar-se assim um líder democrático, unanimidade da extrema direita à extrema esquerda! que ganância e que ânsia pelo poder... que imensa dor de cotovelo!

A acicatar mais minha desilusão, um PR "financista e sabedor da coisa" mais que calado.
Pois que venha o FMI para gáudio de alguns, para tristeza dos PORTUGUESES.

Desejo um futuro em liberdade a todos.

António Esperança Pereira

quarta-feira, março 23, 2011

SÓCRATES: GUERRA DO PELOPONESO



Conhecido sobretudo como pensador e filósofo, Sócrates foi também grande militar e político. A sua resistência, como reza a história, era inigualável. Confirme-se no texto abaixo:
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A vida política de Sócrates é-nos melhor conhecida. Sócrates tomou parte em três campanhas militares na qualidade de hoplita, isto é de soldado de infantaria. No princípio da guerra do Peloponeso esteve no cerco de Potideia, em Calcídica, de 432 (a.C) a 429 (a.C).
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Imagem da guerra do Peloponeso:

Aí teve Alcibíades como companheiro de armas, salvou-o quando este, ferido, estava prestes a cair nas mãos dos inimigos; foi aliás a Alcibíades e não a si próprio, que Sócrates pediu que fosse atribuído o prémio da bravura que o exército queria conferir-lhe. N'O Banquete, Alcibíades fala-nos da conduta de Sócrates em Potideia:

«Primeiro que tudo não há dúvida que no resistir às fadigas, ele foi superior, não somente a mim, mas também, em bloco, a todos os outros! Sempre que as comunicações ficavam cortadas num qualquer ponto, como acontece em campanha, ficávamos forçosamente privados de mantimentos, os outros no suportá-lo não eram nada ao pé dele. [...] No suportar os rigores do Inverno (pois neste país os Invernos são terríveis), ele maravilhava. Assim um dia, entre outros, que tínhamos o mais terrível nevão que se possa imaginar e que cada um ou bem que se abstinha de deixar o abrigo ou então em todo o caso não saía senão coberto por um montão de coisas extraordinárias, os pés amarrados e enrodilhados em tiras de feltro ou de pele de cordeiro, ele ao contrário, nesta ocorrência, saía não tendo sobre ele outro manto senão aquele mesmo que costumava trazer anteriormente, e, pés nus, ele circulava sobre o gelo mais facilmente que os outros com as peúgas curtas: de modo que os soldados o olhavam sem levantar os olhos, convencidos de que a sua intenção era a de os humilhar.» ( in Jean Brun, página 32)

Em dia de decisões políticas no país Portugal de outro SÓCRATES,
Uma boa noite para todos,

António Esperança Pereira

domingo, março 20, 2011

SALAZAR: UMA BOA ANEDOTA


A melhor anedota, pelo menos uma das que obtinha da minha parte de jovem adolescente risada grossa garantida, era uma que começava assim:
UM DIA O SALAZAR MORREU...
Chegava-me a doer o estômago, a barriga, tinha de tossir, contorcer-me, sair do grupo, ia às lágrimas, sei lá...
Bom devo acrescentar que quem contava esta anedota era um exímio contador de anedotas.
Esse devia ser o trunfo da mesma, pois tão forte e adequada era a entrada daquelas palavras proferidas em tom solene, sério, gozado, que arrebatava antes de se iniciar uma gargalhada estrondosa.
Éramos um grupo de jovens estudantes em férias nos jardins da cidade de Pinhel.
Corria-se algum risco político, mesmo tratando-se de uma anedota e de uma cidade de província pequena (havia informadores da PIDE, polícia política, por todo o lado)
Mas o pessoal era jovem e arriscava, porque o Salazar estava vivo e bem vivo então...
Anote-se que a anedota era tão boa que nunca a ouvi contar. Este o facto por eu a distinguir de todas as outras.
Começava e acabava com a introdução:
UM DIA O SALAZAR MORREU...
O ar sério do contador da anedota, olhando os circunstantes com gravidade, quando o afirmava, fazia o resto.
Zás, cá o rapaz desatava numa risota que não mais parava nem tinha ouvidos para ouvir durante uns tempos.
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Bom lembrei-me disto num tempo em que são mais que muitos os candidatos a "salazar", não só no aspecto, que nesse pormenor vai havendo, mas também na forma.
Também mo recordou um artigo de Daniel Oliveira de Quarta-feira, 16-03, no jornal Expresso, intitulado "CAVACO O BOM ALUNO DO ESTADO NOVO".

Cito apenas a parte inicial do artigo, preocupante mesmo!

"Ontem, quando assinalava os cinquenta anos do início da Guerra Colonial, Cavaco Silva disse esta frase: "Importa que os jovens deste tempo se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar".

Sobre esta frase, ficam apenas algumas pequenas perguntas. Considera o chefe de Estado que a guerra colonial (repito: "colonial") foi essencial para o País? É comparável aos desafios que temos pela frente? Ou considera que foi um erro histórico? Ou não faz ideia e as palavras limitam-se a brotar da sua boca como se não quisessem dizer rigorosamente nada? Consegue o Presidente da República distinguir a coragem e a determinação exigidas num ato voluntário de cidadãos livres, da coragem e da determinação exigidas numa participação forçada numa guerra decidida por um governo ilegítimo? Tendo sido exigida coragem para sobreviver a uma guerra que o País não queria, ela será o melhor exemplo para dar ânimo aos jovens de hoje? Ser "carne para canhão" é o que o nosso Presidente pede aos jovens portugueses? Ser vítima da cegueira do poder, é o desígnio desta geração?
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Nem comento!


Uma boa semana para todos,

António Esperança Pereira

sábado, março 19, 2011

OS VAMPIROS - ZECA AFONSO



Disse algures que ia ficar muito zangado se o FMI entrasse em Portugal. Disse e mantenho. Conhecemos os métodos desses senhores "de boa fé"(???) que tão bem estão a fazer a dois países europeus: GRÉCIA e REPÚBLICA DA IRLANDA (países vítimas como todos nós da ruptura do sistema financeiro como é sabido).

Possivelmente sucederá o mesmo a PORTUGAL se os senhores políticos insistirem em descer cada vez mais na consideração dos portugueses.
Pois que venha o FMI.
Eu vou ficar zangado, revoltado, decepcionado.
Não sou dos que gritam alto e bom som que venha o FMI para Portugal.
Desejo o melhor para o meu país e quem o faz, no mínimo, fá-lo por má fé, ou por interesses próprios inconfessados.

Quem pensar como eu que a LIBERDADE é o maior bem desta DEMOCRACIA PÓS 25 DE ABRIL, sem a qual eu não poderia sequer escrever isto que agora estou a escrever... não deseja que venhao o FMI.

Quem como eu, ainda se lembra de esconder o título do livro mais inocente, dos olhos da POLÍCIA POLÍTICA (PIDE) quando em um café ou lugar público o tentava ler sabe do que falo.

O FMI tira-nos a LIBERDADE, pior que isso, tira-nos a alma. Ficaremos acabrunhados, numa dependência de pedintes com bom aspecto e cultos, sem culpa nenhuma.
Eles a rirem-se.
Os mesmos que provocaram a crise, são os que vêm dizer-nos que a paguemos.

Se vier, pois que venha, quem sou eu para impedi-lo.
Cantarei com o saudoso ZECA AFONSO: OS VAMPIROS

Se não bastar ouvirei o José Mário Branco sobre o dito FMI para me rir com a sátira que aconselho, mas só a maiores de idade:



Desejo a todos um futuro em liberdade,

António Esperança Pereira

sexta-feira, março 18, 2011

PETRÓLEO EM PORTUGAL


Passagens de uma notícia atual sobre a prospecção de petróleo em Portugal.
A esperança existe!

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As áreas ao largo de Portugal onde a Petrobras pensa que pode haver petróleo e gás são grandes o suficiente para que a empresa classifique o projecto como sendo de “alto prémio”.

A empresa está a fazer avaliações em águas profundas em quatro blocos ao largo de Peniche (juntamente com a Galp e a Partex) e em três blocos ao largo do Alentejo (aqui só com a Galp).

“Até ao final de 2012, início de 2013, para as duas bacias de Peniche e Alentejo vamos ter de tomar a decisão sobre se perfuramos ou não. Se o fizermos é porque até àquele momento as avaliações económicas nos indicam que aquele prospecto tem uma possibilidade razoável de se transformar numa descoberta, senão devolvemos os blocos ao Governo português e... má sorte, seguimos em busca de outra coisa”, disse José Freitas.

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Muito a propósito recordo a comédia HÁ PETRÓLEO NO BEATO do saudoso Raul Solnado , que tanto alegrou o pessoal jovem e não só num tempo em que não era nada fácil animar a malta. A ela faço hoje referência numa altura em que faz todo o sentido.
Quem já viu, reveja, quem não viu, aconselho.
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E se descobrisse petróleo no seu quintal?! Uma divertida comédia

Comédia divertida, recheada de situações hilariantes, cuja história gira em torno da descoberta de petróleo no quintal de Juvenal Costa, um motorista de táxi.

Juvenal Costa é um humilde taxista que mora com a família no Beato. A sua casa é minúscula, tem inúmeras dificuldades económicas e está mesmo em risco de perder o táxi por não ter dinheiro para as prestações. Vive com a mulher e a filha e portas a dentro está sempre uma vizinha que se dedica à adivinhação, o namorado da filha e um "menino rico", sempre charrado. Um dia em que a mulher vai apanhar uma alface ao quintal para fazer uma saladinha, surge o inesperado: jorra petróleo do buraco. Estando-se em plena crise mundial do petróleo, surgir assim um poço em Portugal, revoluciona tudo. Juvenal já se considera rico, os poderes nacionais e internacionais querem dialogar com ele, torna-se famoso e é assediado por todo o lado. O assediador mais persistente é o compadre do Juvenal, um espertalhaço, que quer à viva força comprar a casa do taxista. Mas se realmente não houvesse petróleo no Beato? Uma divertida comédia, escrita por Raul Solnado, Francisco Mata, Gonçalves Preto e Júlio César, realizada para televisão por Oliveira Costa e que conta no seu elenco com os actores Susana Prado, Alda Pinto, Alexandra Solnado, João Grosso, Carlos Cunha, David Silva, Júlio César e Cândido Mota, sem esquecer Raul Solnado que interpretada o taxista Juvenal Costa. E ainda muitos jornalistas e apresentadores da RTP entre os quais Carlos Cruz, Fialho Gouveia, Teresa Cruz, Raul Durão... todos a darem credibilidade ao aparecimento de petróleo no Beato.


Pelo sim pelo não, toca a escavar os quintais, quem sabe?

Um bom fim de semana,

António Esperança Pereira

quarta-feira, março 16, 2011

TIMOR, livros para


Devo dizer que tenho já preparada uma encomenda de autores portugueses e estrangeiros, para enviar via CTT ao cuidado de Joana Alves dos Santos, a professora portuguesa em Dili que pediu livros, para:

Embaixada de Portugal em Díli
Av. Presidente Nicolau Lobato
Edifício ACAIT
Díli - TIMOR LESTE

Acrescento ao lote de livros de diversos autores, dois de minha autoria, que creio se enquadram perfeitamente no solicitado, quer pela linguagem simples que neles é usada, quer pelas temáticas de ambos:
Um deles versa temas para um público juvenil, são textos e histórias com interesse pedagógico: trata-se do livro "ERA UMA VEZ...TEXTOS E HISTÓRIAS".
Para detalhes, pode ser consultado clicando aqui:



O outro, GUINÉ-BISSAU 1974, contém informação interessantíssima sobre a Guiné-Bissau que, tal como Timor Leste é um jovem país de língua oficial portuguesa.
A sua temática, estou certo, despertará o interesse dos leitores timorenses.
Clicando no ícon em baixo, poderão consultar-se detalhes sobre o mesmo:



Oxalá a troca de valências entre os povos se multiplique, não custa nada e com a troca do que uns têm e outros não ou vice versa, seremos todos maiores e melhores.

Fiquem bem,

António Esperança Pereira

segunda-feira, março 14, 2011

TIMOR, livros para


Recebi o email abaixo, que considero de extrema importância para o POVO DE TIMOR e para a LÍNGUA PORTUGUESA.
Com todo o gosto o divulgo em meu blog e nas redes sociais.
Leiam e, se puderem, façam o que se pede.
Afinal até nem é muito.
Eu pela minha parte farei os possíveis por enviar algo.
Obrigado,

António Esperança Pereira


Joana Alves dos Santos

Caros amigos,

Alguns sabem e outros nem por isso (e assim aqui vai a notícia), mas estou em Timor a dar aulas na UNTL (Universidade Nacional de Timor Leste) no âmbito de uma colaboração com a ESE do Porto.

Aquilo que vos venho pedir é o seguinte: livros. Não vou dar a grande conversa que é para montar uma biblioteca ou seja o que for, porque não é. O que se passa é o seguinte... não sei muito bem como funcionam as instituições, nem fui mandatada para angariar seja o que for, mas o que é certo é que sou (somos!) muitas vezes abordados na rua por pessoas que desejariam aprender português mas não possuem um livro
sequer e vão pedindo, o que é muito bom.

O que é certo é que a minha biblioteca pessoal não suportaria tanta pressão e nem eu, nos míseros 50 quilos a que tive direito na viagem, pude trazer grande coisa para além dos livros de trabalho de que necessito.

COMO MANDAR?

Basta dirigirem-se aos correios (CTT) e mandarem uma encomenda tarifa económica para Timor (insistam porque nem todos os funcionários conhecem este tarifário!) e mandam a coisa por 2,49 ¤. Claro que a encomenda não pode exceder os 2 quilos para poder ser enviada por este preço.

Devem enviar as encomendas em meu nome (Joana Alves dos Santos) para:


Embaixada de Portugal em Díli
Av. Presidente Nicolau Lobato
Edifício ACAIT
Díli - TIMOR LESTE

E O QUE MANDAR?

Mandem por favor livros de ficção, romances, novela, ensaio, livros infantis etc., etc. Evitem gramáticas e manuais escolares. Dicionários, mesmo que um pouquinho desactualizados são bem-vindos. Este critério é meu e explico porquê. Alguns timorenses (estudantes e não só) são um bocado fixados em aprender gramática mas ainda não têm os skills básicos de comunicação. Parece-me melhor ideia que possam ler outras coisas, deixar-se apaixonar um bocadinho pelas histórias mesmo que não entendam as palavras todas, do que andarem feitos tolinhos a marrar manuais e gramáticas. O caso dos dicionários é outro. Um aluno, por exemplo, usa um dicionário português-inglês para tentar adivinhar o significado das palavras. Como o inglês dele também não é grande charuto
imaginam como é a coisa.

Bom, espero ter vendido bem o peixe do povo timorense. Falam pouco e mal mas na sua grande maioria manifesta simpatia pela língua portuguesa. De qualquer forma isto não vai lá (muito sinceramente) com umas largas dezenas de professores portugueses por cá. É preciso ter a língua a circular em vários meios e suportes. Espero que respondam ao meu apelo! Eu por cá andarei sempre com um livrito na carteira para
alguém que peça!

SE NÃO MANDAREM, PELO MENOS DIVULGUEM

Ana Maria Soares Ferreira
Estr. Vale da Barrega, lote 8 - Qta Picado
Aradas
3810-466 AVEIRO
TLM: 967024428

domingo, março 13, 2011

Manif. geração à rasca


Um espanto! Sabe-se da força das redes socias para marcação de encontros, de todos os géneros e feitios, para mostrar curriculo, anunciar seu negócio, etc. agora para marcar protestos, revoluções, levantamentos da população...pelo menos de uma tal envergadura é novidade neste nosso Portugal.
Fico com a impressão que inicialmente se tratou de um movimento espontâneo, genuíno, um protesto de quem quer um emprego digno e não o tem na idade de o ter.
Todavia com o desenrolar da coisa, a populaça a crescer...não tardaram a aparecer as figuras de proa da política para tirarem algum proveito do evento.
Bloquistas, com a proletária (!!!) Joana Amaral Dias, o líder comunista, o Jorge Nuno Pinto da Costa a falar de política, O Alberto João Jardim apoiando, O Fernando Tordo a cantar a canção que noutro tempo fez todo o sentido e que então me empolgou (agora fora de contexto)
Apareceu o candidato às presidenciais Coelho, também o grupo que ganhou o festival, não se sabe como...
o líder da Intersindical, claro, não vá este movimento entrar em coma profundo ( refiro-me ao movimento sindical)
Senti-me envergonhado com o trautear em palhaçada de uma balada do GRANDE ZECA AFONSO, esse sim que pugnava por um país livre e democrático em tempo de DITADURA.
Enquanto o Fernando Tordo cantava a Tourada na manif, no Campo Pequeno, sítio histórico de faenas e olés em toureio apeado ou a cavalo, 8.000 profs debatiam problemas da classe.
Enfim, um regabofe em tempo de decisões importantes da Europa e do Euro!
Um nome apenas aparecia como já é hábito: SÓCRATES
Nem aparecia CAPITALISTAS, NEM CAVACO, NEM IMPERIALISMO, NEM MULTINACIONAIS, NEM AMERICANOS, NEM RUSSOS, NEM FASCISTAS, NEM COISÍSSIMA NENHUMA...
Eu diria: a LUTA ERA POR COISA NENHUMA.
Depois uma menina gritava "LIBERDADE" (!!!) outros berravam pelo FMI... outros chamavam a DEOLINDA, não sei se o ANTÓNIO, enfim...
este país está estranho como estranho está o mundo.
Se a ideia é apear SÓCRATES, bolas, já poderia ter sido apeado com toda a facilidade. Ainda há dias houve uma moção de censura do Bloco de Esquerda, pode-la-iam ter aproveitado... e já não foi a primeira a ser desperdiçada.
O PR pode fazê-lo a todo o momento.
Afinal o que SÓCRATES tem para se manter de pé e não cair?
Medo de que o povo assuma o poder? medo de perderem suas empresas, seus ordenados, esta fartura, ainda que em crise, burguesa? medo que o Estado nacionalize tudo o que é bom? medo de ficarmos uma Cuba, uma Coreia do Norte? outra vez um país do 3.º mundo que éramos há bem pouco tempo?
Medo medo medo...
Senhores dos partidos, apresentem alternativas sérias à REALIDADE QUE TEMOS SUFRAGADA EM URNAS, QUE SE CHAMA JOSÉ SÓCRATES.
O povo julgará as vossas alternativas e saberá escolher.
Se as não têm, não mostrem tanta dor de cotovelo, tanta ansiedade por poleiro, acreditem em Portugal, vivam-no, colaborem no que for de colaborar, critiquem o que for de criticar, aplaudam o que for de aplaudir.
Defina-se com clareza o que se quer para PORTUGAL.
TRANSMITA-SE ISSO AOS PORTUGUESES, AOS MAIS À RASCA E AOS MENOS À RASCA.
Digo eu...
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Para que não se esqueça a realidade próxima passada , um poema do meu livro "60 POEMAS POR ORDEM ALFABÉTICA", Bubok Editora

FRONTEIRA DE VILAR FORMOSO

Agora entendo o sítio berço onde nasci
e porque lá nasci
pedras urzes muito tédio
atraso enxada arado e rebanhos
muito o suor poucos os ganhos
em trabalho sol a sol

um presente sem porvir ali
trocava-se tudo por um caminho de França
chão família amigos
também os cães da altura
abutres canibais
que faziam do país o que era então

um estéril chão
triste acabrunhado
pides passadores famintos trabalhadores
levados como gado e despejados
nos esgotos de Paris
nos bidonvilles
bravos portugueses despojados
rotos de roupa
botelha sem vinho
boca sem naco de toucinho

nasci por ali Vilar Formoso
fronteira de Deus e do diabo
trem solitário mãos saudade
que tão tristes iam

emigração clandestina a salto
dos tais vigaristas passadores
que tiravam a pele o osso
todos os vinténs a trabalhadores angariados

a diferença que havia logo ali
raia de Espanha desolada e fria
do lado de lá e do lado de cá

uma estrada larga rica grosso asfalto
do lado de lá
a contrastar com a estradita estreita pobre
pintada de negro esburacada
a fingir que era asfaltada
do lado de cá

não condeno os abutres canibais
os que bem se governavam
no quanto pior melhor
eram do regime tosco maltrapilha
os labregos de fato e de chapéu
que exploravam do povo seu suor

condeno sim os que viam vergonha em tal atraso
(e viam bem porque doía)
acharem hoje nosso progresso modernice
um exagero destemperança

amplas rodovias
fronteiras desaparecendo
mais igual em tudo o cá e o lá
gente livre que sai que vai que vem que passa
sem policiais vigaristas aproveitadores
do país com medo de outro tempo

tempo e atraso de que só pode gostar
um saudosista louco
um triste um mentecapto
alguém que por zangado e frustrado
nem consegue distinguir deus e o diabo

nasci por ali ainda bem
hei-de contar o que então vi e o que ora vejo
hei-de lembrar memórias que não esqueci
de um país salazarento sórdido doente
um intervalo Portugal adiado
hoje aqui meu país de Abril
moderno livre aberto e atraente

país que enfim retoma
o caminho o sonho a aura a glória
que a história lhe confiara dantes.


Com os desejos de uma ótima semana,

António Esperança Pereira

sábado, março 12, 2011

Japão: Sismo forte e tsunami


A costa nordeste do Japão transformou-se, esta sexta-feira, num autêntico cenário de devastação, após um sismo de magnitude 8,9 graus na escala de Richter, um dos maiores de que há registo. O forte abalo, que teve o seu epicentro no mar, deu origem a uma gigantesca onda que varreu campos agrícolas e bairros residenciais, arrastando todo o tipo de destroços, desde veículos a casas inteiras.
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Este o resumo de uma notícia amplamente divulgada, de mais uma catástrofe natural, das tais que nada nem ninguém pode fazer quase nada...
A minha solidariedade para com aquele povo enorme, trabalhador, educado, próspero.
Quem assiste a imagens de fenómenos como este, sente efectivamente que, a haver Deus, eu até sou dos que crêem em ALGO, fica no mínimo chocado.
Quem é Deus afinal?
Depois vem-nos a imagem quase diária das desgraças todas que vêm acontecendo aos povos árabes, actualmente dos mais devotos do planeta...
parece que tinha razão o pensador e filósofo grego de nome SÓCRATES que na antiguidade afirmava: "SÓ SEI QUE NADA SEI"

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Recordo o poema que escrevi aquando da terrível catástrofe do Haiti:

HAITI E NÃO SÓ ( do livro "DEUS A VIDA E NÓS")

Na palavra que sai
que nos põe culpa
nos faz sentir mal
na mazela que dói
em ferida que cresce
e nos isola
num hospital

na vida que nasce
numa forma qualquer
e logo desaparece
em morte brutal

milhões de formas vitais
no mar na terra no ar
a mexer
sem fazerem ideia
do que andam a fazer

e quantos milhões triliões
de mundos a rodar…

sou levado a afirmar
num horror por explicar
numa revolta incontida
que o Deus da esperança
ensinado em criança
se borrifa na vida

não só não sente
a alma da gente
como é puro imaginário
que esteja PRESENTE!

guerras trovoadas
pesadelos
as maiores catástrofes
um destino em sorte
de vida e de morte

como entender
o que d’ Ele se vê pregar?

se uma réstia divina
existe aqui
perante o que se vê
no Haiti…

morte destruição
povo arrasado
enterrado vivo
debaixo do chão…

Ele não está decerto ali!

António Esperança Pereira, Bubok Editora

quinta-feira, março 10, 2011

DISCURSO PR-FESTIVAL DA CANÇÃO



Quer a tomada de posse de um Presidente da República, quer um festival da canção, qualquer dos eventos tem a sua importância na sociedade portuguesa.
Habituei-me a pouco quando o tempo ainda era de vacas magras, daí que o festival da canção era das poucas coisas com um cheirinho a modernidade que havia.
Depois a música da eurovisão era fresca numa altura em que Portugal nada tinha de fresco, bem pelo contrário.
Esquecia-se por instantes o país naufragado por dezenas de anos de salazarismo.

A tomada de posse do Presidente da República é um bom sinal, pelo menos que a República continua.
os eventos em si: assisti a ambos, ambos deprimentes.
Imagem para o exterior: péssima
Imagem para o interior: de divisão

Em relação à canção vencedora, tive saudades do Grande Zeca Afonso que era autêntico, não tinha nada de palhaço (no sentido pejorativo do termo) com suas canções e uma viola enfrentava com audácia um regime colonialista, ditatorial, militarista, policiado, vigiado, etc. deu imensa esperança a uma juventude sacrificada e sem futuro.
Canção vencedora: uma palhaçada

Quanto ao discurso do PR fiquei perplexo: propõe uma espécie de revolta, revolução, levantamento, não sei bem como, nem aonde, nem porquê, nem para quê, à sociedade civil.
Como se ele próprio não tivesse nada a ver com o estado desta economia liberal, ele, um ilustre Professor, que anda nos mais altos cargos políticos do país, há mais de 20 anos!
Quem será o "Che Guevara" da coisa, da tal indignação, revolta, revolução, interroguei-me?
Pelos aplausos das bancadas do Parlamento, ficou-se a saber que será uma revolução de direita e de extrema direita.
só pode...
só essa direita e extrema direita o aplaudiram.


Felizmente que acontecimentos destes não os há todos os dias, porque se os houvesse, o meu país sofocaria de depressão crónica.
Discursos presidenciais destes não ficam na memória, graças a Deus.
Vencedores de festivais, só os melhores deixam a sua marca.
Apesar disso, das defesas inatas que todos temos contra o que nos causa dano,
que Portugal se cuide...

Portugal merece melhores discursos e melhores canções.

Faço a pergunta na sequência do discurso presidencial: "a revolução será por mais fartura, ou por mais falta de dinheiro para os mais pobres?"

fica o poema,

GRANDE SUPERFÍCIE COMERCIAL

Produtor inventivo
investidor
comerciante pescador
tudo ali a despejar
armazém a abarrotar

a ideia é vender

ele é livros é cd’s
kitchnet wc
carne fresca congelados
luxos caros
mais baratos
consolas dvd’s
amplas ruas de produtos
ali praia artigos auto
além móveis louças finas

chicletes bicicletas
nabos couves hortaliças
lingerie
farinheiras e chouriças

prateleiras a abarrotar
arrumadas em secções
o dinheiro de quem compra
a faltar

empresa tem que produzir
quer crescer
vender
só que o comprador
sente o dinheiro a mingar

minga empresa
sem vender
seca o bolso no comprador
ciclo económico a falhar

muito fica por vender
muito fica por comprar

meus olhos partem já piscos
tanta a fartura arrumada
levam o carrinho vazio
nesta economia cansada


António Esperança Pereira, Bubok Editora

segunda-feira, março 07, 2011

HINO À PRIMAVERA



Num tempo em que parece querer perder-se de novo o sentido da vida, desde a 2.ª Grande Guerra Mundial,
hoje dedico meu post no blog à PRIMAVERA.
A música lindíssima de Vivaldi e um poema meu!

É nestes tempos que melhor se entende o porquê da poesia, da música, da dança, da festa, do coração maior que qualquer poço de petróleo, do valor que a VIDA é, esse bem supremo que nos foi concedido e que não é propriedade de ninguém.
Que não se mate mais a vida!

No Médio Oriente a coisa está feia: Líbia, Tunísia, Egipto, Argélia, Palestina, etc. com solução política deveras difícil.
Pancadaria três em pipa.
Intervenção militar americana à vista?
Angola, um país lusófono, parece também dar sinais de alguma preocupação.
Dezenas de países com dificuldades básicas, regimes corruptos, líderes que parecem julgar-se os únicos cidadãos do país... populações atrasadíssimas, líderes poderosíssimos.
Países desenvolvidos da União Europeia em dificuldades inesperadas.
Entidades anónimas que ditam leis: agências de rating, wikileaks, os mercados...
A China que emerge como papão e salvador ao mesmo tempo: lá fazem-se duas coisas que os ocidentais detestam (trabalha-se muito e ganha-se pouco)
Um mundo baralhado, onde até parece fazer falta o ex-mundo dos blocos: União Soviética/Estados Unidos da América: ao menos então sabia-se quem estava por detrás de quê.
Hoje não!
Por tudo isto e porque há uma cimeira europeia importante este mês, ACORDA EUROPA!

O POEMA

HINO À PRIMAVERA

A Primavera lembra sempre tantas coisas
no meu clima temperado
o fim dos frios
o bater do dente em arrepio
as mãos engaranhadas
gorros mais chapéus bonés
enterrados nas orelhas

o aliviar da samarra camisolas
os queixumes das frieiras
do reumático
as dores do corpo
que em esforço somado a gripe
põem seres humanos carpideiras

Primavera Março azul
vão-se as chuvas e os frios
vem o sol
crescem os dias
aparecem flores
nas árvores nos prados nos quintais
na varanda da vizinha

vai-se o desgosto
clareia a vida
o sol nasce fica
mais tempo em nossa companhia

ouvem-se risos de alegria
acasalam namorados
passarinhos
que em abraços e beijinhos
fazem da vida uma elegia

flores amores e verdes prados!

se eu tivesse que escolher
um tempo de quimera
uma ilusão eterna
viva nascente pujante
excitante
adolescentemente bela

pela luz pelas flores
pelo rubor
que aumenta o sangue
a circular
pelo cheiro a férias
a verão
pelos dias a crescer
as noites a mingar
pelo riso no olhar
das raparigas
pela esperança que renasce
em cada lar…

escolheria a Primavera!


Que a Paz ( em português e nas outras línguas) triunfe sobre a guerra, divirtam-se!

António Esperança Pereira

sábado, março 05, 2011

Europa Unida


Porque é Março e faz um ano que estive em Praga.
Porque gostei de lá estar.
Porque apesar das diferenças que nos separam a nós europeus, são mais as semelhanças que partilhamos.
Porque se aproxima uma cimeira de extrema importância para Portugal, para a Europa e para o Euro.
Porque o nosso futuro, de todos os países sem excepção, só pode passar por uma Europa Unida...
fico a torcer por que os dirigentes tomem bem consciência deste projecto fantástico que se chama EUROPA UNIDA...

recordo este poema com sabor a Praga e Europa central,

do meu livro PORTUGAL PERIFÉRICO OU...O CENTRO DO MUNDO?

Europa Unida

Um violino uma flauta um piano
notas musicais nos meus ouvidos
Mozart Beethoven Bach
acordes familiares
em Março frio na Europa central

Moldava Danúbio Reno

meu coração perdido na lonjura
português tão europeu tão solidário
com este sonho ousado
continente temerário

Europa nas mãos ágeis do piano
na elegância cultural dos tocadores
no quente da sua alma apaixonada
vertida no meu coração de viajante

que a música triunfe não a guerra

fomos grandes em história separados
seremos futuro exemplar unificados

ódio saloio para quê?
orgulho tolo para quê?
desconfianças xenófobas porquê?
povos que partilham os mesmos rios
os mesmos horizontes
fartos de guerrear por pequenez
para quê?

troquem sol por nevoeiro
nuvens densas por azul claro
troquem mais noite por mais dia
e que a diversidade
norte sul poente oriente
em vez de divisão seja estandarte

como o tocador de acordes
toquemos nosso violino
nossa flauta nosso piano
façamos da Europa inteira
uma orquestra afinada
unida
sem uma única fronteira!

desejo a todos um excelente Carnaval, ao sabor da alegria do Rio de Janeiro,

António Esperança Pereira

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...