terça-feira, agosto 31, 2010

Indiferença nórdica


Indiferença culto do umbigo
beleza fortuna de ser no topo do mundo
estatísticas números não faltam
a dizer que é assim
que tudo está certo perfeito
entre outros reinos
também no reino da Suécia

mas não é assim

paraíso frio gelado
onde falta o melhor
um galanteio um piropo um assobio
um convite em apetite

um beijo um abraço
que aqueça que arrebite
um ruído que desperte
azuis olhos de céu
mas tão gelados

apetece plantar trópicos ali
dar-lhes um ritmo
uma dança de quadris
que os aqueça que os abane
que os mexa
que desenrije a estrutura
que se eleva a quase dois metros
em altura

que lhes tire o sério rectangular
como consorte
ar de que tudo tem que ser assim
fleuma de morte
quando a cultura
índices elevados de compostura
são melhores

faz falta ali um pouco de Brasil
África Guiné
dentes a rir
o melhor de Portugal e seus areais
por seráfica que tal gente é

silêncio e sombra envoltos em luxúria

ondular geométrica insípida
loiras searas tão perfeitas
tão bonitas apetitosas

mas cada vez mais cegas
do quente do próximo do ruído
do riso
no que a gente simples
por espontânea descomprometida
“menos desenvolvida”
é bem melhor

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