quarta-feira, agosto 25, 2010

Perda


Contei contigo para as curvas do caminho
os quelhos
as encruzilhadas
os sítios mais oblíquos

pus cais em ti para qualquer acostagem
que ocorresse
mais difícil
a proa a fugir ao leme
em tempestade
que estivesses lá
quando a dificuldade apertasse
quando a dor aparecesse

acordei um dia
desapareceste
foi aquela sensação de ficar náufrago
sem cais nem barco
e morrer

um aperto no estômago
uma dor deserto
pior
um sítio fogo cinzas todo ardido

nada que se visse perto
que pudesse ser existir
por te não ter

o tempo passa ensina
faz calos até num coração sensível

só que enfrentar a perda
assim da noite para o dia
adormecer contigo
e o sol raiar e não te ter…

deixa marcas lembra marcas!

que falta faz ao menino perdido
abandonado
a explicação pueril do mundo dos porquês
o colo ventre de sua mãe

2 comentários:

  1. Estás com um nível de produção impressionante amigo


    força nisso e um abraço forte
    nuno

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  2. Nuno obrigado pela força. Teus comentários são sempre muito bem vindos.
    Um gde abraço

    ResponderEliminar

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