
Papel mais papel amontoado
cordelinhos
uma displicência de encher o saco
incompetência
na justiça feita trapo
arguidos juristas de mãos dadas
dinheiro chorudo
num corrompido mundo
de habilidades para tudo
choca o incauto Zé
o vida limpa o justo
o que aprendeu quando nasceu
que o bom era o honesto…
ver ao que chegou
o triunfo do injusto
do corrupto
do que por amigos ter
e influências
vê justiça por fazer
esta sobra mais para o desgraçado
o sem amigos
que por pata na poça
pôr
mesmo pequena
vai direitinho para a choça
sem influências Zé ninguém
viu uma saia
nem lhe adivinhou a idade
tal o calor que então fazia
levou seus dezassete anos
para a cama
saiu-lhe cara a leviandade
ninguém o conhecia
nem ao seu lugar
até este hediondo crime
ser noticiado apregoado
como justiça exemplar
acusado sem apelo nem agravo
foi julgado prontamente
e prontamente enjaulado
rio-me com vontade de chorar
os senhores mais ricos
e famosos
montes de taras e manias
poderosos
os casa pias desta sociedade
violam ferem roubam
e ficam ilibados
por bem encostados
pasme-se que capricham
em pedir ao Estado
depois de tanto crime
perpetrado
que os indemnize pelos danos
a eles causados
por o seu “bom nome”
dizem tais “senhores”
ter sido ofendido mal tratado!
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