
Que parado tudo fica
o tempo a alma a novidade
parece céu carregado
um bafo quente
tudo adiado
folhas paradas
sem pinga de vento
de qualquer quadrante
os animais acoitados calados
temerosos
à medida que a tensão aumenta
a natureza resolve um tal impasse
indecisão carga tensão
cruzando os ares de raios
trovoada
vertendo água em enxurrada
nas ruas nos campos com detritos
ás vezes cheias com estragos
deixando tudo de pantanas
depois passa
após a carga tensa densa
aliviada
os humanos não
atrofiamos complicamos
deprime-se no impasse
abrimos a boca não falamos
queremos sentir e não sentimos
queremos gritar e não gritamos
como que ficamos com o impasse
entalado nas vísceras nas entranhas
e quase endoidamos
normalmente a situação passa
porque algo acontece
e alivia a dor
um remédio uma ida ao médico
o cento e doze um amigo
uma terceira pessoa que aparece
que nos corta o sério
e nos conforta
só assim em nós o movimento
feito estático denso grave
desencrava desvanece perde força
enfraquece passa
sem se ficar naquele impasse naquela ameaça
uma quase loucura que aparece
grassa
e a dada altura até parece
querer instalar-se para sempre
Sem comentários:
Enviar um comentário