sexta-feira, fevereiro 20, 2009

salvo em pequenino


Hoje vi o poço fogo em labaredas
os perigos todos
que a criança do campo enfrenta
enquanto cresce

vi a vida perdida num qualquer buraco
da infância
a mão salvação que aparece
que ampara protege agarra
quando este mundo nos quer cá

depois menino salvo…

o caminho longo com espinhos
pedras redemoinhos
rectas curvas
voltas revoltas
em prémios e castigos
que nos leva longe
ou perto…

sem se saber onde nos leva
nem porquê
nem para quê!

resta perguntar se o percurso agreste
duro curto
entre cortado aqui e ali
por intervalos de bonança

(que fazem tantas vezes da vida
um poema)

justifica o menino grande
que se vai esgotando no tempo
mirrado de cansaço pelos anos
sem outro horizonte agora
que não seja o poço escuro
na cidade
de que foi salvo por alguém
no campo
outrora!

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