
Hoje vi o poço fogo em labaredas
os perigos todos
que a criança do campo enfrenta
enquanto cresce
vi a vida perdida num qualquer buraco
da infância
a mão salvação que aparece
que ampara protege agarra
quando este mundo nos quer cá
depois menino salvo…
o caminho longo com espinhos
pedras redemoinhos
rectas curvas
voltas revoltas
em prémios e castigos
que nos leva longe
ou perto…
sem se saber onde nos leva
nem porquê
nem para quê!
resta perguntar se o percurso agreste
duro curto
entre cortado aqui e ali
por intervalos de bonança
(que fazem tantas vezes da vida
um poema)
justifica o menino grande
que se vai esgotando no tempo
mirrado de cansaço pelos anos
sem outro horizonte agora
que não seja o poço escuro
na cidade
de que foi salvo por alguém
no campo
outrora!
Sem comentários:
Enviar um comentário