
Os mesmos que apelam às desgraças
que sopram a trombeta agoirenta
são os que temem receosos
perder conventos castelos e palácios
onde tudo era deles
nada aos outros pertencia
afinal coisas de velhos temerosos
que vêem só ameaças no prazer
no novo no amor no sonho
egoístas cépticos passadistas
com uma lição moralista ultrapassada
atraso reverência subserviência
que hoje por muito que lhes doa
já não colhe
quem viaja entende que é o belo
que nos chama
não o quiosque velho carunchoso
a barraca clandestina que envergonha
povo em guetos de pitas e de nabos
sobras dos senhores dos tais castelos
falta o hábito eu sei
a cultura do melhor
(grandes são os outros
pequenos somos nós)
e é assim que andamos para a frente?
nos quintais de pitas e de nabos
na tradição útil de ignorante povoléu
amansado inculto atrasado
a dar ouvidos a quem prega
não a quem faz?
Não!
faça-se obra recupere-se
que se entenda de vez o sol
e o mar e o céu que temos
que se entenda de vez Portugal
como um país maior…
já que foi com grande empenho
que aqui chegámos!
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