
Os teus olhos brilho cintilante
convite desafio
calor tão forte
em que o rubor da face
as mãos a conversar nas minhas
suaves macias húmidas de se dar
acompanhavam sem dar conta
a linguagem corporal
era cego o olhar
esquecida a razão perdida na emoção
face com face
pele que se atraía
colava descolava enlouquecia
pedia dava
entregava-se entregava
em abraço apertado
que matava a raiva o abandono
a falta de amor que a razão dá
mulher esbelta graciosa
meu grão corpo doce mel
minha vida num instante enlouquecida
nos teus pés nus de bailarina
na tua capa de seda transparente
rubra
como o sangue do meu corpo
que fervia
céu inferno calor e calafrio
conexão distância a um só tempo
quis na frieza da razão chegada
no fim do paraíso andado
no tu fugindo sem remédio…
que fosses pássaro andorinha
que voasses sempre por tão bela
mas que aportasses ao meu beiral
em cada primavera
para seres um pouco minha
na estação das flores
aguentaria assim melhor
os frios os invernos
os adeus eternos de que não gosto
apreciaria a chuva o cinzento nublado
os prados enlameados
os caminhos desertos
a vida escassa
esperaria confortado e agradado
o teu regresso breve
que por não perder-te para sempre
e poder ver-te
bastaria!
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