TGV, Aeroporto e 10 de Junho
É sempre mau
há sempre quem se encolha
quando neste país o sonho tem dimensão grande
é coisa demais logo se diz
apequenamos
criticamos receamos amaldiçoamos
ficamos tolos
maldizentes
as coisas que dizemos
de quem ousa de quem quer
enfermamos de males de mesquinhez
quando o que se quer é avançar
sair da pequenez
a que o retardar de tantos anos
nos levou
estranho povo grande
que gosta de chorar gemer
desanimar
antes mesmo de tentar
e o tempo que se perde
com os que não querem avançar
que se assustam quando surge
uma avalanche força que não para
que não dá para travar
é por entre olhares desconfiados
palavras duras de caciques
escaramuças acesas à mudança
que a obra enfim irrompe
ainda bem que o futuro mostra sempre
que o que deslumbra mesmo
é a obra grande
o valor que temos
a ousadia de que somos capazes
e quando a obra enfim se cumpre
é vê-la admirada pelo futuro e pelo mundo
cumpra-se pois um Portugal sem medo
e que os oceanos e as vidas que ceifaram
quando os transpusemos
os feitos que trouxeram
sejam exemplo
para outros feitos á nossa medida
GRANDES
calem-se de vez os velhos do Restelo
calem-se os cínicos os provincianos
para que Portugal se cumpra
de vez
(Escrito por mim em Junho de 2007, incluído na minha coletânea de poemas "PORTUGAL PERIFÉRICO OU O CENTRO DO MUNDO?")
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