Nosso comentário: Mais um lançamento da Editora Antígona de uma obra crítica sobre o modelo de cidade contemporânea.
Aconselho vivamente a sua leitura pois basta ler o resumo abaixo para convencer qualquer um.
Em particular todos aqueles que se preocupam com a tipologia das cidades atuais.
Pessoas e mercadorias, arranha-céus, pobreza, desemprego, exclusão social. Enfim, a cidade moderna, um lugar a merecer a reflexão de todo e cada um de nós.
Pela minha formação, quer na área social quer política, tocam-me muito estas temáticas. Seria bom que se repensasse muita coisa sobre a cidade, a sua função, a sua dimensão, o labirinto e o caos em que se está tornando para as pessoas.
Uma espécie de sítio onde tudo e todos desaguam.
Impõe-se um reordenamento dos territórios, na minha modesta opinião. De nada serve uma grande cidade com arranha-céus e sítios alindados para turista ver se existirem guetos por todo o lado. Montanhas de incapacidades para milhões de seres humanos arredados de encontrarem aí uma vida digna e próspera..
Isto a contrastar com territórios de larguíssima extensão, desertos ou desertificados, onde nem ervas daninhas crescem.
Uma autêntica aberração este des(povoamento) dos territórios em favor de um crescimento desajustado de cidades assustadoramente gigantescas, desordenadas e alienadas.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
VIAGEM AOS CONFINS DA CIDADE A metrópole e as artes no Outono pós-moderno (1972-2001)
leonardo lippolis
TRADUÇÃo Margarida Periquito |
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Na pós-modernidade, o corpo em transformação das metrópoles revelou os sinais dolorosos de um fim trágico do Ocidente. Hoje, a cidade transformou-se no espelho de uma sociedade em declínio, no modelo de uma distopia, ou seja, num lugar onde é horrível viver. Cidades feitas para deixar circular as mercadorias e organizar as necessidades do capital não podem deixar de reduzir as pessoas a fantasmas que têm medo da própria sombra.
Leonardo Lippolis
Reflexão sobre a crise das metrópoles ocidentais e o seu declínio no mundo contemporâneo, Viagem aos Confins da Cidade aborda as transformações do espaço urbano nas últimas décadas do século xx: o novo inferno da vida citadina, onde a exclusão social e a erosão do espaço público se concretizam, derrotando um modelo de cidade como palco de revitalização e de mudança. Da crescente intromissão de sistemas de vigilância à descaracterização de centros históricos e ao arranha-céus como incubadora da catástrofe, Leonardo Lippolis guia-nos nesta viagem apocalíptica ao fim da civilização como a conhecemos. Recorrendo à ficção de George Orwell e de J. G. Ballard, ao cinema de David Cronenberg e de Stanley Kubrick e à teorização de sociólogos e arquitectos, esta lúcida intuição de um novo ocaso civilizacional comprova a ameaça de novas mutações urbanas.
Leonardo Lippolis (Génova, n. 1974), professor, estuda as relações entre arte, arquitectura, cidade e política, de uma perspectiva neo-situacionista. Entre as suas obras contam-se Urbanismo unitario (2002) e La nuova Babilonia (2007).
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