domingo, agosto 09, 2015

Jesus e o seu tabuleiro de xadrez



Nosso comentário:


Hoje a notícia importante deste país, que ocupa a quase totalidade dos órgãos de comunicação social é uma vez mais o futebol.
Porquê?
Joga-se a Supertaça entre dois dos ditos clubes grandes de Portugal: SLB (Sport Lisboa e Benfica) e SCP (Sporting Clube de Portugal)
Este troféu, a disputar na cidade algarvia de Faro, suscita mais do que é habitual as atenções de toda a gente pelas controvérsias geradas em torno de transferências polémicas de jogadores e treinadores.
Como é sabido pela maioria dos leitores do blogue, esta contenda de Faro opõe os vencedores do Campeonato Nacional de futebol (Benfica) e o vencedor da Taça de Portugal de futebol (Sporting) da época transata. 
Por estranho que pareça,  pode afirmar-se que um mesmo treinador é o treinador de ambas as equipas, facto invulgar, talvez inédito na nossa praça: esse treinador dá pelo nome de Jorge Jesus.
Deixando o Benfica, onde permaneceu 6 épocas que lhe deram a visibilidade que tem hoje, ingressou no Sporting, clube que diz ser o do seu coração e também, ao que consta, aquele que mais dinheiro conseguiu amealhar para o contratar.
Seja como for, polémicas à parte, Jesus é o ainda "o dono" das duas equipas. Ou seja, mais se assemelha a um jogador de xadrez que conhece como a palma das suas mãos as pedras de ambos os lados.
Isto porque o treinador do Benfica recentemente contratado, que por acaso não se chama Jesus, mas Vitória, mal teve tempo de se coçar, de se adaptar, quanto mais de construir um Benfica à altura dos seus pergaminhos.
Situação bizarra esta, pelo menos eu acho, mas como a gente se vem habituando a ver de tudo um pouco nestes últimos tempos, já nada espanta.
Talvez o ano em que fica mais a nu aquilo em que o futebol se está a tornar: um negócio de milhões. Para trás vão ficando o amor à camisola, a honra, o brio desportivo, a fidelidade clubística. 
O adepto mais apaixonado e até o menos apaixonado vêem-se de um momento para o outro privados dos seus craques, dos seus ídolos da modalidade o que não deixa de ser triste.
Os cifrões falam mais alto e não há ninguém que lhes resista. Nem direcções, nem treinadores, nem jogadores.
O dinheiro é rei e apoderou-se das actividades desportivas mais mediáticas.
Longe vão os tempos em que qualquer jovem gostaria de jogar futebol só para que as gentes da terra, do clube, do bairro, o vissem jogar e o aplaudissem pelo seu amor e dedicação à terra, ao clube, ao bairro. Pela sua garra, destreza, força.
Outros tempos!
Mas longe de mim ficar a carpir, há sim que encontrar a cada dia a adaptação necessária a estes novos tempos e não ficar distraído a pensar na morte da bezerra.
Caro leitor, veja lá não se distraia deixando assim fugir um contrato ou uma qualquer situação mais vantajosa para si. É que pode não ter outra neste mundo cão.

 Fiquem bem,
António Esperança Pereira




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