Nosso comentário:
Nem a propósito, logo após as comemorações em Lisboa do 1.º de Dezembro, chega-nos via e-mail este texto bem curioso de um leitor do blog.
Digo "nem a propósito porquê"?
Ora bem, como é sabido, o governo que legitimamente é mantido em funções, eliminou o feriado nacional do 1.º de Dezembro.
O 1.º de Dezembro é o dia em que os portugueses comemoram a libertação do jugo espanhol em 1640 com a Restauração da Independência perdida.
Para os leitores que não sabem isto, Portugal perdeu a independência em 1580 por motivos de sucessão ao trono. Este (o trono de Portugal) foi parar às mãos dos espanhóis que por cá ficaram durante 60 anos.
Viriam a ser escorraçados pelos portugueses em 1640.
Hoje em dia, em 2014 DC na opinião do governo actual, talvez por preferir baixar os braços em vez de os levantar, talvez por achar que a globalização pesa mais que a nacionalidade, decidiu abolir o feriado comemorativo de tão importante data. Assim, o dito governo mantido legitimamente em funções, não comemorou a Restauração da Independência de Portugal.
É mau!
Apesar destes ventos adversos que assolam o nosso querido país, em boa verdade vos digo que em breve o feriado em questão voltará a ser comemorado.
Sobre isso não resta a mínima dúvida.
Isto para que os corações lusos não deixem de pulsar e a nacionalidade não deixe de sobressair pela longevidade e audácia de um Povo Grande: Portugal.
Dito isto, permito-me dizer que o texto ora enviado aborda uma curiosidade que data de 1686, logo com cheirinho ainda a ocupação espanhola. Daí a minha prelecção sobre o 1.º de Dezembro e a Restauração da Independência de Portugal.
PS. Aos vizinhos espanhóis, de quem sou vizinho e amigo por opção e nascimento, e para que não paire qualquer laivo de exacerbado nacionalismo da minha parte, envio uma calorosa e fraterna saudação.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
Lisboa - o sinal de trânsito mais antigo da cidade.
Uma
curiosidade histórica.
Sabem onde fica em Lisboa o sinal de
trânsito mais antigo da cidade?
Na Rua do Salvador, n.º 26, em Alfama. Junto segue uma foto, mas antes leiam
esta descrição:
É uma placa que data de 1686 e foi
mandada afixar por D. Pedro II para orientar os coches que passavam por esta
rua estreita.
Diz assim: "Ano de 1686. Sua
Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da Portaria do
Salvador recuem para a mesma parte". Ou seja, o coche que vem de cima
perde prioridade em relação ao coche que vem de baixo.
Esta rua, que foi muito importante há 4
séculos, quando ligava as portas do Castelo de São Jorge à Baixa, é, hoje em
dia, uma pequena travessa, infelizmente cheia de prédios arruinados (como
tantas outras nas redondeza), entre a Rua das Escolas Gerais e a Rua de São
Tomé. A meio da pequena subida há um edifício, fora do alinhamento
dos restantes, que a estrangula.
No tempo de D. Pedro II este
estreitamento era causa de muitas discórdias entre os carroceiros que subiam ou
desciam a rua. Se dois se encontrassem a meio, nenhum cedia
passagem, uma vez que era tarefa difícil fazer recuar os animais.
Houve mesmo lutas e duelos, com feridos e mortos.
Para evitar tais discórdias, foi
publicado então um édito real e afixada esta placa no local, estabelecendo a
prioridade a respeitar em tal situação.