quarta-feira, abril 09, 2014

O meu país não é deste Presidente, afirma escritora.


Nosso comentário:


O destaque de hoje deste blogue vai para a escritora Alexandra Lucas Coelho e para as palavras que proferiu ao receber um prémio literário que lhe foi atribuído.
Chamo a atenção para o seu discurso que diz coisas muito acertadas e importantes que cada português que se preze deve ler.
Pela minha parte, escuso-me a acrescentar mais palavras, pois as da escritora Alexandra Lucas Coelho, chegam e sobram para identificar a actualidade deste país, Portugal.
Podem ler todo o discurso clicando abaixo no link que contém o texto:
"O meu país não é deste Presidente, nem deste governo".

Fiquem bem

António Esperança Pereira



No link abaixo vem a intervenção da Alexandra Lucas Coelho. Merece muito a pena ler na íntegra, apesar de extensa. Destaco:

"Eu gostava de dizer ao actual Presidente da República, aqui representado hoje, que este país não é seu, nem do governo do seu partido. É do arquitecto Álvaro Siza, do cientista Sobrinho Simões, do ensaísta Eugénio Lisboa, de todas as vozes que me foram chegando, ao longo destes anos no Brasil, dando conta do pesadelo que o governo de Portugal se tornou: Siza dizendo que há a sensação de viver de novo em ditadura, Sobrinho Simões dizendo que este governo rebentou com tudo o que fora construído na investigação, Eugénio Lisboa, aos 82 anos, falando da “total anestesia das antenas sociais ou simplesmente humanas, que caracterizam aqueles grandes políticos e estadistas que a História não confina a míseras notas de pé de página”.
Este país é dos bolseiros da FCT que viram tudo interrompido; dos milhões de desempregados ou trabalhadores precários; dos novos emigrantes que vi chegarem ao Brasil, a mais bem formada geração de sempre, para darem tudo a outro país; dos muitos leitores que me foram escrevendo nestes três anos e meio de Brasil a perguntar que conselhos podia eu dar ao filho, à filha, ao amigo, que pensavam emigrar.
Eu estava no Brasil, para onde ninguém me tinha mandado, quando um membro do seu governo disse aquela coisa escandalosa, pois que os professores emigrassem. Ir para o mundo por nossa vontade é tão essencial como não ir para o mundo porque não temos alternativa.
Este país é de todos esses, os que partem porque querem, os que partem porque aqui se sentem a morrer, e levam um país melhor com eles, forte, bonito, inventivo. "




Sem comentários:

Enviar um comentário

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...