Padre extorquido por prostitutas já não dá missa
A pequena localidade de Vila Nova de Anha, em Viana do Castelo, conheceu ontem o padre Alfredo de Sousa, de 44 anos, que exercia como reitor do seminário diocesano e substituiu Alípio Lima – o pároco que durante cinco meses foi chantageado e extorquido por pelo menos uma prostituta.
Por:Catarina Gomes Sousa
Ao que o CM apurou, o padre Alípio pediu ao bispo de Viana, D. Anacleto Oliveira, para que fossem interrompidos os seus serviços pastorais até que o caso fique esclarecido, tendo o pedido sido aceite. A população continua a defender o padre Alípio. Há até quem queira organizar uma manifestação de apoio ao sacerdote. "É uma pessoa impecável. Ninguém tem queixa. O que ele faz na vida privada é com ele, e ninguém se deve intrometer", contou ao CM um homem natural daquela vila mas que não se quis identificar – como, aliás, todos os populares contactados pelo nosso jornal.
O padre Alfredo, que irá celebrar todas as missas da próxima semana, disse na homilia que "o padre Alípio vai tirar umas folgas para descansar". No final da eucaristia, em declarações ao CM, desvalorizou a situação. "O senhor padre foi para casa pensar e afastar-se de todo o mal que lhe têm feito. Ele pode contar com toda a comunidade de Vila Nova de Anha e da Igreja Católica. Nunca estará sozinho".
Recorde-se que o pároco Alípio Lima apresentou uma queixa na GNR no final do ano passado. Às autoridades relatou o pesadelo que viveu durante cinco meses – uma conhecida da prostituta com quem mantinha relações sexuais ameaçou revelar fotografias comprometedoras se não recebesse dinheiro.
COMENTÁRIO MAIS VOTADO
"Meu caro jornalista. A Missa nao se da; CELEBRA_SE."
nathan
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Nosso comentário:
É por estas e por outras que a Igreja Católica terá mais cedo ou mais tarde que encarar de frente este negócio de saias.
Se dantes "mulher" era um ser de participação social menor, reduzia-se praticamente a ser dona de casa, serviçal, mãe de filhos, coadjuvante da lida do esposo...
em nossos dias, tudo mudou: o sexo feminino emancipou-se, está cada vez mais em tudo o que é sítio.
Elas estão nas forças armadas, na polícia, na chefia dos Estados, na gestão das maiores empresas, no casamento ou união que escolhem, não na união imposta pelas famílias de antigamente.
Dir-se-ia que mulher ou homem, masculino ou feminino estão cada vez mais diluídos no tecido social. As tarefas já não estão como estavam dantes: umas, reservadas a homens, outras, a mulheres, consoante o "status" e grau de aceitação da sociedade.
A emancipação das mulheres tornou-as mais livres, mais capazes de serem poderosas, detentoras de seu pecúlio, de seu êxito, mais bonitas, mais autónomas, capazes tal como os homens de escolherem a cama em que se querem deitar.
Assim sendo, e porque nunca o mundo andou para trás, parece-nos que é pura perda de tempo atrasar o processo feminino nas atividades religiosas e afins da Igreja Católica.
(Um pouco como Vasco Graça Moura querer atrasar o processo do Novo Acordo Ortográfico)
Este caso do padre Alípio só é um "caso" por a questão da opção sexual, conjugal e outras afins que continuam a separar o pastor das suas ovelhinhas, não serem encarada frontalmente e com sentido de modernidade no seio da Igreja Católica.
Hoje em dia não se pode ser muito dogmático, porque se corre o risco de se ficar na carruagem que não acompanha o combóio.
Depois, tal como se pode ler na notícia, os rebanhos de crentes já não são o que eram. As pessoas da terra até gostam do padre Alípio, independentemente de ele "ser ou não ser", "ter ou não ter", mmmmmmm, com as prostitutas.
Para o povo contam é as pessoas, o que elas são como tal, por isso gostam ou não delas pelo que são, não pelo que se quer que elas sejam em função dos interesses de circunstância...
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Fiquem bem,
Realmente a igreja tem mesmo que acompanhar o andar dos tempos...
ResponderEliminarHoje pensa-se de maneira diferente. Já não há o" papão" do pecado.
Mudam-se os tempos muda-se a maneira de encarar a vida....
Se o não fizer,a igreja,corre o risco de perder cada vez mais fieis....
Leta.
Leta minhas desculpas por algum atraso na resposta habitual a comentários de leitores: aqui e por outras vias.
EliminarSem dúvida a melhor atitude será a de apontar o "bom caminho" não só reprovar o mau caminho (pecado) sem mostrar, educar, sublinhar o que cada um é capaz de fazer: O BEM que cada pessoa potencialmente é...
Abraço
É importante lembrar que Igreja não existe para ter mais - ou menos - fiéis.
EliminarA Igreja existe para zelar pela fé. A fé quem nos dá é Deus e prestar-Lhe-emos contas daquilo que fizermos com ela e como todos os outros dons que Ele nos dá (muitas vezes nem nos apercebemos dos dons que recebemos).
A fé é aquilo que Jesus Cristo revelou. A Igreja não vai alterar isso para ter mais fiéis. Nem pode, sob pena de deixar de ser a Igreja que Jesus Cristo fundou. A Igreja não é um clube.