
Indiferença culto do umbigo
beleza fortuna de ser no topo do mundo
estatísticas números não faltam
a dizer que é assim
que tudo está certo perfeito
entre outros reinos
também no reino da Suécia
mas não é assim
paraíso frio gelado
onde falta o melhor
um galanteio um piropo um assobio
um convite em apetite
um beijo um abraço
que aqueça que arrebite
um ruído que desperte
azuis olhos de céu
mas tão gelados
apetece plantar trópicos ali
dar-lhes um ritmo
uma dança de quadris
que os aqueça que os abane
que os mexa
que desenrije a estrutura
que se eleva a quase dois metros
em altura
que lhes tire o sério rectangular
como consorte
ar de que tudo tem que ser assim
fleuma de morte
quando a cultura
índices elevados de compostura
são melhores
faz falta ali um pouco de Brasil
África Guiné
dentes a rir
o melhor de Portugal e seus areais
por seráfica que tal gente é
silêncio e sombra envoltos em luxúria
ondular geométrica insípida
loiras searas tão perfeitas
tão bonitas apetitosas
mas cada vez mais cegas
do quente do próximo do ruído
do riso
no que a gente simples
por espontânea descomprometida
“menos desenvolvida”
é bem melhor