terça-feira, agosto 31, 2010

Indiferença nórdica


Indiferença culto do umbigo
beleza fortuna de ser no topo do mundo
estatísticas números não faltam
a dizer que é assim
que tudo está certo perfeito
entre outros reinos
também no reino da Suécia

mas não é assim

paraíso frio gelado
onde falta o melhor
um galanteio um piropo um assobio
um convite em apetite

um beijo um abraço
que aqueça que arrebite
um ruído que desperte
azuis olhos de céu
mas tão gelados

apetece plantar trópicos ali
dar-lhes um ritmo
uma dança de quadris
que os aqueça que os abane
que os mexa
que desenrije a estrutura
que se eleva a quase dois metros
em altura

que lhes tire o sério rectangular
como consorte
ar de que tudo tem que ser assim
fleuma de morte
quando a cultura
índices elevados de compostura
são melhores

faz falta ali um pouco de Brasil
África Guiné
dentes a rir
o melhor de Portugal e seus areais
por seráfica que tal gente é

silêncio e sombra envoltos em luxúria

ondular geométrica insípida
loiras searas tão perfeitas
tão bonitas apetitosas

mas cada vez mais cegas
do quente do próximo do ruído
do riso
no que a gente simples
por espontânea descomprometida
“menos desenvolvida”
é bem melhor

quarta-feira, agosto 25, 2010

Perda


Contei contigo para as curvas do caminho
os quelhos
as encruzilhadas
os sítios mais oblíquos

pus cais em ti para qualquer acostagem
que ocorresse
mais difícil
a proa a fugir ao leme
em tempestade
que estivesses lá
quando a dificuldade apertasse
quando a dor aparecesse

acordei um dia
desapareceste
foi aquela sensação de ficar náufrago
sem cais nem barco
e morrer

um aperto no estômago
uma dor deserto
pior
um sítio fogo cinzas todo ardido

nada que se visse perto
que pudesse ser existir
por te não ter

o tempo passa ensina
faz calos até num coração sensível

só que enfrentar a perda
assim da noite para o dia
adormecer contigo
e o sol raiar e não te ter…

deixa marcas lembra marcas!

que falta faz ao menino perdido
abandonado
a explicação pueril do mundo dos porquês
o colo ventre de sua mãe

segunda-feira, agosto 23, 2010

MEU LIVRO: DANÇA DA VIDA (Biodança)

Bom desta vez não é poema, é mesmo a publicação de um LIVRO.
Ou seja aquele passo de gigante que se segue ao passo de gigante que foi a divulgação do Blogue.
Comecei por uma compilação de poemas com a "marca" da Biodança.
Perguntarão porquê?
Eu respondo: porque sim!
Dou o link onde o mesmo já pode ser visto e adquirido:
http://www.bubok.es/libro/detalles/188892/DANCA-DA-VIDA-Biodanca
Edição sem qualquer preocupação de luxo ou malabarismos de maior, dá para passar em formato de livro uma mensagem diferente e que é útil que seja passada.
Uma mensagem de amor, claro!
O site é espanhol, em breve o porei também no site congénere português.
Calhou.
Não espero que gostem espero sim que comprem (lol)
Se comprarem e gostarem... ÓPTIMO!!!
Um obrigado a todos

António

terça-feira, agosto 17, 2010

Momento eterno


Um cacho humano irregular
na forma
na idade
no ideal
na proveniência
no estado social

em música suave
de pé em roda pendular

chega a doer ali estar
a taquicardia aumentar
ver de perto os olhos dos outros
a olhar

mas vencida a dificuldade
trazida do exterior
angústia
ansiedade
stressante realidade

é a viagem perfeita
ao fundo do peito
embalo amparo
encosto gosto
seara de corpos a ondular
a crescer em sentimento

a pele comanda
toca resvala treme
sente ruboresce

às vezes…
por o que toca ser tão bom
desperta o som
que geme
esmaga o amplexo
que em transe desfalece

dedos rostos
ombros costas
cabos enseadas
curvas rectas
duro fofo
tudo se entrelaça
se abraça
no fruir do momento eterno

é mar é terra
é ar é fogo
é estar perdido
tão achado

no fim desfeito
inteiro cheio
quente
com tudo e sem nada
entendo o conceito
de momento eterno

comparado com isto
e como a imaginamos
achei a eternidade
um vazio
uma seca
uma fria enormidade

domingo, agosto 15, 2010

Pequenos nadas


Há atitudes que nos mudam
pequenos nadas
que podem pôr luz na noite achada
um olhar que não julga
que encoraja
um aceno breve de passagem
de alguém que nos viu
e sem pedir nada nem ter medo
antes de partir
naquele parque de estacionamento
betão escuro de cansaço
cimento baixo
sorriu

aquela força que uma voz deu
quando se ouviu
na altura certa
“vamos” “dá-lhe” “vai”
e a gente que já desanimava
não acreditava no sucesso
da jogada
perdia mais do que ganhava
na vitória que fugia…

pela coragem dada
pela palavra
pelo “estou aqui” de alguém
a gente arreganhou-se
a gente foi
a gente deu
a gente acreditou sorriu
cerrou os dentes continuou
venceu

colosso de vida palmilhada
hoje aqui
vos digo eu
do sítio onde estou
que muito deve tamanha caminhada
à força dada
por pequenos nadas

sexta-feira, agosto 13, 2010

Depressão


Que parado tudo fica
o tempo a alma a novidade
parece céu carregado
um bafo quente
tudo adiado
folhas paradas
sem pinga de vento
de qualquer quadrante
os animais acoitados calados
temerosos
à medida que a tensão aumenta

a natureza resolve um tal impasse
indecisão carga tensão
cruzando os ares de raios
trovoada
vertendo água em enxurrada
nas ruas nos campos com detritos
ás vezes cheias com estragos
deixando tudo de pantanas

depois passa
após a carga tensa densa
aliviada

os humanos não
atrofiamos complicamos
deprime-se no impasse
abrimos a boca não falamos
queremos sentir e não sentimos
queremos gritar e não gritamos
como que ficamos com o impasse
entalado nas vísceras nas entranhas
e quase endoidamos

normalmente a situação passa
porque algo acontece
e alivia a dor
um remédio uma ida ao médico
o cento e doze um amigo
uma terceira pessoa que aparece
que nos corta o sério
e nos conforta

só assim em nós o movimento
feito estático denso grave
desencrava desvanece perde força
enfraquece passa

sem se ficar naquele impasse naquela ameaça
uma quase loucura que aparece
grassa
e a dada altura até parece
querer instalar-se para sempre

domingo, agosto 08, 2010

Justiça


Papel mais papel amontoado
cordelinhos
uma displicência de encher o saco
incompetência
na justiça feita trapo

arguidos juristas de mãos dadas
dinheiro chorudo
num corrompido mundo
de habilidades para tudo

choca o incauto Zé
o vida limpa o justo
o que aprendeu quando nasceu
que o bom era o honesto…

ver ao que chegou
o triunfo do injusto
do corrupto
do que por amigos ter
e influências
vê justiça por fazer

esta sobra mais para o desgraçado
o sem amigos
que por pata na poça
pôr
mesmo pequena
vai direitinho para a choça

sem influências Zé ninguém
viu uma saia
nem lhe adivinhou a idade
tal o calor que então fazia
levou seus dezassete anos
para a cama
saiu-lhe cara a leviandade

ninguém o conhecia
nem ao seu lugar
até este hediondo crime
ser noticiado apregoado
como justiça exemplar

acusado sem apelo nem agravo
foi julgado prontamente
e prontamente enjaulado

rio-me com vontade de chorar

os senhores mais ricos
e famosos
montes de taras e manias
poderosos
os casa pias desta sociedade
violam ferem roubam
e ficam ilibados
por bem encostados

pasme-se que capricham
em pedir ao Estado
depois de tanto crime
perpetrado
que os indemnize pelos danos
a eles causados

por o seu “bom nome”
dizem tais “senhores”
ter sido ofendido mal tratado!

sábado, agosto 07, 2010

Rússia crise contradições


Ondas deprimentes de profunda crise
anunciada explorada instalada
a Rússia a arder
a Índia o Paquistão com cheias de afogar gente
Iraque Afeganistão sempre a morrer
o Médio oriente para não variar
sem encontrar
solução para a porrada

em contraste aqui bem perto
papo para o ar a bronzear
notícias de diárias milionárias
de férias em ressorts de luxo
de arrepiar a mente

notícias de vendas do que é caro
a crescer a pique
ao invés o pequeno bem
a penar
esperando a sua vez
para ser vendido ao desbarato

é mais crise “prós tostões “
menos crise “prós milhões”

os noticiários já se vê
mostram a coisa má de preferência
sublinham com veemência
aquele mundo medonho
feito pesadelo que nos tira o sonho

escrevo isto sentado num sofá
num centro comercial
de um dos homens mais ricos
do nosso Portugal

tenho sons de água de repuxo
também águas em cascata
fluxos e refluxos de gente
mais histérica mais pacata

lojas de tudo que se vende
ar condicionado e tudo
segurança na abastança
e não pago nada por isso

nota positiva apesar de sinceramente
ser de opinião e me convencer
de que ninguém dá nada
(nem o senhor que é dono disto)
sem querer uma qualquer troca

apesar de pensar isto
tiro o chapéu a quem se empenha
e faz do quase nada grande império
e porque tudo cá fica quando se morre
sem esperança de levar esta abastança
e ninguém cá fica
à confiança

presto homenagem
a quem não se intimida e não desiste
mesmo sabendo que os vindouros
hão-de trocar tanta obra por patacos
e gozar em farra o resultado
de tamanho suor e empenho de outros

em tempo de crise ficam as contradições
dos fogos das cheias dos milhões
de um sofá de graça dado
com ar condicionado
para acalmar transpirações
com temperaturas lá fora
Lisboa Agosto
a rondar os quarenta graus

terça-feira, agosto 03, 2010

Clydesdale Bank, UK Fraude: an advice

To all who use the Internet to conduct banking transactions I tell them is dangerous. After opening an account on a site which they say is false: http://clydoffshore.com but just like the real Bank Clydesdale, well, you be careful because I was robbed because I thought that was the true site of Clydesdale Bank. I thought it would be impossible so gross fraud with me on a site of a bank. But after all was! I learned from this and I do not believe recover the money that someone stole through a fake website of the Clydesdale Bank. My account at the fake site Clydesdale Bank is still there after a month has elapsed.
How is this possible?

Críticos avulso


Há pessoas chatas miudinhas
que nos meandros da razão
quase matemática
por eles bem arrumada
nas cabecinhas
encontram sempre um se não
uma questão
seja qual for o assunto a temática

botam palavra no esforço
dos outros
armam discussão
travando-os retardando-os
pondo-lhes peso na acção
mil queixinhas
quezilentos linguarudos bafientos
quase sempre no contra
em todos os assuntos

são pessoas que desgastam
o mais energético dos humanos
com modos de bazófia sisuda
qual cão que ladra a tudo que mexe
em sua frente
boca afiada ameaçadora
pontiaguda

troca o passo marca passo
à frente ao lado atrás
um dois esquerdo direito
abram alas fechem alas
não se sai de onde se está

são a parte estática
de um mundo que não pára

ainda bem que a força universal
é bem mais forte
que tais meteoritos
e quem nela se pousar
a nível pessoal
apesar dos empanques dos atritos
críticos e mais críticos
constantemente a chatear
o fluxo vital avançará
de acordo com o unânime movimento

segunda-feira, agosto 02, 2010

Clydesdale Bank,UK:FRAUDE

Clydesdale Bank, UK fraud: this site http://clydoffshore.com that opens the bank based in Glasgow serves as bait for someone extorting money with promises to secure a prize: a shame! nobody assumes responsibility in this jungle that is already the Internet. The bank did not respond to such identity theft and consequent facilitation of FRAUD. Please be careful with this: You think you are in the real site of the bank and you are not... now we must be careful very very careful with the Bank we put our money. God save us!!!

Publicação em destaque

Livro "Mais poemas que vos deixo"

Breve comentário: Escrevo hoje apenas meia dúzia de palavras para partilhar a notícia com os estimados leitores do blogue, espalhados ...