sexta-feira, junho 12, 2009

quando mais vivo


É mentir fugir ao mais elementar desejo
dizer que tudo acontece
sem o ver
que tudo existe em meu redor
como se fossem pedras
folhas mortas

como se nada chamasse a atenção
como se tudo o que se visse e se tocasse
me fosse indiferente lateral
me não apetecesse
ver tocar

mundo frugal de sangue quente
que em sonho tropical e emoção
chega a ferver
dá para chorar para rir
abrir os braços existir
regar flores cheirar odores
ir na intuição sem leme
viver morrer de amores

que força terramoto maremoto
embebeda hipnotiza suaviza
o simples tocar do teu ventre pequenino
frágil
acompanhando-o a respirar

minha mão no ritmo do teu templo
profundo feminino fecundo

seria mentir dizer que meus sentidos
não se agitam perturbados
que não sinto nada
que é tudo frio sem sentido árido
vulgar

porque é exactamente o contrário

quando mais vivo e quando mais sou
é quando mais sinto

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