
Olho ouço acredito
(finjo que acredito)
para agarrar alguma coisa
por entender ser
melhor que coisíssima nenhuma
o dia passa a semana o mês
o meu coração reclama
mais
e mais não tem
no meu vai vem desanimado
diz-me a intuição
para não contar mais
com o que não vem
jamais
tenho o barco parado em alto mar
sem vela sem remos sem motor
e a distância percorrida na ilusão
de longe que ficou
já nem deixa perceber o meu lugar
ou fico
e morro aqui na fome do tempo
ou quebro as amarras da ilusão
e peço
neste mar de solidão em que me encontro
a um qualquer vento
que sopre alento
me ajude a sair daqui
porque…
se há um tempo de aprender ser burro
cavalgadura cego indigente
há um tempo
de ver agir ser inteligente
sacudir a água do capote
ser lúcido rir
do que antes fazia chorar
carpir…
e escolher enfim sem hesitar
o rumo mais adequado para o próprio!
Amigo Pereira que poema fantástico.
ResponderEliminarFoi uma surpresa para mim descobrir que escreves tão bem...
Continua, gosto dos teus poemas;)
Bjkas