sexta-feira, junho 05, 2009

olho ouço acredito


Olho ouço acredito
(finjo que acredito)
para agarrar alguma coisa
por entender ser
melhor que coisíssima nenhuma

o dia passa a semana o mês
o meu coração reclama
mais
e mais não tem

no meu vai vem desanimado
diz-me a intuição
para não contar mais
com o que não vem
jamais

tenho o barco parado em alto mar
sem vela sem remos sem motor
e a distância percorrida na ilusão
de longe que ficou
já nem deixa perceber o meu lugar

ou fico
e morro aqui na fome do tempo
ou quebro as amarras da ilusão
e peço
neste mar de solidão em que me encontro
a um qualquer vento
que sopre alento
me ajude a sair daqui

porque…

se há um tempo de aprender ser burro
cavalgadura cego indigente
há um tempo
de ver agir ser inteligente
sacudir a água do capote
ser lúcido rir
do que antes fazia chorar
carpir…

e escolher enfim sem hesitar
o rumo mais adequado para o próprio!

1 comentário:

  1. Amigo Pereira que poema fantástico.
    Foi uma surpresa para mim descobrir que escreves tão bem...
    Continua, gosto dos teus poemas;)

    Bjkas

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