
Inquieta mãos eléctricas
os passos e os braços
acompanhando o medo
interior complexo vida por curar
a culpa a raiva o ódio a sangrar
cigarro mais cigarro
a pele engelha
o telemóvel não pára de tocar
que filme trágico aquela ausência
de bom senso
por não saber parar
se pudesse interferir
naquela criatura inquieta
baralhada assustada
parava-a
depois dava-lhe um sentido
achado na paz interior
assim encontrada
dizia-lhe
como se fosse a primeira vez:
abre os olhos vê
deixa que a vida te encontre
sem ansiedade
porque a vida é mais coisa que acontece
se recebe sem esforço
de tão pródiga e bela que é
depois é uma questão de paciência
que o caminho de flores
de amores de anjos
longe da intensidade inútil
desgastante
que era o teu mundo antes
há-de vir beijar-te
ter contigo
para não mais largar-te
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