Estico os braços rastejando devagar
alongando-os o mais que posso
sou réptil de língua de fora
esforçado
esfomeado
mordo a presa que encontro
com minha fome
lancinante
tacteio apalpo toco
ora com vontade de comer
ora com a suavidade
adequada àquela pele
macia lisa eléctrica
electrizante
fico descomposto na vertigem
quando viro o corpo
pondo a boca
onde estava o rabo
réptil humano
forte e frágil a um tempo
enroscando envolvendo
insinuando
pensando deixando de pensar
pedindo sem falar
dando sem nada esperar
e tudo esperando
a fome é muita o pasto farto
inebriam-se os sentidos
que retiram força egóica
fico desfeito qual esqueleto ambulante
rastejante
pedinte
entregue na realidade
suculenta boa
fêmea mulher gata
alimento útero inesgotável
totalidade
de mim só uns olhos brilhantes
na penumbra do lugar
no chão duro em que pouso
de mim só um eu
saciado descomposto
desarticulado desnorteado
de mim só um amplexo de réptil voraz
vertido em menino amado
sexta-feira, outubro 24, 2008
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