Assustada temerosa
uns olhos vivos brilhantes
grandes lacrimejantes
um abandono frágil
em forma de mulher
de pé em dificuldade
indefesa nesta sociedade
alienada
ao ver-te assim
pedi cá dentro
que Deus se cumpra em ti
dádiva oferecida
nos limites da vida
que te veja bem por dentro
como eu te vi
no fundo dos teus olhos suplicantes
quase gritando
“tirem-me daqui”
espelho que és de cada um de nós
turbulência
dor
insignificância
a corda na garganta
que nos ameaça
a cada instante
diz-lhe Deus que tudo podes
que estás bem no fundo dela
no fundo de cada um de nós
o que lhe falta a ela
o que falta a cada um de nós
domingo, outubro 19, 2008
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