sexta-feira, julho 18, 2008

que graça cativante

Que graça cativante
nos adornos pequeninos
tantos
com que semeias teus espaços
do corpinho

por instantes
lembrei o tempo distante
do feminino mãe irmãs
as rendas os bordados
as mantas de retalhos
os trapos variados das bonecas
o amor de mãos suaves
brancas
que acompanhei de tenra idade

eram quentes e longas as tardes de Verão
naquele sossego
o futuro nem existia então
porque ficava tão longe
que não cabia
nas nossas cabeças pouca idade

para elas só existia
ou quase
o espaço circundante
o pasmo
com qualquer coisa que mexesse
ou se fizesse

se agora pudesse
menina que passas
com toda essa graça cativante
pedia-te que me mostrasses
cada pormenor
do teu engenho em arranjar-te

manta de retalhos
conjugação perfeita
dos artefactos
coberta descoberta
composta descomposta

que boneca que és
menina que passas
da cabeça aos pés

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