sábado, junho 14, 2008

custa sempre começar

Custa sempre começar
arrancar para o novo
a novidade
o lado de lá do sossegado
deixar os limites conhecidos do sofá
do colo ninho de que abarcamos
os contornos

mas quando partimos
e descobrimos
as coisas que há do lado de lá
por ver
por experimentar
é fantástica a mudança que se dá
sem se dar conta!

esquece-se logo a fofura do sofá
a segurança boa do ninho que deixámos

quanto mundo interessante belo
fonte inesgotável de diferença
quanto carinho amor dispersos
abrindo os braços
olhos atenções
a forasteiros corações

que logo depois
é já o regresso que custa

porque o ninho é sítio bom
mãe atenta disponível dada
mas o desconhecido revelado
é tão fascinante que deixá-lo é já
nostalgia da distância
impossibilidade de abraçar tanto

e a única saída que encontro
quando me acontece isto
é valorizar ambos
o voo e o ninho
derramando lágrimas de raiva
onde e quando posso
parafraseando sempre o poeta

"para tanto amor tão curta a vida"

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