sábado, junho 07, 2008

casulo dourado


As pessoas que passavam
não tinham a importância física
que vulgarmente têm no local
os olhos tensos
o barulho apressado dos passos

eram apenas movimento normal
apercebido em som global
difuso

eu envolto em casulo dourado
imaginado
imaginando uma chuva de fios prateados
caindo!

estava entre o ensonado e o idílico
um sossego absoluto
fora das preocupações usuais

um espaço de deuses num sítio atrapalhado
frenético confuso
pela presença do tráfego do metro

seria vulgar subterrâneo
com os cheiros e ruídos característicos
húmido citadino suburbano
um lugar com sensações banais

se não fora o meu interior
que eu quase recreava sem querer
e elevava tudo em redor
a um patamar sublime

era brincadeira de leitura
o que eu fazia
aquele exercício do casulo dourado
mas a intensidade que sentia
vertia êxtase a mais que o esperado

que me interrogo:

seria o que eu senti
um cheirinho
às tais dimensões energéticas maiores
que se diz existirem por aí?

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