Tento esquecer o almoço que comi
de qualidade breve e rasca
num restaurante onde sem querer fui ter
então recorro a ti
real
mas em imaginação
tento inspirar-te na respiração
como coisa boa que és e de que gosto
espero aliviar assim a digestão difícil
o queixar espasmódico do intestino
absorvo o teu amplexo divinal
corpo em sorriso olhar brilhante
e deixo entrar
entras no teu tamanho natural
que para mim é o ideal
e é como sentir saúde lufada de ar
banho de mar
cada parte de ti tão encaixada
só paro de imaginar
quando ficas em bicos de pés
e os teus lábios olhos face cabeleira solta
me completam
se fundem no meu rosto
não sei momentaneamente quem sou
se eu se tu num instante breve
quase entro em transe
na fusão perfeita
há um efeito choque eléctrico
susto
próprio do desatino bom que por o ser acaba
a verdade é que o corpo fica aliviado
e passa o incómodo do tubo digestivo
irritado pelo almoço rasca
sexta-feira, janeiro 25, 2008
terça-feira, janeiro 22, 2008
última ilusão
Um dia de chuva e frio
pode ser o fim do estio
do sangue quente da emoção
posta numa ilusão
cada gota de chuva que tomba
no meu corpo despido de folhas
pode indiciar um encolher de braços
um arrefecer da alma
pode levar aquela ponta de loucura a desistir
folhas caídas das árvores do meu caminho
onde estão as flores
os cheiros
os horizontes que me faziam partir?
não quero ficar indiferente frio
como um arrepio de inverno
mas hoje
talvez pela primeira vez
fico quase indiferente
quase ausente
quase capaz de sucumbir
sem reagir ao frio exterior
que acentua o frio interior
solidão ou amor demais
que me leva a tal desilusão?
dá-me a tua mão longínqua
ponte levadiça que não pousará jamais
põe-na no meu peito
última ilusão
fio condutor de calor de outro tempo
faz-me sentir com a tua mão
algum conforto no vazio interior que sinto
hoje
pode ser o fim do estio
do sangue quente da emoção
posta numa ilusão
cada gota de chuva que tomba
no meu corpo despido de folhas
pode indiciar um encolher de braços
um arrefecer da alma
pode levar aquela ponta de loucura a desistir
folhas caídas das árvores do meu caminho
onde estão as flores
os cheiros
os horizontes que me faziam partir?
não quero ficar indiferente frio
como um arrepio de inverno
mas hoje
talvez pela primeira vez
fico quase indiferente
quase ausente
quase capaz de sucumbir
sem reagir ao frio exterior
que acentua o frio interior
solidão ou amor demais
que me leva a tal desilusão?
dá-me a tua mão longínqua
ponte levadiça que não pousará jamais
põe-na no meu peito
última ilusão
fio condutor de calor de outro tempo
faz-me sentir com a tua mão
algum conforto no vazio interior que sinto
hoje
segunda-feira, janeiro 21, 2008
obra grande enobrece

Obra grande enobrece
a quem a intenta ousa
a quem nasce depois
e a contempla
fica conhecida apreciada
ganha vida é procurada
dificilmente o tempo a esquece
a obra mais pequena
o arranjar de um telhado
a limpeza de um espaço
o acesso facilitado
à escola
a cuidados básicos
são a sementeira
de qualquer boa colheita
seguramente
se ambas sabiamente misturadas
como se de um saudável cozinhado
se tratasse
obra grande e mais pequena
engrandecerão a qualidade
do que será vivido
pela humanidade
num futuro próximo
a quem a intenta ousa
a quem nasce depois
e a contempla
fica conhecida apreciada
ganha vida é procurada
dificilmente o tempo a esquece
a obra mais pequena
o arranjar de um telhado
a limpeza de um espaço
o acesso facilitado
à escola
a cuidados básicos
são a sementeira
de qualquer boa colheita
seguramente
se ambas sabiamente misturadas
como se de um saudável cozinhado
se tratasse
obra grande e mais pequena
engrandecerão a qualidade
do que será vivido
pela humanidade
num futuro próximo
sábado, janeiro 19, 2008
jardineiro coração de poeta

Tão macia suave
flor de um quintal onde cabias
onde te poria quiçá no sítio principal
eu seria o jardineiro em botas velhas
cara rude
maneiras desajeitadas
num coração de poeta
porque eras flor não me verias
nos trapos
na falta de cultura
no sentimento sem convicção
de merecer-te
na falta de dinheiro e de luxos
para oferecer-te
poderia olhar cuidar de ti
tocar-te
dar-te o que tinha
água amor
toda a atenção que se dá à flor
mais querida mais bonita
luz esplendor do sol reflectida
no amor natural dos olhos
no caule corpo balouçante e doce
em dança musical
vento do norte
por favor
pergunta a quem me conhece
porquê com tanto amor
por esta flor
me sinto fraco e forte
ao mesmo tempo
flor de um quintal onde cabias
onde te poria quiçá no sítio principal
eu seria o jardineiro em botas velhas
cara rude
maneiras desajeitadas
num coração de poeta
porque eras flor não me verias
nos trapos
na falta de cultura
no sentimento sem convicção
de merecer-te
na falta de dinheiro e de luxos
para oferecer-te
poderia olhar cuidar de ti
tocar-te
dar-te o que tinha
água amor
toda a atenção que se dá à flor
mais querida mais bonita
luz esplendor do sol reflectida
no amor natural dos olhos
no caule corpo balouçante e doce
em dança musical
vento do norte
por favor
pergunta a quem me conhece
porquê com tanto amor
por esta flor
me sinto fraco e forte
ao mesmo tempo
mundo de tantas opções
Às vezes fico perplexo indeciso
mundo de tantas opções
mas faço uma pausa medito
e o vazio que sinto nas hesitações
apenas mostra a faceta
do lado que vemos que é não
e não o lado que é sim
bebo o café da manhã
e penso de mim para mim
"o mundo não é limitado
somos nós que o limitamos"
enredamos apequenamos
em herdados preconceitos
limiares baixos de cultura
um saber incompleto
fica-se assim baralhado
lutas que são e não são
outras que deveriam ser
fechados nas soluções
nem se dá conta
em cada fado falhado
da essência que vivemos
de cada dia que temos
limitações que emprestamos
à vida conceito errado
nem sequer a apreciamos
por oposto ao triste fado
mundo de tantas opções
mas faço uma pausa medito
e o vazio que sinto nas hesitações
apenas mostra a faceta
do lado que vemos que é não
e não o lado que é sim
bebo o café da manhã
e penso de mim para mim
"o mundo não é limitado
somos nós que o limitamos"
enredamos apequenamos
em herdados preconceitos
limiares baixos de cultura
um saber incompleto
fica-se assim baralhado
lutas que são e não são
outras que deveriam ser
fechados nas soluções
nem se dá conta
em cada fado falhado
da essência que vivemos
de cada dia que temos
limitações que emprestamos
à vida conceito errado
nem sequer a apreciamos
por oposto ao triste fado
terça-feira, janeiro 15, 2008
de que serve...
De que serve o amor
se se andar
sempre a começar
de que serve sentir
se não se partilhar
de que serve a saudade
se a esperança
murchar
de que serve desejar
querer
se nunca se avançar
de que serve um ideal
um sonho
se nada se fizer
para o concretizar
é como semear
plantar
sem nunca ter frutos
colher
se se andar
sempre a começar
de que serve sentir
se não se partilhar
de que serve a saudade
se a esperança
murchar
de que serve desejar
querer
se nunca se avançar
de que serve um ideal
um sonho
se nada se fizer
para o concretizar
é como semear
plantar
sem nunca ter frutos
colher
imobilidade no sofá
Muita coisa passa pela cabeça
muita tralha
e nada de concreto se desenha
inverno idade sexo
o menino Jesus sem pai biológico
paz violência
meninas famosas
prostituição
políticos babosos
bola corrupção
que posso considerar-me
um produto acabado
alienado
pela televisão
para além dos olhos
também no pensamento
entram imagens
de todo o império mediático
qual loucura do inconsciente
que come e cala e nem procura
ou se procura
fazendo zapping
já nem sabe o que é
depois em rodapé
mais sub-repticiamente
brota um corrupio de ordens do consciente
em tal quantidade
que a imobilidade
que por vezes sinto no sofá
diante da loucura da tv
balofa vazia oca
é a mesma que sinto agora
para fazer qualquer coisa de concreto
e dar para isso o passo certo
muita tralha
e nada de concreto se desenha
inverno idade sexo
o menino Jesus sem pai biológico
paz violência
meninas famosas
prostituição
políticos babosos
bola corrupção
que posso considerar-me
um produto acabado
alienado
pela televisão
para além dos olhos
também no pensamento
entram imagens
de todo o império mediático
qual loucura do inconsciente
que come e cala e nem procura
ou se procura
fazendo zapping
já nem sabe o que é
depois em rodapé
mais sub-repticiamente
brota um corrupio de ordens do consciente
em tal quantidade
que a imobilidade
que por vezes sinto no sofá
diante da loucura da tv
balofa vazia oca
é a mesma que sinto agora
para fazer qualquer coisa de concreto
e dar para isso o passo certo
sexta-feira, janeiro 11, 2008
criança e sol
Noite ainda
as estrelas a brilhar a cintilar
o universo
a brisa matinal a aparecer
a luz a clarear
e o tecto aconchegado com estrelas
a desaparecer
um cordão umbilical cortado
em corpo a arfar
um instante um grito
uma nova vida a despontar
criança e sol um caminho a percorrer
espaço imenso sobe desce
aquece às vezes ou arrefece
até o cair da aurora acontecer
para o sol apesar de desaparecer
o ciclo recomeça sempre
e no dia seguinte
volta a nascer
pode ser que a vida
para cada menino a nascer
a crescer a envelhecer
seja como o sol
e que quando se esconde
desaparece
apenas vá como ele
dar uma volta qualquer
e depois torne a nascer
as estrelas a brilhar a cintilar
o universo
a brisa matinal a aparecer
a luz a clarear
e o tecto aconchegado com estrelas
a desaparecer
um cordão umbilical cortado
em corpo a arfar
um instante um grito
uma nova vida a despontar
criança e sol um caminho a percorrer
espaço imenso sobe desce
aquece às vezes ou arrefece
até o cair da aurora acontecer
para o sol apesar de desaparecer
o ciclo recomeça sempre
e no dia seguinte
volta a nascer
pode ser que a vida
para cada menino a nascer
a crescer a envelhecer
seja como o sol
e que quando se esconde
desaparece
apenas vá como ele
dar uma volta qualquer
e depois torne a nascer
tu és as reticências...
Equivocar-me em ti não me faz mal
é como pôr reticências numa frase
ir voltar
depois continuar
custa menos a viver só por as ter
fica sempre qualquer coisa em aberto
por escrever
que motiva o passo próximo
tu és as reticências
do que fica por contar
ouro platina
um talvez bom
que mora nos teus lábios
no sim que só eles podem dizer
és sorte grande por sair
que só de se imaginar
que o dia certo vai chegar
se anima
admito o equívoco de ti
do bem que faz
por ser assim
aceito a frase por continuar
as reticências
o sim por pronunciar
tenho sempre algo em aberto
por escrever
que mora nos teus lábios
é como pôr reticências numa frase
ir voltar
depois continuar
custa menos a viver só por as ter
fica sempre qualquer coisa em aberto
por escrever
que motiva o passo próximo
tu és as reticências
do que fica por contar
ouro platina
um talvez bom
que mora nos teus lábios
no sim que só eles podem dizer
és sorte grande por sair
que só de se imaginar
que o dia certo vai chegar
se anima
admito o equívoco de ti
do bem que faz
por ser assim
aceito a frase por continuar
as reticências
o sim por pronunciar
tenho sempre algo em aberto
por escrever
que mora nos teus lábios
quinta-feira, janeiro 10, 2008
A dor do stress
Às vezes as costas
sinto-as doer
os olhos fogem receosos
do que é tanto e tanta a cor
que já nem conseguem ver
fixo então lugares estáticos
parados
um edifício um arbusto um telhado
uma torre de uma igreja
uma água furtada
qualquer coisa que me afaste
do incómodo disperso
movimento caótico
consigo quando o faço
aliviar a dor nas costas
sorrir até da ousadia que é
deixar de ligar ao que mexe
para me dedicar o quanto posso
ao inerte
abandonado
ao que toda a gente esquece
claro que é só uma ousadia
pouco o tempo em que o faço
porque logo andam
desandam cirandam
à frente atrás ao lado de mim
olhos ansiosos frenesim
que depressa desafiam
o hábito de monge que vesti
para abrandar a dor do stress
que nos põe histéricos
e nos enlouquece
sinto-as doer
os olhos fogem receosos
do que é tanto e tanta a cor
que já nem conseguem ver
fixo então lugares estáticos
parados
um edifício um arbusto um telhado
uma torre de uma igreja
uma água furtada
qualquer coisa que me afaste
do incómodo disperso
movimento caótico
consigo quando o faço
aliviar a dor nas costas
sorrir até da ousadia que é
deixar de ligar ao que mexe
para me dedicar o quanto posso
ao inerte
abandonado
ao que toda a gente esquece
claro que é só uma ousadia
pouco o tempo em que o faço
porque logo andam
desandam cirandam
à frente atrás ao lado de mim
olhos ansiosos frenesim
que depressa desafiam
o hábito de monge que vesti
para abrandar a dor do stress
que nos põe histéricos
e nos enlouquece
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
o ideal existe
Procuro não ficar de lado
e participo
até sinto a princípio entusiasmo
fico em contacto
leio livros acredito
sou mais um que sente falta
de um lugar com ideal
e lá vou eu
ali existe
entende-se aplica-se
chega um mais um mais outro
o grupo aumenta
o grito cresce
de tal maneira fica forte
que nos leva quase ao infinito
sítios reuniões conspirações
lutas abraçadas sem quartel
e é já no envolvimento
quando a voz deixa de ser a minha voz
o meu sentir deixa de ser o meu sentir
na multidão que marcha
no compacto onde me perco
que mais uma vez desisto
em mais uma tentativa de alinhar
ser solidário coerente
ter ideais
participar
e não consigo
e participo
até sinto a princípio entusiasmo
fico em contacto
leio livros acredito
sou mais um que sente falta
de um lugar com ideal
e lá vou eu
ali existe
entende-se aplica-se
chega um mais um mais outro
o grupo aumenta
o grito cresce
de tal maneira fica forte
que nos leva quase ao infinito
sítios reuniões conspirações
lutas abraçadas sem quartel
e é já no envolvimento
quando a voz deixa de ser a minha voz
o meu sentir deixa de ser o meu sentir
na multidão que marcha
no compacto onde me perco
que mais uma vez desisto
em mais uma tentativa de alinhar
ser solidário coerente
ter ideais
participar
e não consigo
domingo, janeiro 06, 2008
dança que dança
dança que dança
vai volta a vir
bebe e esquece
para quê pensar?
ali sabe a muito
é bom e anima
uma hora de céu
três horas de mim
lá fora arrefece
indiferença enlouquece
estátuas de cera
de costas voltadas
relações cansadas
que é daquele sangue
sabor a mel
do quente dos corpos
dos lábios abertos
das línguas molhadas
que é do convite
que em ânsia se solta
e o apetite
que remexe em revolta
transpira suspira
estremece aquece
transgride
ecoa em gritos
gemidos
em bênçãos de abraços
de ventre parido
e acaba no espaço
no dentro
no nada
no perto
no fruto grado
comido salgado
que sabe tão bem
dança que dança
vai volta a vir
bebe e esquece
para quê pensar?
vai volta a vir
bebe e esquece
para quê pensar?
ali sabe a muito
é bom e anima
uma hora de céu
três horas de mim
lá fora arrefece
indiferença enlouquece
estátuas de cera
de costas voltadas
relações cansadas
que é daquele sangue
sabor a mel
do quente dos corpos
dos lábios abertos
das línguas molhadas
que é do convite
que em ânsia se solta
e o apetite
que remexe em revolta
transpira suspira
estremece aquece
transgride
ecoa em gritos
gemidos
em bênçãos de abraços
de ventre parido
e acaba no espaço
no dentro
no nada
no perto
no fruto grado
comido salgado
que sabe tão bem
dança que dança
vai volta a vir
bebe e esquece
para quê pensar?
inquieto inconformista
Inquieto inconformista
vida sonsa é enfadonha
toco harpa toco flauta
faço surf jogo à bola
ando sempre no limite
mesmo assim
nada consola
mulher uma mulher duas
filhos um de cada uma
já não sei o que fazer
que vida hei-de escolher
por um lado o conformismo
pelo outro a bagunçada
não é fácil o equilíbrio
numa mente atribulada
tento ser esclarecido
aprender com o que faço
mas somo gosto e desgosto
que me traz muito cansaço
cão fiel inconformado
soa a grande dualidade
ou se é fiel acomodado
ou se ladra inconformado
vou ladrando vou calando
vou assim equilibrando
deixo a harpa deixo a flauta
faço surf jogo à bola
vida sonsa é enfadonha
toco harpa toco flauta
faço surf jogo à bola
ando sempre no limite
mesmo assim
nada consola
mulher uma mulher duas
filhos um de cada uma
já não sei o que fazer
que vida hei-de escolher
por um lado o conformismo
pelo outro a bagunçada
não é fácil o equilíbrio
numa mente atribulada
tento ser esclarecido
aprender com o que faço
mas somo gosto e desgosto
que me traz muito cansaço
cão fiel inconformado
soa a grande dualidade
ou se é fiel acomodado
ou se ladra inconformado
vou ladrando vou calando
vou assim equilibrando
deixo a harpa deixo a flauta
faço surf jogo à bola
Inverno deserto
Que posso fazer
se o eco resposta
do nome que chamo
já não responde
e o olhar que busco
já não me acolhe?
algazarra risinhos combinações
encontros fortuitos ou não
que sangue que jorra no mundo
em que estou
sem estar
passos que vejo passar
vidas inquietas promessas
futuro?
sim não talvez
e eu?
sonhei até aqui?
será que gelei?
inverno avalanche de neve
deserto espelhado
no triste dos olhos
no corpo agastado
no fogo perdido
na derrocada que espreita
na ameaça latente
da encosta que a pique
me mostra o abismo
da desistência
eu que sou forte
encaro esse abismo
como um aviso
mas com um sorriso
resisto
e não desisto
se o eco resposta
do nome que chamo
já não responde
e o olhar que busco
já não me acolhe?
algazarra risinhos combinações
encontros fortuitos ou não
que sangue que jorra no mundo
em que estou
sem estar
passos que vejo passar
vidas inquietas promessas
futuro?
sim não talvez
e eu?
sonhei até aqui?
será que gelei?
inverno avalanche de neve
deserto espelhado
no triste dos olhos
no corpo agastado
no fogo perdido
na derrocada que espreita
na ameaça latente
da encosta que a pique
me mostra o abismo
da desistência
eu que sou forte
encaro esse abismo
como um aviso
mas com um sorriso
resisto
e não desisto
preciso de alguém
Amendoeiras em flor
quimeras brancas
vinhedos namoradas
nascer do sol da minha mocidade
que fazer agora
em que tudo fica pouco
nesta idade?
só recordações é cedo ainda
só rotina é condenação antecipada
preciso de alguém
que me ensine e me diga
que a viagem ainda dura
que há sol que há luar
orvalho amor
nas madrugadas do meu sentir
preciso repor no meu coração
pequeno agora
o coração grande
de outrora
encontrar uma nova dimensão
de felicidade
preciso de alguém
que me estenda a mão
com algum conforto
animação
e entre comigo no meu tempo
quimeras brancas
vinhedos namoradas
nascer do sol da minha mocidade
que fazer agora
em que tudo fica pouco
nesta idade?
só recordações é cedo ainda
só rotina é condenação antecipada
preciso de alguém
que me ensine e me diga
que a viagem ainda dura
que há sol que há luar
orvalho amor
nas madrugadas do meu sentir
preciso repor no meu coração
pequeno agora
o coração grande
de outrora
encontrar uma nova dimensão
de felicidade
preciso de alguém
que me estenda a mão
com algum conforto
animação
e entre comigo no meu tempo
quarta-feira, janeiro 02, 2008
desconsola a ausência
Desconsola a ausência
a presença esgota-nos
sentimentos diferentes
ansiedade sempre
o longe é como a noite
incerteza pesadelo ou sonho
o perto é dia
certeza vida
paradoxalmente
a ausência aguça o apetite
ao invés da presença
que arrefece murcha
termina morre
espelho da fragilidade humana
complexa
ininteligível tantas vezes
ainda bem que temos ambição
e queremos mais do que o que temos
mas cultivar a ausência
desperdiçando a presença mais à mão
é como viver a fugir daqui
do nosso lugar
do que é nosso e do que temos
é como ir tonto a correr
atrás de um pássaro a voar
sem nunca o alcançar
a presença esgota-nos
sentimentos diferentes
ansiedade sempre
o longe é como a noite
incerteza pesadelo ou sonho
o perto é dia
certeza vida
paradoxalmente
a ausência aguça o apetite
ao invés da presença
que arrefece murcha
termina morre
espelho da fragilidade humana
complexa
ininteligível tantas vezes
ainda bem que temos ambição
e queremos mais do que o que temos
mas cultivar a ausência
desperdiçando a presença mais à mão
é como viver a fugir daqui
do nosso lugar
do que é nosso e do que temos
é como ir tonto a correr
atrás de um pássaro a voar
sem nunca o alcançar
em jeito de "rap"
Eu quero amar
quero dar
reunir
ter prazer em receber
mas não consigo
o que parece que vou sentindo
balanceando esforçando cantarolando
a rir para não chorar
é que a minha bateria
está por carregar
é urgente perguntar
procurar para saber
o que fazer
vou respirando andando
até correndo e dançando
mas quando paro
aí é que está
o problema sério
quero amar
quero dar
reunir
ter prazer em receber
mas não consigo
quero dar
reunir
ter prazer em receber
mas não consigo
o que parece que vou sentindo
balanceando esforçando cantarolando
a rir para não chorar
é que a minha bateria
está por carregar
é urgente perguntar
procurar para saber
o que fazer
vou respirando andando
até correndo e dançando
mas quando paro
aí é que está
o problema sério
quero amar
quero dar
reunir
ter prazer em receber
mas não consigo
se eu soubesse
Se eu pudesse perceber
que muro escondido
que fronteira invisível
me limita
que me tira luz espaço ar
quando é suposto amar
divertir-me respirar
quando é suposto crescer
louvar
e só porque me esforço
e resisto até mais não poder
não definho até morrer
ah se eu soubesse o que me falta
aonde quero ir
que viagem encantada existe
e me incomoda
neste lugar
que o faz sentir parado
exausto seco de entusiasmo
se eu soubesse às vezes
tantas vezes
imensas vezes
o que quero de mim!
ou se ao menos eu soubesse
porquê
no meio de tanta "felicidade"
eu me sinto infeliz!
que muro escondido
que fronteira invisível
me limita
que me tira luz espaço ar
quando é suposto amar
divertir-me respirar
quando é suposto crescer
louvar
e só porque me esforço
e resisto até mais não poder
não definho até morrer
ah se eu soubesse o que me falta
aonde quero ir
que viagem encantada existe
e me incomoda
neste lugar
que o faz sentir parado
exausto seco de entusiasmo
se eu soubesse às vezes
tantas vezes
imensas vezes
o que quero de mim!
ou se ao menos eu soubesse
porquê
no meio de tanta "felicidade"
eu me sinto infeliz!
Pelo Natal
Pelo Natal
o lado fascinante
é ver tanta luzinha a brilhar
a escuridão o medo a noite
a recuar
quando as vejo em cada janelinha
parecem acenar a essa outra luz
abóbada gigante
inatingível
brilho de estrelas
firmamento
que em cada lugarzinho perdido
deste planeta
a que chamam Terra
há um pulsar
um querer
um sonho
um agradecer de cada vida
e um acreditar
oxalá Deus estivesse no lugar certo
para poder ver isto
e pudesse pessoalmente
levar a cada lar
a resposta ao sonho
das luzinhas a brilhar
em cada árvore de natal
e com o seu poder total
curasse a dor anichada em cada um
tanto mal
tanta ferida por sarar
e que às vezes dói tanto!
o lado fascinante
é ver tanta luzinha a brilhar
a escuridão o medo a noite
a recuar
quando as vejo em cada janelinha
parecem acenar a essa outra luz
abóbada gigante
inatingível
brilho de estrelas
firmamento
que em cada lugarzinho perdido
deste planeta
a que chamam Terra
há um pulsar
um querer
um sonho
um agradecer de cada vida
e um acreditar
oxalá Deus estivesse no lugar certo
para poder ver isto
e pudesse pessoalmente
levar a cada lar
a resposta ao sonho
das luzinhas a brilhar
em cada árvore de natal
e com o seu poder total
curasse a dor anichada em cada um
tanto mal
tanta ferida por sarar
e que às vezes dói tanto!
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É um dispositivo médico muito fácil de usar. Depois dos 40 anos tem mesmo de começar a ter mais cuidado com a saúde. Amir Khan, um médico,...
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