Um miúdo na minha escola
aprendia como podia
só que a porrada que levava
e o medo que sentia
esgotavam um corpo tísico
uns olhos assustados
em dores de barriga diarreia
xi xi pernas abaixo em consequência
frágil franzino
pouco colo pouco mimo
um pedaço de menino
que recordo agora
entre a violência do ensino
e a violência da vida
foi a indiferença extremo oposto
de um bairro chique de Lisboa
menino carregado de holofotes
brinquedos caros protecção de sobra
que fez recordar aquele menino da minha escola
menino chique de Lisboa
igualmente triste extremo oposto
sem amigos para crescer
nem porrada para aprender
que para sentir que existe
vai ensaiando enfadado
de brinquedos rodeado
nos papás uns pontapés
curiosamente a mesma violência
no menino pobre de então
e no menino chique de agora
pois se porrada é violência
que dói que se farta e deixa marcas
o parqueamento da criança
o endeusamento da indiferença
na abundância
em bairro chique de Lisboa
isola enlouquece mata
segunda-feira, junho 18, 2007
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