sábado, maio 19, 2007

o meu corpo a morada certa

Em ritual de festa
sons e movimentos em ninho reunidos
ar rosado de alma confortada

ontem finalmente
ao fim de tantos anos
descobri e amei meu corpo

ambos se abraçaram
corpo e dono
tão cúmplices tão sinceros
que mal continham os sorrisos e os choros

um encontro de almas gémeas
a quem apenas o entendimento das coisas separava

foi assim um arrepio
como quem de repente reconhece
a maravilha no difícil e no fácil
na aventura global

no esforço e no desgaste
no enfrentar sem desistência
a vitória e a derrota
em que juntos nos metemos

tantos quilómetros percorridos
tantas estradas sinuosas
tantos becos sem saída
por causa de mim

ontem entendi comovidamente
no abraço forte que nos demos
que o meu corpo
de todas as moradas possíveis
ele é seguramente
a morada certa

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