sexta-feira, maio 04, 2007

impulso abstracto de paixão

Em acto determinado
dei com teu ar gaiato
impulso abstracto de paixão

procurei teus braços
teu rosto colo
sem perceber qual a razão
inclinei-me todo ardendo em febre
para beber teu perfume de verão

quis tanto que ficasses
ou que me levasses no regaço
só que o sítio em segundos deixou de o ser
mudou-se
acabou-se

ficou de ti só o que pode ficar
o aroma o perfume
o afecto os matizes
o meigo olhar as mãos
o rasto dos teus passos
o mimo que é ver-te
e cruzar-me contigo

perfume cereja sabor a verão
lembrança
carros de bois enfeitados
desfilando pelas ruas
folhas de parra uvas
rostos tão bonitos

parece que se repete
Pinhel festa das vindimas
as senhoras da quermesse
o caldo verde o alvoroço
o baile bem animado
noite morna de Setembro

outra tu naquele Setembro
o mesmo encanto
tão bonita
que só de se ver
alegrava a minha terra e a mim

por isso hoje eu corri
sem entender a razão
impulso abstracto paixão
determinado para ti

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