quarta-feira, maio 09, 2007

as limitações estão na mente

Num processo que desenvolve enquanto cresce
as limitações estão na mente
nos afluentes que se internam no seu curso
a enchem
libertam águas de sítios diferentes

o caudal enche o fio de água
que nasceu puro alegre livre
entre urzes pedras perfume de alfazema
fica com o tempo e com tantas influencias
uma coisa densa
precipitada
com sentido obrigatório

fica grande disforme
vai fugindo o enquadramento

ponte aqui ponte acolá
entre detritos e betão
resta uma massa compacta de vida obrigatória
zangada
com comportamento programado
utilização desenfreada
um destino conhecido

ainda bem que a docilidade obediência
a falta de novidade
esgotam a paciência

as águas programadas
com destino já traçado explodem
aproveitam a confusão de uma forte trovoada
nuvens grossas negras medonhas
a enxurrada
que cai do céu
e soltam grito de revolta

é ver as águas enfadadas
de marcas usadas domesticadas
crescer saltar causar problemas á vizinhança

tantos braços e abraços nas imagens de umas cheias

que ímpeto desabafo da beleza nascente
marulhar de amor
entre pedras urzes perfume de alfazema

feita vida sórdida decadente
sem novidade no tempo que foge
nem piada nenhuma

1 comentário:

  1. bela metáfora poeta, se eu bem entendi. Tens poemas lindos

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