Nota breve do autor do blog:
Quem possa ter alguma dúvida de que é um imperativo passar os olhos e os sentidos pela minha poesia, deixo este poema. É um poema já com algum tempo, incluído no livro AMOR PLURAL (E) TERNO FEMININO.
Mais um dos que me passaram pelos olhos na pesquisa que estou a fazer e não deixo de o tornar público aqui no blog.
Acho oportuna a sua divulgação num tempo em que até AMAR se torna difícil.
Oxalá gostem.
Vulcão por
explodir
Eu amo-me nos teus olhos
cintilantes
fico
na coragem que transmites
num gesto automático aceno não
gesto que não quer dizer que não
apenas um hábito cético
assim como quem olha para ti
acha demais
e não acredita que o sonho às vezes acontece
uma flor porque é flor
pode cheirar-se
apreciar-se tocar-se despir-se
pegar nela e pô-la onde se quer
mas tu mulher
beleza flor atração maior
como fazer-te o que se faz a uma flor
apetecia mandar-te estes versos perguntar-te
aguardar que me ensinasses a resposta
como me ensinaste a dizer sim
um sim ridículo eu sei
mas em onda rubor de confiança
ele fez parecer tudo possível
quando o disseste olhando linda para mim
passei amor por ti passei afeto
pus a minha alma toda no teu rosto
e o teu corpo sentia
porque eu via que sentia
tremia oscilava encolhia
eu só queria ser bom
sentir o tato
extravasar um pouco do vulcão adormecido
chama tanta ternura por explodir
e consegui devagarinho
em espaço tu tão recetor de chama e ansiedade
que um buraquinho abrisse fendesse
soltasse lava incandescente
quando os meus dedos se apuravam em ti
de cima abaixo
que bom partilhar um poucochinho
o fogo fechado que atrofia a gente
e dá cabo do coração
essa chama desejo história pessoal
que ficará gravada em mim
com o teu nome
a que chamarei vulcão
(por explodir)
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