Nota breve do autor do blog:
Estou neste momento a passar a pente fino mais um livro meu. Desta feita, chama-se ele: A dança da vida-Biodança. A razão porque o faço já a tenho anunciado por diversas vezes em outros Post's.
Quanto ao livro, modéstia à parte, trata-se de um conjunto de poemas que eu designaria por "poemas de corpo e alma". Escolhi um ao acaso que transcrevo abaixo.
Ao livro, podem fazer-lhe uma visita quando quiserem, clicando neste link:
https://www.bubok.pt/livros/2136/DANCA-DA-VIDA-Biodanca
“Estou tão sozinha…”
Estou
tão sozinha
dizia a bola vermelhinha num cantinho do ginásio
na verdade tinha frio
e
o espaço estava tão vazio
que se sentia morta por dentro e por fora
as outras bolinhas não brincavam com ela
talvez não se usasse brincar pensava ela
teria que se acomodar como as outras
a vegetar naquele cantinho
ou a ter que sonhar para não morrer
os dias passavam tristonhos
a vida parecia não ter fim
nada para fazer nada para contar
ainda por cima era Inverno e estava frio
que custava a aguentar
mas “Deus não dorme”
e numa quinta-feira
alguém se apercebeu da sua solidão
foi ter com ela
as suas mãos tocaram-na
estava
flácida arrefecida em desconforto
triste mesmo
triste como um doente bem doente
e o milagre aconteceu
entre vozes sorrisos muita música
assim como num conto de fadas
no mundo imaginário das pessoas
a bola vermelhinha acreditou
girou rodou saltou
qual passarinho feliz e livre
brincou brincou
tão
contagiante ficou em movimento
que todas as bolinhas que pousavam tristes como ela dantes
sentiram o impulso a magia da corrente
vieram todas
verdes
brancas azuis pretas amarelas
todas diferentes
e formaram com
ela
na vertigem do momento
um arco-íris perfeito vestido de vida.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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