Ponte sobre o Tejo, Lisboa
Nota breve do autor do blog:
Em 2005 publicava aqui no blog este poema de minha autoria, que consta num dos meus livros, que neste momento não sei qual é.
Perdoem-me mas não sei mesmo. E pelo adiantado da hora a que escrevo estas palavras (2,00 horas da madrugada) não dá para ir conferir a informação.
Lembrei-me dele porque retrata um pouco a confusão que é uma cidade grande. O contraste que se sente entre um meio mais pequeno de província e essa mesma cidade grande.
É tempo de pré-eleições, está em curso essa suposta greve incomodativa e "incendiária" em termos de desacordo total entre as partes.
Diz-se que poderá ser uma greve por tempo indeterminado.
Mau para todos, também para o país que felizmente parece recuperar de tempos difíceis bem recentes.
Eu espero que as coisas se possam resolver à mesa das negociações, pois se alguma coisa há neste país é democracia. Logo, a necessária abertura para haver diálogo e não confronto desnecessário.
Dito isto, fica o poema.
As nuvens estão baixas
o ruído da chuva sobressai
nas vidraças amplas do escritório
há caravanas de campanha política
com sons conhecidos
vozes e alaridos
que se vão perdendo
engolidos pelos comboios rápidos
pelos aviões
pelos ruídos ininterruptos
de roncos de motores
pelo pisar de pneus no asfalto da avenida
há ainda sons histéricos de sirenes
outros gritos necessários
que interrompem o patamar normal de decibéis
observo atento o meu silêncio
e o contraste que ele é no contexto da cidade
é um silêncio perdido no grito
parece às vezes que transporto comigo
a minha terra
e o deserto que ela é
lá qualquer ruído se esgota no silêncio
ao contrário daqui.
o ruído da chuva sobressai
nas vidraças amplas do escritório
há caravanas de campanha política
com sons conhecidos
vozes e alaridos
que se vão perdendo
engolidos pelos comboios rápidos
pelos aviões
pelos ruídos ininterruptos
de roncos de motores
pelo pisar de pneus no asfalto da avenida
há ainda sons histéricos de sirenes
outros gritos necessários
que interrompem o patamar normal de decibéis
observo atento o meu silêncio
e o contraste que ele é no contexto da cidade
é um silêncio perdido no grito
parece às vezes que transporto comigo
a minha terra
e o deserto que ela é
lá qualquer ruído se esgota no silêncio
ao contrário daqui.
AEP/
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
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