Um poema que está publicado e que partilhei aqui no blog em 2006.
Enquanto vou acomodando os últimos poemas que escrevi em formato de livro, dá-me prazer paralelamente recordar ao acaso alguns dos textos que venho escrevendo.
Hoje calhou a vez a este.
Espero que gostem.
Foto retirada da Internet
Abrandava a luz na música que ouvia
no lugar onde estava
os olhos emoção cerrados
faziam noite
e eu crescia no pequeno espaço
esticava os braços e conseguia atravessar o tecto
ou quase
depois descia
flectia as pernas
aguentava um pouco
as mãos pareciam asas
seguravam-me porque eu tremia
quase caía
depois deitava-me
terra chão exausto
em queda quase morria
mas o núcleo vida mexia
eu respondia rastejava rebolava
repelia o medo da vertigem na viragem
senti-me náufrago um tempo
braço Camões clamando salvação
ali num sítio sem ninguém
era um mar noite vendaval
e o movimento que fazia esgotava-me
um corpo salvação que aparecia e que ainda agarrei
descolava da minha mão
eu continuava esbracejava
já quase desistia na solidão de um mar assim
porém enquanto tábua salvação fugia
desolação
atrás de mim
(já em dor e sem esperança)
ninfa deusa mulher apareceu
levou-me dali mostrou-me o céu que merecia
e estive nele até que ela quis
senti-me Camões Lusíadas canto IX
ilha tropical em plena tempestade
depois de Adamastor e Cabo das Tormentas
o colo bom a terra mãe
o descobrimento o prémio o continente
Brasil de Álvares Cabral Índia de Gama
grato por estar aqui neste mar revolto
e por estares aqui também esta noite
por me salvares e por salvares o poema
e ter vivido Portugal um pouco em ti neste lugar
no lugar onde estava
os olhos emoção cerrados
faziam noite
e eu crescia no pequeno espaço
esticava os braços e conseguia atravessar o tecto
ou quase
depois descia
flectia as pernas
aguentava um pouco
as mãos pareciam asas
seguravam-me porque eu tremia
quase caía
depois deitava-me
terra chão exausto
em queda quase morria
mas o núcleo vida mexia
eu respondia rastejava rebolava
repelia o medo da vertigem na viragem
senti-me náufrago um tempo
braço Camões clamando salvação
ali num sítio sem ninguém
era um mar noite vendaval
e o movimento que fazia esgotava-me
um corpo salvação que aparecia e que ainda agarrei
descolava da minha mão
eu continuava esbracejava
já quase desistia na solidão de um mar assim
porém enquanto tábua salvação fugia
desolação
atrás de mim
(já em dor e sem esperança)
ninfa deusa mulher apareceu
levou-me dali mostrou-me o céu que merecia
e estive nele até que ela quis
senti-me Camões Lusíadas canto IX
ilha tropical em plena tempestade
depois de Adamastor e Cabo das Tormentas
o colo bom a terra mãe
o descobrimento o prémio o continente
Brasil de Álvares Cabral Índia de Gama
grato por estar aqui neste mar revolto
e por estares aqui também esta noite
por me salvares e por salvares o poema
e ter vivido Portugal um pouco em ti neste lugar