sábado, julho 15, 2017

É mesmo de ir aos arames


Nosso comentário

Quantos de nós e por inúmeras vezes não vociferamos já esta expressão bem popular da língua portuguesa?
Por exemplo:
-Eu estava a falar com o tipo "na boa" e não é que me deu uma resposta daquelas que não se dão ao pior inimigo, quanto mais a um amigo de longa data?
"Fui aos arames", acredita.
E digo-te mais, a partir de agora bem pode vir pedir-me desculpa, dar o dito por não dito, dizer que não era bem aquilo que queria dizer, que não leva nada.
Para mim acabou.
Ponto final, acabou.
Autênticas bacoradas que se atiram assim para o ar, sem mais nem menos, sem o mínimo de razão, fazem mesmo um gajo "ir aos arames".
Não achas?
Para mim, apesar de ser quem é e da consideração e amizade que tinha por ele, para mim, digo e repito, aquele gajo  acabou.
"Fui mesmo aos arames".
Pois bem, depois desta mini conversa anónima "inventada por mim", tão comum entre nós, vamos lá a saber de onde é que realmente provém esta expressão tão curiosa e também tão utilizada na nossa língua.

IR AOS ARAMES

É uma expressão corrente que significa enfurecer-se, zangar-se.
Era muito utilizada pelos militares portugueses nas trincheiras na primeira guerra mundial.
Entre as trincheiras de cada exército era posto arame farpado para impedir a circulação dos militares inimigos.
Como a barreira em arame farpado se ia estragando, de vez em quando era necessário alguém "ir aos arames" para os reparar.
Era uma missão muito perigosa, arriscada...
Os militares que eram escolhidos ficavam com má cara, receosos...
Daí a expressão ir aos arames...

António Esperança Pereira





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