segunda-feira, janeiro 02, 2017

Português, a língua que mais cresce!

Nosso comentário:

Já agora, partilhando do otimismo dos altos órgãos da política nacional, designadamente Presidência da República e Governo, divulgo um evento, embora com algum atraso, que confere à lusofonia em geral e aos portugueses em particular razões de sobra para comungar desse otimismo.
Trata-se do Prémio José Aparecido de Oliveira atribuído a três galardoados: O antigo Presidente da República Portuguesa Jorge Sampaio, o antigo secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África Carlos Lopes, e o embaixador brasileiro Lauro Moreira, primeiro representante permanente junto à CPLP.
Os prémios são sempre importantes, pois geram eventos notáveis, todavia, importantes também são as palavras que os galardoados proferem.
Vale a pena lê-las.

Galardoados com o Prémio José Aparecido de Oliveira

Lisboa, 13 dez (Lusa) – O antigo Presidente da República Jorge Sampaio defendeu hoje que a língua portuguesa tem “ainda uma enorme capacidade de internacionalização” e considerou que é possível “fazer mais” pela sua promoção, através dos negócios, ciência ou diplomacia.
“Há que nunca deixar de potenciar a língua portuguesa, há que não perder de vista que na nossa idade digital, esta tem ainda uma enorme capacidade de internacionalização”, afirmou Jorge Sampaio, um dos três galardoados do Prémio José Aparecido de Oliveira, atribuído hoje pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Além de Jorge Sampaio, o prémio foi atribuído também a Carlos Lopes, antigo secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África, e ao embaixador brasileiro Lauro Moreira, primeiro representante permanente junto à CPLP.
“Quer seja nos negócios, na ciência, na investigação, na tecnologia, na inovação, na diplomacia ou na comunicação global, podemos fazer mais pela promoção da língua portuguesa e pela sua afirmação no mundo do século XXI”, sustentou o antigo chefe de Estado português, na cerimónia.
Sampaio apontou “três eixos fortes que irão moldar seguramente o futuro da CPLP”: a construção de uma cidadania da comunidade e o aprofundamento do seu espaço de mobilidade e de circulação – que foi objeto de uma proposta de Portugal na cimeira da organização, que decorreu em Brasília no mês passado -, a prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (Agenda 2030) e “o papel insubstituível que cabe às sociedades civis na construção de uma comunidade viva, dinâmica e pujante”.
Jorge Sampaio, que participou na fundação da CPLP, há 20 anos, comentou que “alguns preferem acentuar as inércias, as lentidões e mesmo as insuficiências da CPLP”, mas, sublinhou, “olhando para trás (…) é justo reconhecer antes os progressos realizados e a obra feita”.
O caminho, acrescentou, tinha “escolhos” como “as feridas da história colonial, que eram então recentes” e os consensos eram “de difícil obtenção, muitas vezes marcados por ressentimentos antigos e interesses contraditórios”.
Na cerimónia, também o antigo embaixador junto da CPLP Lauro Moreira destacou a importância da língua portuguesa, “essa notável construção conjunta”, que “constitui o alicerce do próprio fenómeno imaterial da lusofonia”.
Como língua materna, sublinhou, “o português é o que apresenta o maior crescimento em todo o mundo” e, no final do século XXI, segundo as Nações Unidas, terá cerca de 500 milhões falantes (cerca do dobro do número atual), com Angola e Moçambique a tornar o português “uma das línguas dominantes do continente africano, ao lado do inglês e do árabe”.
Lauro Moreira alertou, no entanto, que a CPLP conta com “diferenças e assimetrias” e destacou que a organização, “embora congregando países com diferentes dimensões físicas e económicas, sociais e populacionais, está hoje consciente de que a concertação entre Estados tão assimétricos é não apenas viável, mas essencial e mutuamente vantajosa”.
Carlos Lopes não esteve presente na cerimónia, mas enviou uma mensagem assinalando que “a CPLP é crescente e multiplica a sua voz através de personalidades que se empenham em dignificar a vida de todas as pessoas que fazem da CPLP e dos cinco continentes que a compõem um mosaico vivo e ativo”.
O secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, destacou que a cimeira de Brasília, em que o Brasil assumiu a presidência da organização, para os próximos dois anos, permitiu “reforçar a aposta política e redefinir os setores de atuação preferenciais”, com a aprovação da nova visão estratégica da organização para a próxima década.
A CPLP poderá, sublinhou, “ajudar de outra forma os processos de transformação nacional conducentes ao desenvolvimento socioeconómico”, nomeadamente com a alteração do Prémio José Aparecido de Oliveira, convertendo-o numa bolsa de estudos para a frequência de cursos de mestrado e de doutoramento, pesquisa e investigação.
“Devemos apostar no capital humano. Podemos contribuir para a formação pós-graduada de recursos humanos altamente qualificados dos Estados-membros, para que se assumam como atores dos processos de desenvolvimento e parte ativa do futuro”, sustentou.
Aparecido de Oliveira foi embaixador do Brasil em Lisboa entre 1992 e 1994 e teve um papel central na idealização e fundação da CPLP, que aconteceu a 17 de julho de 1996.
JH // V – Lusa/Fim

Renovo desejos de um Feliz Ano Novo,

António Esperança Pereira


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