Nosso comentário:
Dentro da qualidade que os leitores reconhecem aos lançamentos desta Editora, eis aqui mais uma boa proposta de leitura.
Obras desafiantes e provocadoras, na sua grande maioria, pelo que não consentem a quem as lê, ficar indiferente após cada leitura.
Deixo a sugestão aos leitores do blog, que podem ler abaixo a detalhada sinopse deste "Discurso sobre a servidão voluntária".
António Esperança Pereira
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DISCURSO SOBRE A SERVIDÃO VOLUNTÁRIA
ÉTIENNE DE LA BOÉTIE
TRADUÇÃo e prefácio Manuel João Gomes
ensaio anexo Pierre Clastres |
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«Quem era La Boétie e que pretendia ele? O que constitui a "eternidade" deste Discurso, a sua intensidade de cometa cruzando os séculos, é o facto de esta análise não ser "de tempo nenhum", sendo como é "de todos os tempos" — desde que existe o poder do Estado. Como Maquiavel, a quem se opõe menos do que parece, La Boétie atinge os segredos políticos dos séculos vindouros (Spinoza, Locke, Rousseau) fazendo-o porém com uma maior lucidez que o leva a recusar qualquer visão ideal das relações entre o Estado e o cidadão. Além disso, o Discurso extravasa os moldes duma leitura política tradicional. O repetido fascínio que exerce provém de igualmente lançar os fundamentos dum estudo das relações entre o domínio e a servidão nas relações íntimas interpessoais. O tirano não se reduz a uma categoria política, é também uma categoria mental ou até "metafísica". Esta relação entre domínio e servidão não se trava somente na sociedade constituída, trava-se também no âmago da consciência. Deste Discurso não extraímos uma simples lição política, extraímos igualmente uma lição ética moral, como um apelo a rejeitar das nossas próprias entranhas a figura ameaçadora e cruel e adorada do tirano.»
Séverine Auffret
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