Nosso comentário:
Ontem houve em Lisboa uma grandiosa manifestação das polícias. Como todas as outras manifestações já havidas e a haver, enquadrou-se no sentimento geral das populações...
Queixam-se os agentes de cortes excessivos nos salários.
Muitos afirmavam ante as televisões que têm dificuldade de fazer face às despesas comuns do dia a dia.
Queixam-se igualmente de desinvestimento, por parte do governo, nas forças de segurança o que leva à desmotivação dos agentes e a situações caricatas de falta de meios de actuação.
É evidente que, no caso vertente, é a segurança da população, a segurança da via pública que está em causa.
Um país a definhar, vendo a cada dia as suas instituições mais nobres a definhar.
Pedia-se uma vez a demissão do governo. Alto e bom som. Governo que continua a fazer de conta, a dizer que tudo vai bem, quando todos vemos que tudo vai de mal a pior. A vida dos portugueses em penhora, o futuro cada vez mais hipotecado. A dívida nacional, apesar dos roubos perpetrados aos salários e pensões, aumento de impostos, etc. sobe mais do que subia antes do programa de "ajuda financeira". Apenas os muito ricos (uma meia-dúzia) consegue ter lucros fabulosos. Enquanto isso retiram-se prestações sociais a idosos, a deficientes, a crianças.
Quanto à manifestação, tratou-se de um protesto que todos puderam visionar em directo nas televisões, pelo que me escuso a maçá-los com comentários suplementares ao que os olhos de todos viram.
Assim vai Portugal, assim se mantém um governo contra tudo e contra todos.
É caso para meditar e reflectir...
PS. Como curiosidade e "cultura geral", que só nos faz bem, e à pala da manif., deixo um texto evocando a época em que foi criada a Polícia em Portugal.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
PINA MANIQUE
Pina Manique foi nomeado Intendente de Policia pela
Rainha D. Maria I. Lisboa, na época estava muito degradada. As ruas estavam intransitáveis, havia muita ladroagem, mendigos...Os soldados tinham os seus
salários atrasados, assaltavam os habitantes, pareciam bandos de salteadores.
Pina Manique tentou, junto dos chefes do exército, que fossem tomadas medidas
para que estas situações fossem resolvidas ou minoradas. Como não conseguiu os
seu intentos, criou um "corpo de polícia" com a aprovação da Rainha D. Maria I. Esse corpo
de polícia era responsável pela Segurança Pública. Entretanto pediu ao então
Ministro do Reino, Marquês de Angeja, que providenciasse a iluminação para as
ruas da cidade de Lisboa. Como o Ministro não atendesse ao seu pedido, ele
próprio, Pina Manique, tomou a iniciativa. Obrigou cada Funileiro da cidade a
fazer 6 candeeiros para a iluminação. Seguidamente impôs a cada morador das
ruas iluminadas uma capitação de 100 reis, e assim conseguiu, na noite de 17 de
Novembro de 1780, que a cidade de Lisboa ficasse iluminada com 770 candeeiros.
Para tentar acabar com a mendicidade, a vadiagem e o
analfabetismo criou a Casa Pia, com o apoio da Rainha D. Maria I, em 3 de Julho
de 1780.
CURIOSIDADE- o
Largo do Intendente tem esse nome em homenagem a Pina Manique. Ele
morava num palacete situado mesmo nesse largo. Nessa época era um dos locais
mais movimentados da cidade. Era um sítio pitoresco com grande animação
comercial. A toda a hora passavam pessoas a pé, a cavalo.
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