Nosso comentário:

E não houve, exatamente devido a incumprimentos legais por parte da Parvalorem (veículo estatal criado para gerir os ativos tóxicos do BPN) incumprimentos esses denunciados pela leiloeira londrina.
Vergonha!
Já referimos este episódio aqui no blogue em devida altura, dando-lhe o tratamento que merecia.
Todavia não queríamos deixar de partilhar um e-mail que chegou à nossa caixa de correio, por nunca ser demais tentar botar alguma luz nestes assuntos pouco dignificantes para o país e consequentemente para nós, portugueses.
Oxalá a sua leitura contribua para ficarmos um pouco mais esclarecidos sobre a realidade de mais uma negociata entre tantas outras, bem mal explicada.
Infelizmente, já nos vamos habituando a que neste país, limpinhos, limpinhos, só o são os cortes nos salários e pensões, o desemprego, a emigração que atiram os "felizes contemplados" e consequentemente o país para um empobrecimento nunca antes imaginado no pós 25 de Abril com a adesão à "poderosa União Europeia".
Deixo o e-mail tal como o recebi.
Fiquem bem,
António Esperança Pereira
A Colecção Miró, um lote de 85 obras, composto por óleos, guaches e
desenhos, foi adquirido pelo Banco Português de Negócios (BPN), gerido por
José Oliveira Costa, a um coleccionador japonês em 2006.
Em 2007 a leiloeira
Christie's avaliou a colecção em 81,2 milhões de euros e, algum tempo
depois, a mesma leiloeira avaliou-a em 150 milhões.
Estas avaliações
foram feitas quando a colecção pertencia ao BPN, enquanto banco privado.
Em Novembro de
2008, o BPN foi "nacionalizado" -apenas
o lixo tóxico- e, depois de todas as aventuras e desventuras que
decorreram da sua nacionalização, a Parvalorem -veículo estatal criado para gerir os activos tóxicos do BPN- através
da sua administração, tornou a venda da Colecção Miró, uma das suas
principais prioridades tendo, no final de 2013, "fechado" o
negócio com a Christie's.
A Parvalorem não
cumpriu os prazos legais estabelecidos na Lei de Bases do Património
Cultural para pedir a devida autorização para a saída das peças para o
estrangeiro e, embora com o parecer negativo da Direcção-Geral do
Património Cultural (DGPC), a 21 de Janeiro de 2014, as obras já estavam
expostas na leiloeira Christie’s, em Londres.
Agora
vem a notícia mais interessante:
Enquanto
a Colecção Miró foi propriedade privada, foi avaliada pela Christie's por
valores que ultrapassaram os 150 milhões de euros; agora que a mesma
colecção é propriedade do Estado Português, a mesma leiloeira avaliou-a em
apenas 36 milhões.
Para
a palhaçada ser mais engraçada posso acrescentar que as condições da
Christie's são estas: a licitação da venda da obra é de 36 milhões, sendo
esta a importância a entregar ao Estado Português; tudo o que ultrapassar
esse valor será propriedade da leiloeira.
Perceberam
a jogada?
Uma
providência cautelar "barrou" a concretização do negócio que,
além de ilegal é um crime de lesa-pátria; entretanto, a Christie's já fez
saber que continua interessada no negócio. Claro... tenho a certeza que
sim...
Alguém
tem dúvidas sobre a "transparência" destas negociatas?
Sem comentários:
Enviar um comentário